7 de dez. de 2017

Bird Week


Jogos de simulação são um grande sucesso, que o diga a série Sims, que simula desde cidades ("SimCity") até formigueiros ("SimAnt"), passando pelo jogo favorito daqueles que gostam de afogar convidados da festa tirando a escada da piscina, "The Sims". O velho NES devido até suas limitações técnicas não é uma plataforma que tenha destaque nesse gênero, mas isso não significa que não existiram jogos de simulação no Nintendinho! Lançado em 1986 apenas no Japão pela não muito conhecida Toshiba EMI, "Bird Week" é um dos melhores exemplos disso.

História e Roteiro


"Bird Week" é um jogo bem singelo, sem nenhum tipo de estardalhaço épico. Nada de mundos para salvar ou cavaleiros do caos para derrotar. Em "Bird Week" você controla um pássaro fêmea azul que deve alimentar seus filhotes com insetos, capturados pela mãe em pleno vôo, enquanto escapa de diversos predadores. O jogo acompanha as estações do ano, os estágios sendo divididos em primavera verão e outono, além de fases bônus onde a mamãe pássaro se alimenta de insetos a beira mar, com direto a um farol ao fundo do cenário! Não existe uma fase "inverno", talvez porque os pássaros tenham migrado para regiões mais quentes para fugir do frio...
Um detalhe... "Bird Week" é um desses jogos que não possui final, caindo em um looping após o fim do outono. Só termina de fato quando o jogador perde todas as suas vidas. Se você esperava algum tipo de final, como uma animação da mamãe pássaro azul voando para o sul com seus filhotes, esqueça.
Se bem que isso até seria bem legal...

Gráficos


Os gráficos do jogo no geral são bem agradáveis. Os sprites dos pássaros azuis (seriam gaios? é meu melhor palpite) são bem simpáticos e bonitos, assim como os sprites da maioria dos predadores. Os cenários tem cores suaves e no geral são agradáveis aos olhos, mas alguns dos detalhes não são tão bons assim- detesto as montanhas ao fundo que parece que foram desenhadas à régua, por exemplo.
E sou apenas eu ou mais alguém achou que a mamãe pássaro lembra os passarinhos azuis que o Sonic salva em alguns de seus jogos do Mega Drive?

Músicas e Efeitos Sonoros

A trilha sonora do jogo é bem limitada... tem a música da tela de abertura, a música da fase do jogo (que se repete em todo estágio) e a música do "Game Over" (além de uma mini-música quando se perde uma vida). Gosta em especial da música de abertura e da música dos estágios. São bem suaves, com acordes e arranjos que lembram uma caixinha de música, e que combinam muito bem tanto com os gráficos quanto com o clima geral do jogo. O único senão é que são um tanto repetitivas. Depois de um tempo é capaz de se ter aquela vontade de apertar o "mudo" no controle remoto da TV.

Controles e Jogabilidade

Sem muita coisa a se dizer aqui. Se a mamãe passarinho não se move com tanta fluidez quanto se esperaria de um pássaro é devido as limitações do hardware da época- afinal o jogo tem mais de 30 anos!
No geral os controles respondem bem e a curva de aprendizado para se familiarizar com os comandos é bem rápida.

Dificuldade

Dificuldade bem dosada. Os primeiros estágios são até bem simples de se passar, mas conforme se progride o número de predadores na tela cresce e o número de insetos a se capturar varia conforme a época do ano e estágio do jogo. Um detalhe que muitos jogadores esquecem é que a mamãe pássaro não é totalmente indefesa! Os cogumelos que crescem no chão podem ser apanhados por ela com suas patas e soltados sobre os predadores, atordoando-os por alguns segundos.  Já as flores no chão só valem pontos mesmo.
Quanto aos predadores... o pessoal que programou parece ter um conhecimento limitado de biologia,... o pássaro negro com jeito de gavião ficou legal mas eu nunca ouvi falar de esquilos e esquilos voadores se alimentarem de pássaros... sei que comem insetos, larvas e até ovos de pássaro, mas animais de grande porte não... bem... isso são 8 bits e em 8 bits qualquer coisa pode acontecer. Lide com isso, Mãe Natureza.
Outro detalhe bastante importante: o jogo tem uma espécie de marcador de tempo. Os filhotes de passarinho vão enfraquecendo se ficarem muito tempo sem comer e acabam por morrer, seu espírito subindo ao Céu com direito até a auréola de anjinho. Cada vez que um filhote morre, o jogador perde uma vida. É triste, mas até bem realista- bem mais do que os esquilos caçadores de pássaros, pelo menos!

