7 de dez. de 2017

Bird Week


Jogos de simulação são um grande sucesso, que o diga a série Sims, que simula desde cidades ("SimCity") até formigueiros ("SimAnt"), passando pelo jogo favorito daqueles que gostam de afogar convidados da festa tirando a escada da piscina, "The Sims". O velho NES devido até suas limitações técnicas não é uma plataforma que tenha destaque nesse gênero, mas isso não significa que não existiram jogos de simulação no Nintendinho! Lançado em 1986 apenas no Japão pela não muito conhecida Toshiba EMI, "Bird Week" é um dos melhores exemplos disso.

História e Roteiro


"Bird Week" é um jogo bem singelo, sem nenhum tipo de estardalhaço épico. Nada de mundos para salvar ou cavaleiros do caos para derrotar. Em "Bird Week" você controla um pássaro fêmea azul que deve alimentar seus filhotes com insetos, capturados pela mãe em pleno vôo, enquanto escapa de diversos predadores. O jogo acompanha as estações do ano, os estágios sendo divididos em primavera verão e outono, além de fases bônus onde a mamãe pássaro se alimenta de insetos a beira mar, com direto a um farol ao fundo do cenário! Não existe uma fase "inverno", talvez porque os pássaros tenham migrado para regiões mais quentes para fugir do frio...
Um detalhe... "Bird Week" é um desses jogos que não possui final, caindo em um looping após o fim do outono. Só termina de fato quando o jogador perde todas as suas vidas. Se você esperava algum tipo de final, como uma animação da mamãe pássaro azul voando para o sul com seus filhotes, esqueça.
Se bem que isso até seria bem legal...

Gráficos


Os gráficos do jogo no geral são bem agradáveis. Os sprites dos pássaros azuis (seriam gaios? é meu melhor palpite) são bem simpáticos e bonitos, assim como os sprites da maioria dos predadores. Os cenários tem cores suaves e no geral são agradáveis aos olhos, mas alguns dos detalhes não são tão bons assim- detesto as montanhas ao fundo que parece que foram desenhadas à régua, por exemplo.
E sou apenas eu ou mais alguém achou que a mamãe pássaro lembra os passarinhos azuis que o Sonic salva em alguns de seus jogos do Mega Drive?

Músicas e Efeitos Sonoros

A trilha sonora do jogo é bem limitada... tem a música da tela de abertura, a música da fase do jogo (que se repete em todo estágio) e a música do "Game Over" (além de uma mini-música quando se perde uma vida). Gosta em especial da música de abertura e da música dos estágios. São bem suaves, com acordes e arranjos que lembram uma caixinha de música, e que combinam muito bem tanto com os gráficos quanto com o clima geral do jogo. O único senão é que são um tanto repetitivas. Depois de um tempo é capaz de se ter aquela vontade de apertar o "mudo" no controle remoto da TV.

Controles e Jogabilidade

Sem muita coisa a se dizer aqui. Se a mamãe passarinho não se move com tanta fluidez quanto se esperaria de um pássaro é devido as limitações do hardware da época- afinal o jogo tem mais de 30 anos!
No geral os controles respondem bem e a curva de aprendizado para se familiarizar com os comandos é bem rápida.

Dificuldade

Dificuldade bem dosada. Os primeiros estágios são até bem simples de se passar, mas conforme se progride o número de predadores na tela cresce e o número de insetos a se capturar varia conforme a época do ano e estágio do jogo. Um detalhe que muitos jogadores esquecem é que a mamãe pássaro não é totalmente indefesa! Os cogumelos que crescem no chão podem ser apanhados por ela com suas patas e soltados sobre os predadores, atordoando-os por alguns segundos.  Já as flores no chão só valem pontos mesmo.
Quanto aos predadores... o pessoal que programou parece ter um conhecimento limitado de biologia,... o pássaro negro com jeito de gavião ficou legal mas eu nunca ouvi falar de esquilos e esquilos voadores se alimentarem de pássaros... sei que comem insetos, larvas e até ovos de pássaro, mas animais de grande porte não... bem... isso são 8 bits e em 8 bits qualquer coisa pode acontecer. Lide com isso, Mãe Natureza.
Outro detalhe bastante importante: o jogo tem uma espécie de marcador de tempo. Os filhotes de passarinho vão enfraquecendo se ficarem muito tempo sem comer e acabam por morrer, seu espírito subindo ao Céu com direito até a auréola de anjinho. Cada vez que um filhote morre, o jogador perde uma vida. É triste, mas até bem realista- bem mais do que os esquilos caçadores de pássaros, pelo menos!

