7 de out. de 2018

Space Colony


Junte uma típica corporação gananciosa sem muitos escrúpulos, uma penca de gente excêntrica, planetas com ambientes não muito amigáveis e alienígenas estilo "Guia do Mochileiro das Galáxias" menos amigáveis ainda e o que você tem? "Space Colony", um pequeno clássico lançado para PC pela Firefly em 2003!
O jogo tem um pouco de "The Sims", um pouco de "Theme Hospital" e "Theme Park", um pouco de "Startopia" e muito, mas muito, de caótico e nonsense. Simulação de pessoas, construção, gerenciamento e até estratégia, tudo se mistura para criar um jogo que mostra que o universo está longe de ser um lugar sensato.

História e Roteiro


Basicamente gerencie e aperfeiçoe diferentes estações espaciais em diversos planetas, enquanto evita que os colonos se esganem ou entendiem-se até morrer. Na campanha, você segue os passos da ruiva Venus Jones enquanto ela tenta alcançar seu objetivo de juntar dinheiro suficiente para garantir sua seguridade financeira e cair fora da companhia de exploração espacial antes de enlouquecer ou ganhar uma passagem só d eida para a terra dos pés juntos.
Além de Venus Jones, na campanha você terá a companha ocasional de outros 18 colonialistas (nem todo personagem aparece todo cenário e não é você, jogador, quem escolhe a equipe), cada um com seu próprio objetivo, sua personalidade e suas neuras. A hiponga Daisy, por exemplo, foi para o espaço para se aproximar mais do universo e de suas criaturas, enquanto o motoqueiro bom de garfo Stig quer juntar grana para voltar para a Terra e passar o resto da vida junto de sua turma de motociclistas, provavelmente enchendo a cara do nascer do momento em que acorda até aquele em que desmaia.

Gráficos


Os gráficos são muito legais, ainda mais para um jogo de 2003. Cada colono tem sua própria aparência- e quando digo própria, é própria mesmo! Não é só um modelo de corpo com apenas os detalhes alterados! Billy-Bob, por exemplo, é bem gorducho, enquanto Babette é longilínea e elegante. O ponto fraco é que a animação dos personagem é meio dura, se movendo um tanto como marionetes.
Os cenários são bacanas . Os planetas podem até ser meio genéricos, mas o ponto forte são as estações espaciais e suas instalações, todas com um design ao mesmo tempo vistoso e clean, que conseguem ter um tom realista sem destoar do clima de pandemônio do jogo. O lugar realmente se parece com uma estação espacial e não com um cenário de filme de ficção científica dos anos 60. Gosto em especial da sala de controle, onde os terminais responsáveis pelo fornecimento de energia e oxigênio ficam, mas o restaurante e o bar. O jogo tem até uma banheira de hidromassagem estilo Jacuzzi!
 As naves e estações de combate são bem feitas, assim como as variadas formas de vida alienígenas, como os humanoides encrenqueiros Fribulan ou as gosmentas Venusian Slugs, também são OK em termos de visual.
Ah, sim... e a abertura do jogo é divertida... deixe rolar por uns minutos e dê uma conferida.

Música e Efeitos Sonoros

A trilha sonoro de "Space Colony" jogo tem pelo menos umas 16 ou 17 músicas diferentes. O tom é mais de techno, para combinar com o clima futurista e high-tech do jogo, sendo o destaque a música tema do jogo, "You're so Gangsta" da dupla canadense Chromeo, que toca durante a tela inicial e tem um tom meio irreverente, meio relaxado. Techno não ´muito meu estilo, mas as músicas caíram feito uma luva para o jogo!
Os efeitos sonoros seguem a mesma linha. Todos encaixam muito bem no jogo e fazem bem a sua parte. Existem alguns diálogos e vozes no correr do jogo e, pessoalmente, achei a dublagem acima da média. A dubladora de Venus Jones, em especial, fez um bom trabalho Não dá para imaginar Venus com outra voz!
Mesmo se tratando de um jogo de ficção científica passado em estações espaciais, não há "blips" ou "bops" irritantes para te exasperar durante o jogo. Um detalhe legal é que o jogo permite que você adicione a música que quiser para a trilha sonora, desde que em formato MP3. Quer colocar umas músicas de "Star Trek: Deep Space 9"? Vá em frente!


Controles e Jogabilidade

 Praticamente tudo pode ser feito com o mouse, clicando e escolhendo opções, em geral com o botão esquerdo do mouse. Você não comanda diretamente os colonialistas, apenas designando o personagem para tal tarefa ou tal ocupação, e eles vão até o local (a velocidade de se encaminhar e a disposição de trabalhar varia conforme a personalidade da pessoa), sendo que durante os combates, isso pode ser um tanto aborrecido- falando especificamente dos colonos, pois se tratando dos robôs de combate a coisa é um pouco diferente.
Nunca tive nenhum problema no que toca à resposta aos comandos dados. Nada a reclamar nesse quesito.

Dificuldade


O jogo tem algumas fases bem desafiadoras, mas nada impossível. Pode-se até se frustrar ou irritar em um momento ou outro, mas no geral o balanceamento  "Diversão X Desafio" ficou bem calibrado. A pior parte é realmente o combate, o qual poderia ser um pouco mais ágil e dar um pouco mais de autonomia de comando para o jogador, mas não é um problema ou defeito grave.
O jogo tem três modos, a Campanha (cujo principal defeito é que suas primeiras fases funcionam mais como um tutorial); sandbox, onde você escolhe um dentre vários planetas e vai cuidando da situação como te der na telha (seu maior defeito é ficar tedioso depois de um tempo) e o "Galaxy Mode" com vários planetas diferentes com missões pré- definidas a serem cumpridas (seu único defeito é ter menos planetas do que eu gostaria). 
O jogo também permite que se crie as próprias fases e que se jogue fases desenvolvidas por outros fãs.

Comentário Final


"Space Colony" é divertido em tudo que se propõe a fazer. Tem seus pontos fortes (a parte de lidar com as necessidades e direcionar os colonos ficou bem divertida, com um estilo que emula "The Sims") e fracos (o combate poderia ser melhor), mas o que tem bom no jogo compensa com folga o que tem de burocrático. Os personagens são ótimos, e mesmo que muitos sejam bem estereotipados, todos são divertidos, com boas sacadas e tiradas que deixam o clima de tudo mais cômico, descontraído.
É o tipo de jogo que se gasta horas em frente ao PC e nem se nota, e quando a campanha termina, você deseja que ela fosse um pouquinho maior. Recomendado em especial para os fãs de jogos de simulação e gerenciamento, e também para qualquer um que saiba que o sentido da vida é 42.

NOTA: 8,5

P.S: O jogo ganhou uma versão HD, disponível na loja Steam e na GOG, com gráficos recapeados e fases extras inéditas. Ainda não comprei, mas pretendo ter em breve na minha biblioteca só para poder jogar os cenários novos!

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