Comentário Final



Um jogo simpático e agradável, mas limitado. É até divertido no começo, mas em pouco tempo se torna repetitivo e pode entediar. Como simulador é bem limitado, devido as condições da época em que foi feito, mas ainda assim é um jogo razoável. Jogue sem grandes expectativas e de forma um tanto casual.

NOTA: 5,5

* Curiosidade: "Bird Week" nunca foi oficialmente lançado fora do Japão mas podia ser encontrado de vez em quando naqueles multi-cartuchos com um punhado de jogos, lançados por aqui não oficialmente.


5 de dez. de 2017

Jogos no Steam para retrogamers #8

Dezembro... você lembra? Época de dar uma grana preta para as locadoras até as férias acabarem... Praticamente não existem mais locadoras de games mas vamos deixar umas sugestões aqui para você jogar até o Natal. Bom jogo, galera.

SUGESTÃO#1

Se você está com saudade de jogar: "Zelda II: The Adventure of Link" (NES); "The Krion Quest" (NES); "Castlevania II: Simon's Quest" (NES); "Battle of Olympus" (NES); "Conquest of Crystal Palace" (NES); "Wonder Boy 2 Wonder Boy in Monter Island" (Master System); "Wonder Boy III: The Dragon's Trap" (Master); "Wonder Boy V Wonder Boy in Monster World" (Mega Drive); "Alex Kid in Miracle World" (Master System); "Little Samson" (NES)

Tente: Alwa's Awakening



Sinopse: Um ótimo jogo, na melhor tradição dos bons jogos de aventura estilo plataforma de antigamente. A jovem Alwa é transportada para um mundo dominado por um tirano com poderes maléficos. Alwa e seus poderes recém descobertos são a única chance desse mundo tornar-se livre outra vez. "Alwa's Awakening" tem ótimos gráficos, em um trabalho pixelado primoroso, além de bastante ação, exploração e boas músicas. Tem tudo para agradar qualquer jogador, oldschool ou não. Um excelente retro-jogo.

SUGESTÃO #2

Se você está com saudade de jogar: "Rastan" (Master System); "Astianax" (NES); "Cadash" (NES); "Realms of Chaos" (PC); "Targhan" (PC); "Castle of Dragon" (NES)

Tente: "Black Jewel"


Sinopse: Um jogo feito ao estilo daqueles do Commodore 64. O jovem bárbaro Ryan tenta recuperar a Black Jewel, levada por Darkor, o Skull Knight ("Cavaleiro Esqueleto" em tradução livre), e para isso deve atravessar cinco diferentes fases que vão desde florestas até um castelo) e mais de 50 telas, com variados inimigos e armadilhas. O jogo tem bons gráficos e boa música, mas a dificuldade é estilo hardcore. Salvar o mundo nunca é fácil, ainda mais em jogos oldschool.
Fora isso, o jogo ainda tem alguns detalhes a serem apontados... não dá para usar o D-Pad no controle, só o stick. O jogo também é "Commodore 64 demais" em alguns aspectos, por exemplo o jogador só conta com uma vida e nenhum continue. Outro ponto importante é que até o momento o personagem não agacha! Eu sei que eles estão tentando fazer uma cópia fiel de jogos do Commodore 64, tipo o "Barbarian", mas não precisa de taaaanta semelhança assim... o lance de não agachar era até comum naquele tempo, mas hoje em dia só é algo enervante no jogo.
Pelo menos Os programadores costumam responder as perguntas  e feedback dos jogadores, então acredito que esses pontos possam vir a ser modificados com o tempo.

SUGESTÃO #3

Se você está com saudade de jogar: "The Fantastic Adventures of Dizzy" (NES); "Treasure Island Dizzy" (NES); "Mighty Bomb Jack" (NES)

Tente: Super Win the Game


Sinopse: Um bom jogo, com muita exploração e muitos, muitos, saltos. Também conta com gráficos e música bonitos, além de uma história mais sombria do que parece inicialmente parece. O mapa é bem grande, e apesar do visual inicialmente simpático, tem uns locais bem tétricos. Ajude o jovem Wayfarer (algo como "viajante de lugar distante" em tradução livre) a encontrar todos os pedaços do coração do rei dessa terra de sonhos e assim derrotar o malvado mágico. Não esqueça de coletar todas as gemas preciosas que encontrar.


Por hoje é só isso. Vamos tentar passar mais algumas dicas antes do Ano Novo. Até lá!

1 de dez. de 2017

Ballon Fight


Boa parte dos jogos da Nintendo no início da vida do NES foram primeiro jogos de arcade e só depois tiveram a versão para o console lançada. "Ballon Fight" é um bom exemplo disso. Um típico jogo de ação centrado em fazer pontos e atingir um placar alto, foi lançado originalmente nos arcades como "VS Ballon Fight", chegando ao NES em 1985, recebendo ports para diversas outras plataformas desde então.