Comentário Final



Um jogo simpático e agradável, mas limitado. É até divertido no começo, mas em pouco tempo se torna repetitivo e pode entediar. Como simulador é bem limitado, devido as condições da época em que foi feito, mas ainda assim é um jogo razoável. Jogue sem grandes expectativas e de forma um tanto casual.

NOTA: 5,5

* Curiosidade: "Bird Week" nunca foi oficialmente lançado fora do Japão mas podia ser encontrado de vez em quando naqueles multi-cartuchos com um punhado de jogos, lançados por aqui não oficialmente.


5 de dez. de 2017

Jogos no Steam para retrogamers #8

Dezembro... você lembra? Época de dar uma grana preta para as locadoras até as férias acabarem... Praticamente não existem mais locadoras de games mas vamos deixar umas sugestões aqui para você jogar até o Natal. Bom jogo, galera.

SUGESTÃO#1

Se você está com saudade de jogar: "Zelda II: The Adventure of Link" (NES); "The Krion Quest" (NES); "Castlevania II: Simon's Quest" (NES); "Battle of Olympus" (NES); "Conquest of Crystal Palace" (NES); "Wonder Boy 2 Wonder Boy in Monter Island" (Master System); "Wonder Boy III: The Dragon's Trap" (Master); "Wonder Boy V Wonder Boy in Monster World" (Mega Drive); "Alex Kid in Miracle World" (Master System); "Little Samson" (NES)

Tente: Alwa's Awakening



Sinopse: Um ótimo jogo, na melhor tradição dos bons jogos de aventura estilo plataforma de antigamente. A jovem Alwa é transportada para um mundo dominado por um tirano com poderes maléficos. Alwa e seus poderes recém descobertos são a única chance desse mundo tornar-se livre outra vez. "Alwa's Awakening" tem ótimos gráficos, em um trabalho pixelado primoroso, além de bastante ação, exploração e boas músicas. Tem tudo para agradar qualquer jogador, oldschool ou não. Um excelente retro-jogo.

SUGESTÃO #2

Se você está com saudade de jogar: "Rastan" (Master System); "Astianax" (NES); "Cadash" (NES); "Realms of Chaos" (PC); "Targhan" (PC); "Castle of Dragon" (NES)

Tente: "Black Jewel"


Sinopse: Um jogo feito ao estilo daqueles do Commodore 64. O jovem bárbaro Ryan tenta recuperar a Black Jewel, levada por Darkor, o Skull Knight ("Cavaleiro Esqueleto" em tradução livre), e para isso deve atravessar cinco diferentes fases que vão desde florestas até um castelo) e mais de 50 telas, com variados inimigos e armadilhas. O jogo tem bons gráficos e boa música, mas a dificuldade é estilo hardcore. Salvar o mundo nunca é fácil, ainda mais em jogos oldschool.
Fora isso, o jogo ainda tem alguns detalhes a serem apontados... não dá para usar o D-Pad no controle, só o stick. O jogo também é "Commodore 64 demais" em alguns aspectos, por exemplo o jogador só conta com uma vida e nenhum continue. Outro ponto importante é que até o momento o personagem não agacha! Eu sei que eles estão tentando fazer uma cópia fiel de jogos do Commodore 64, tipo o "Barbarian", mas não precisa de taaaanta semelhança assim... o lance de não agachar era até comum naquele tempo, mas hoje em dia só é algo enervante no jogo.
Pelo menos Os programadores costumam responder as perguntas  e feedback dos jogadores, então acredito que esses pontos possam vir a ser modificados com o tempo.

SUGESTÃO #3

Se você está com saudade de jogar: "The Fantastic Adventures of Dizzy" (NES); "Treasure Island Dizzy" (NES); "Mighty Bomb Jack" (NES)

Tente: Super Win the Game


Sinopse: Um bom jogo, com muita exploração e muitos, muitos, saltos. Também conta com gráficos e música bonitos, além de uma história mais sombria do que parece inicialmente parece. O mapa é bem grande, e apesar do visual inicialmente simpático, tem uns locais bem tétricos. Ajude o jovem Wayfarer (algo como "viajante de lugar distante" em tradução livre) a encontrar todos os pedaços do coração do rei dessa terra de sonhos e assim derrotar o malvado mágico. Não esqueça de coletar todas as gemas preciosas que encontrar.


Por hoje é só isso. Vamos tentar passar mais algumas dicas antes do Ano Novo. Até lá!

1 de dez. de 2017

Ballon Fight


Boa parte dos jogos da Nintendo no início da vida do NES foram primeiro jogos de arcade e só depois tiveram a versão para o console lançada. "Ballon Fight" é um bom exemplo disso. Um típico jogo de ação centrado em fazer pontos e atingir um placar alto, foi lançado originalmente nos arcades como "VS Ballon Fight", chegando ao NES em 1985, recebendo ports para diversas outras plataformas desde então.

História e Roteiro



Bom... quanto a história... como posso dizer? Não tem...é... não tem. O personagem controlado pelo jogador sequer tem nome! No próprio manual do jogo tem-se uma explicação bem sucinta, algo como "Suba aos céus não tão amistosos de Balloon Fight balançando seus braços, impulsionando-se contra inimigos com narizes pontudos e estourando seus balões antes que eles estourem os seus. Tome cuidado com os peixes". Basicamente é isso. Lembre-se que "Ballon Fight" é um jogo de ação um tanto casual  da primeira metade dos anos 80... o lance aqui é conseguir mais e mais pontos, e não é preciso uma grande história para tal. Isso não significa que não seja um jogo legal e divertido. "Pac-Man" também não tinha uma, afinal.
Vale a pena lembrar que a versão em cartucho tinha um modo a mais de jogo, não presente no arcade, o Ballon Trip. Basicamente é um minigame onde o balloom fighter deve desviar de obstáculos enquanto apanha balões para ganhar pontos.

Gráficos



"Ballon Fight" possui gráficos simples mas surpreendentemente bons. O responsável pelo design do jogo viria a ser um dos peso- pesados da Nintendo, Yoshio Sakamoto, também responsável pelo design de jogos como "Metroid" e "Kid Icarus". O céu noturno de "Ballon Fight"é um dos mais bonitos do tempo de  8 bits, com suas estrelas piscantes. Os cenários e personagens são simples, mas agradáveis aos olhos- gosto em especial do peixe gigante cor de laranja que aparece no lago localizado bem no centro da tela.

Música e Efeitos Sonoros

Música divertida, cortesia de Hirozaku "Hip" Tanaka, posteriormente responsável pelas trilhas sonoras de jogos como "Earthbound", "Tetris", "Super Mario Land", "Kid Icarus"e "Metroid". Os efeitos sonoros também são divertidos, e assim como a música encaixam muito bem com o jogo.

Controles e Jogabilidade

Simples e respondem bem, mas "Balloon Fight" é um daqueles jogos que exigem muito do joystick. Você precisa apertar o botão "A" desesperadamente para manter o personagem no ar, ou então afundar o dedo no botão "B" e não soltar, que faz o mesmo efeito. Não é difícil de aprender, mas não é tão fácil assim manter o controle. Prática para pegar o jeito é o caminho, como em qualquer jogo desse tipo, ainda mais daquela época.