História e Roteiro



Bom... quanto a história... como posso dizer? Não tem...é... não tem. O personagem controlado pelo jogador sequer tem nome! No próprio manual do jogo tem-se uma explicação bem sucinta, algo como "Suba aos céus não tão amistosos de Balloon Fight balançando seus braços, impulsionando-se contra inimigos com narizes pontudos e estourando seus balões antes que eles estourem os seus. Tome cuidado com os peixes". Basicamente é isso. Lembre-se que "Ballon Fight" é um jogo de ação um tanto casual  da primeira metade dos anos 80... o lance aqui é conseguir mais e mais pontos, e não é preciso uma grande história para tal. Isso não significa que não seja um jogo legal e divertido. "Pac-Man" também não tinha uma, afinal.
Vale a pena lembrar que a versão em cartucho tinha um modo a mais de jogo, não presente no arcade, o Ballon Trip. Basicamente é um minigame onde o balloom fighter deve desviar de obstáculos enquanto apanha balões para ganhar pontos.

Gráficos



"Ballon Fight" possui gráficos simples mas surpreendentemente bons. O responsável pelo design do jogo viria a ser um dos peso- pesados da Nintendo, Yoshio Sakamoto, também responsável pelo design de jogos como "Metroid" e "Kid Icarus". O céu noturno de "Ballon Fight"é um dos mais bonitos do tempo de  8 bits, com suas estrelas piscantes. Os cenários e personagens são simples, mas agradáveis aos olhos- gosto em especial do peixe gigante cor de laranja que aparece no lago localizado bem no centro da tela.

Música e Efeitos Sonoros

Música divertida, cortesia de Hirozaku "Hip" Tanaka, posteriormente responsável pelas trilhas sonoras de jogos como "Earthbound", "Tetris", "Super Mario Land", "Kid Icarus"e "Metroid". Os efeitos sonoros também são divertidos, e assim como a música encaixam muito bem com o jogo.

Controles e Jogabilidade

Simples e respondem bem, mas "Balloon Fight" é um daqueles jogos que exigem muito do joystick. Você precisa apertar o botão "A" desesperadamente para manter o personagem no ar, ou então afundar o dedo no botão "B" e não soltar, que faz o mesmo efeito. Não é difícil de aprender, mas não é tão fácil assim manter o controle. Prática para pegar o jeito é o caminho, como em qualquer jogo desse tipo, ainda mais daquela época.

Dificuldade


Dificuldade padrão da época, o que para os dias de hoje é bastante considerável. Apesar de pautado em princípios simples (estoure os balões dos oponentes e não deixe eles estourarem seus balões duas vezes, senão perde uma vida), o jogo guarda um punhado de surpresas que aumentam sua dificuldade: se você passar muito rente à superfície da água, um peixe pulará e te engolirá de uma bocada só; algumas fases possuem hélices espalhadas pelo cenário e encostar nelas significa ser arremessado longe; as cores dos inimigos não são meramente um detalhe estético e sim representa o quão difícil é lidar com eles, sendo os amarelos os mais perigosos dos três tipos e, para arrematar, existe uma espécie de limite de tempo, pois se você demorar muito a derrotar seus oponentes, as nuvens começam a lançar raios que matam em um único toque. Essa última é, sem dúvida, a mais irritante!
Outro detalhe é que estourar as bolhas que por vezes flutuam pela tela vale alguns pontos extras. Para estourá-las basta tocá-las.
A cada três fases, joga-se uma fase bônus, sem oponentes, onde se deve estourar balões que saem de canos que lembram algo saído de "Super Mario Bros" e assim ganhar mais pontos. Caso se consiga estourar todos os balões ganha-se um bônus extra bem generoso na pontuação.
"Balloon Fight" possui doze estágios diferentes. Depois do 13o, os estágios começam a se repetir em looping, mas com o detalhe que repetem-se partir do estágio 4 (e não do estágio 1). Como já foi dito, o jogo gira em torno de ganhar muitos pontos  para se alcançar uma pontuação alta, não possuindo um final, lembrando nisso os jogos de Atari e arcades da época. 

Comentário Final



"Ballon Fight" teve alguns nomes da Nintendo famosos envolvidos em sua elaboração e é um bom jogo, com bastante ação e alguns detalhes que aumentam o interesse nele, o que compensa a falta de história ou de um final verdadeiro a ser alcançado. É simples e divertido, com potencial para agradar fãs de jogos casuais mesmo nos dias de hoje e não só jogadores veteranos. 

NOTA: 7.0