Dificuldade


Dificuldade padrão da época, o que para os dias de hoje é bastante considerável. Apesar de pautado em princípios simples (estoure os balões dos oponentes e não deixe eles estourarem seus balões duas vezes, senão perde uma vida), o jogo guarda um punhado de surpresas que aumentam sua dificuldade: se você passar muito rente à superfície da água, um peixe pulará e te engolirá de uma bocada só; algumas fases possuem hélices espalhadas pelo cenário e encostar nelas significa ser arremessado longe; as cores dos inimigos não são meramente um detalhe estético e sim representa o quão difícil é lidar com eles, sendo os amarelos os mais perigosos dos três tipos e, para arrematar, existe uma espécie de limite de tempo, pois se você demorar muito a derrotar seus oponentes, as nuvens começam a lançar raios que matam em um único toque. Essa última é, sem dúvida, a mais irritante!
Outro detalhe é que estourar as bolhas que por vezes flutuam pela tela vale alguns pontos extras. Para estourá-las basta tocá-las.
A cada três fases, joga-se uma fase bônus, sem oponentes, onde se deve estourar balões que saem de canos que lembram algo saído de "Super Mario Bros" e assim ganhar mais pontos. Caso se consiga estourar todos os balões ganha-se um bônus extra bem generoso na pontuação.
"Balloon Fight" possui doze estágios diferentes. Depois do 13o, os estágios começam a se repetir em looping, mas com o detalhe que repetem-se partir do estágio 4 (e não do estágio 1). Como já foi dito, o jogo gira em torno de ganhar muitos pontos  para se alcançar uma pontuação alta, não possuindo um final, lembrando nisso os jogos de Atari e arcades da época. 

Comentário Final



"Ballon Fight" teve alguns nomes da Nintendo famosos envolvidos em sua elaboração e é um bom jogo, com bastante ação e alguns detalhes que aumentam o interesse nele, o que compensa a falta de história ou de um final verdadeiro a ser alcançado. É simples e divertido, com potencial para agradar fãs de jogos casuais mesmo nos dias de hoje e não só jogadores veteranos. 

NOTA: 7.0

28 de nov. de 2017

OSD não recomenda- Endorlight



A loja virtual Steam é ótima para quem gosta de jogos oldschool, possuindo tanto clássicos quanto jogos novos, mas feitos em estilo retrô. É grande a quantidade de jogos retrô na loja que são bons, mas "Endorlight" não é um deles.
"Endorlight" possui tantos pontos negativos que chega a ser difícil saber por onde começar...o primeiro ponto é que aparentemente esse jogo não aceita qualquer tipo de joystick! Tenho dois diferentes e ambos não foram aceitos!
"Endorlight" também não possui nenhum tipo de história ou enredo. Nem um muito simples estilo "Sua namorada foi sequestrada! Vai lá e salva ela! Nada de ligar para a polícia e acionar a divisão anti- sequestros, hein?"... fora isso os gráficos são sem graça, a detecção de dano é esquisita e os estágios são gerados aleatoriamente, e de forma tão mal feita que você pode acabar parando em um estágio com becos sem saída e ter que começar o jogo do zero!
O jogo tem muito ouro e riquezas espalhadas, mas... não servem para nada além de colocar você para fazer figuração na leaderboard! Não achei nenhum tipo de loja/ shop no jogo! Falando francamente... quem se importa em estar na leaderboard de um jogo tão ruim assim?
No fim das contas "Endorlight" parece um jogo de Atari genérico, e daqueles que já teriam sido considerados fracos mesmo no início dos anos 80! Bons jogos de Atari como "Pitfall", "H.E.R.O" e "Berserk são incontavelmente superiores a "Endorlight".
Até o momento "Endorlight" foi o pior jogo que adquiri na loja Steam.. Não recomendo a compra desse jogo em hipótese alguma! Nem em promoção nem nada! E se alguém quiser te dar uma key desse jogo de graça, não aceite! E bloqueie a pessoa também!
A nota que eu daria para "Endorlight" é zero. Eu nunca pensei que diria isso mas... prefiro jogar "Back to the Future" do NES.

26 de nov. de 2017

Sword of Vermilion


Após o sucesso do primeiro "Phantasy Star" no Master System, a Sega deu continuidade a franquia em seu console de 16 bits, lançando "Phantasy Star II" em 1989 no Japão, título que também foi bem-sucedido. Esses sucessos incentivaram a Sega a investir no gênero RPG e, um ano após o lançamento de "Phantasy Star II", chegava as prateleiras japonesas "Sword of Vermilion", RPG que possui tanto algumas semelhanças (como os menus azuis com letras brancas, cheios de opções) quanto profundas diferenças de "Phantasy Star II".
Na época "Sword of Vermilion" foi até bem recebido, recebendo avaliações razoáveis nas revistas especializadas, porém com o tempo acabou sendo deixado de lado pela maioria dos jogadores e mesmo estando presente em muitas coletâneas da Sega, acaba quase sempre negligenciado. 
De fato "Sword of Vermilion" não envelheceu bem, mas a maioria das opiniões atuais sobre o jogo também acabam sendo um tanto injustas ou exageradas. "Sword of Vermilion" tem seus pontos positivos e negativos e, se em muitos aspectos hoje está datado, na época que foi lançado não deixou de ser inovador.

História e Roteiro



O pacífico reino de Excalabria encontra seu fim ao ser atacado pelas violentas hordas do rei Tsarkon de Cartahena. Apesar da resistência heróica de seus habitantes, Excalabria está condenada. seu rei, rei Erik V, incumbe seu melhor vassalo, Blade (um nome bastante adequado para um guerreiro, não?), de escapar por uma passagem secreta levando consigo o príncipe herdeiro do trono de Excalabria e o anel de seu pai.
Blade consegue escapar, e se refugia em uma pequena e distante vila chamada Wyclif, típico lugar perdido no meio do nada. Dezoito anos se passam e agora o jovem príncipe deve conhecer sua verdadeira história e livrar toda a terra de Vermilion da ameaça de Cartahena e do seu rei.
Já vi premissas mais criativas, mas já vi premissas bem piores também. É bem ao estilo da época, final dos anos 80/ início dos anos 90, e o roteiro do jogo ainda ganha uns pontos a seu favor por guardar um detalhe legal ou outro para revelar ao jogador no correr da partida, como a real natureza dos homens de Cartahena.

Gráficos


A qualidade dos gráficos oscila um tanto... os gráficos nas vilas e cidades, assim como os sprites de seus habitantes são bem legais para a época (eu gosto em especial das mulheres com véus brancos que aparecem nas cidades e dos variados vendedores das lojas). O sprite do protagonista lembra os dos personagens da franquia "Phantasy Star" e é razoavelmente detalhado, sendo possível até ver os olhos do jovem guerreiro de cabelos azuis. Os mapas externos, por onde se locomove para ir de um local para outro e se encontra monstros aleatórios, é bem minimalista, dando a impressão de que podia ser melhor acabado. A mesma impressão se tem ao se entrar nas dungeons, quando os gráficos tornam-se um estilo 3D parecido com aquele das dungeons de "Phantasy Star'", mas bem menos esmerados. Já as telas de combate, tanto com inimigos comuns quanto as batalhas com os chefes, possuem bons gráficos, com inimigos bem desenhados. A animação dos sprites deixa um pouco a desejar, mas isso pode ser tributado aos recursos da época que o jogo foi feito.

Música e Efeitos Sonoros

A trilha sonora de "Sword of Vermilion" tem aquela cara de "música de RPG antigo", com algumas composições bem razoáveis, até um pouco acima da média dos jogos da época. Gosto bastante da música da tela de abertura e também daquela que toca durante a introdução. 
Em compensação os efeitos sonoros são muito simples, sem nada digno de nota.

Controles e Jogabilidade


Inicialmente os controles podem parecer desanimadoramente complicados em alguns trechos do jogo, em especial ao se deslocar pelos mapas e dungeons. O melhor a se fazer é primeiro ler o manual para pegar os rudimentos de como jogar e depois ter um pouco de paciência até se pegar a prática. 
Para se deslocar usa-se o D- pad, mas se nas cidades é bastante tranquilo para andar, nos mapas e nas dungeons já é um pouco mais complicado. Lembre-se que o direcional para cima faz o personagem andar sempre para a direção que se seu rosto está apontando!
Para os combates usa-se o botão C para golpear. Os comandos respondem bem, mas podem ocorrer alguns problemas de hit detection/ detecção de dano, algo que não era raro naquela época. As batalhas contra os chefes tem uma jogabilidade um pouco mais lenta, devido aos sprites serem bem maiores e isso pesar para os recursos técnicos da época, mas nada incapacitante para o jogador.

Dificuldade


"Sword of Vermilion" é um jogo difícil? Não especificamente, mas é um daqueles jogos que você precisa pegar o jeito. É cheio de menus que abrem outros menus... navegar pelo mapa leva um tempo até se pegar o jeito... o combate é bem diferente daquele "por turnos" de "Phantasy Star", sendo ação em tempo real (algo como um precursor ou um rascunho do que seria o sistema de combate de jogos como "Secret of Mana" do SNES) e também se leva um tempinho para se pegar a prática. 
Depois de se pegar o jeito, o jogo não é difícil, mas tem o detalhe de ser preciso ficar indo e voltando muitas vezes pelos mesmo lugares, lutando contra os inimigos aleatórios para subir de nível (aquilo que hoje em dia é chamado de "grinding") e isso torna o jogo um tanto repetitivo e pode ser monótono para os jogadores mais novos, desacostumados com esse aspecto bastante comum nos anos 80 e 90 e presente em outros jogos (como "Dragon Quest"/ "Dragon Warrior" do NES).

Comentário Final

Capa do jogo nos EUA e demais países ocidentais
"Sword of Vermilion" é um jogo que não envelheceu bem. Seus aspectos inovadores foram bastante melhorados em jogos posteriores, e por isso parecem apenas um rascunho rudimentar em comparação, além de estar cheio de características de jogos de fins dos anos 80/ início dos 90 que podem deixar o jogo truncado para os padrões atuais. isso não significa que seja um jogo ruim. A melhor classificação é que, atualmente, "Sword of Vermilion" é um jogo de nicho, que agradaria uma fatia específica do público, em especial os fãs de JRPG antigos e fãs inveterados de fantasia medieval.
Jogadores oldschool e grandes fãs de jogos de RPG podem ver além das limitações e aspectos datados do jogo e se divertirem, mas que tem pouco potencial para agradar o jogador médio atual. 

NOTA: 6,0


23 de nov. de 2017

10 jogos oldschool baseados na mitologia grega

Todo mundo ama mitologia grega. Até aquele pastor chato que prega aos berros na igreja que fica na esquina da tua rua ama mitologia grega- ele pode até não admitir, mas ama.  Repleta de criaturas fantásticas, romance, deuses vingativos, batalhas e heróis metidos em buscas impossíveis, a mitologia grega foi um manancial quase inesgotável para pintores, escritores, poetas, roteiristas, quadrinistas...  e com os videogames não foi diferente!
Dezenas de jogos de todas as plataformas buscaram na velha Hélade o veio para suas aventuras e assim deixar a vida de seus jogadores um pouco mais épica. O Oldschool Digger vem trazer dez dicas de jogos, tanto antigos quanto retro-jogos, baseados na mitologia da velha Grécia e assim você gastar suas horas de jogatina de forma duplamente clássica.

1- The Battle of Olympus (NES)



Helene, a amada de Orpheus, foi picada por uma serpente venenosa e agora Hades, deus do mundo os mortos, está com sua alma e pretende que ela seja sua esposa. É...esse tipo de coisa acontecia por lá. Agora o jovem Orpheus deve viajar por toda a Grécia e conseguir cair nas boas graças dos deuses para conseguir sua amada de volta. Um clássico do NES injustamente pouco lembrado hoje em dia, com um estilo que lembra "Zelda II", repleto de criaturas e deuses mitológicos, em uma grande variedade de cenários. Se você gosta de adventures e action RPGs, é um jogo que você não pode deixar de conhecer.

2- Gods (PC; Mega Drive; SNES)



A desenvolvedora inglesa The Bitmap Brothers não é tão lembrada hoje em dia no Brasil quanto mereceria, algo bastante injusto para um estúdio que lanlou alguns dos jogos mais cult dos anos 90, desenvolveu um estilo de arte próprio para os gráficos de seus jogos e cujos jogos tinham enredos que mais pareciam saídos das páginas de revistas em quadrinho alternativas como a "Heavy Metal" ou a "2000 AD". Dentre os vários jogos da The Bitmap Brothers, o jogo de ação estilo plataforma "Gods" foi um dos mais elogiados. No jogo, quatro guardiões tomaram de assalto a cidadela dos deuses gregos, e os deuses pedem ajuda aos heróis humanos, em troca da realização de qualquer desejo. Um herói se apresenta e deseja ser igual aos deuses. A contragosto os deuses aceitam e agora o herói deve expulsar as forças invasoras do Olimpo para conseguir seu lugar entre os imortais. O jogo foi bastante elogiado pelos seus gráficos e pela IA dos oponentes, mas, como qualquer outro jogo Bitmap Brothers, é bastante difícil.
Outro jogo da The Bitmap Brothers já recebeu um review aqui no blog, o ótimo "Soldiers of Fortune"/ "The Chaos Engine". Para quem quiser conferir é só clicar abaixo:

https://oldschooldigger.blogspot.com.br/2016/03/the-chaos-engine.html

3- Age of Mitology (PC)



Um excelente jogo de estratégia em tempo real, daqueles de você construir conseguir recursos para construir edifícios e unidades de combate, lançado em 2002. Embora no jogo apareçam duas culturas da antiguidade (gregos e egípcios) e uma da idade média (vikings), são os gregos que tem a preeminência do jogo, sendo o protagonista da campanha o heróis grego Arkanthos. Cada cultura tem suas algumas unidades e edifícios próprios, além da possibilidade de invocar seres místicos relacionados à cultura daquele povo (os gregos podem invocar cíclopes, dentre outros seres, enquanto os vikings podem invocar o kraken, por exemplo). O jogo recebeu várias expansões e é ótima pedida para os fãs de jogos de estratégia em tempo real. 

4- Prometheus- The Fire Thief (PC)



Um jogo desenvolvido nos dias de hoje, mas ao estilo dos velhos jogos de NES. É um jogo que segue de perto o exemplo de "Battle of Olympus" no quanto ao estilo e aspectos de jogo, embora menos polido. O jogo é uma adaptação bem livre da lenda do titã Prometeu, que rouba o fogo dos deuses para dar aos homens, sendo a principal diferença que aqui o titã tenta tirar satisfação com os deuses após o castigo.

5-  The Curse of Issyos (PC)


The Curse of Issyos é um jogo de aventura estilo plaaforma que lembra clássicos de 8 bits como "Castlevania"; "Rygar"; "Werewolf: The Last Warrior" ou "Frankestein: The Monster Returns". No jogo você encarna um pescador chamado Defkalion que tenta resgatar sua filha da ilha de Issyus, agora amaldiçoada pelos deuses. Avisado por Atena enquanto pescava, Defkalion retorna à ilha e encarar quase um livro de criaturas mitológicas inteiro antes de se reencontrar com sua filha.
"The Curse of Issyos" é fruto do excelente trabalho do programador espanhol Locomalito, um grande fã de jogos antigos que desenvolve e publica gratuitamente seus retro-jogos em seu próprio site. Sou um grande fã do trabalho do Locomalito e de  todos os seus jogos, sendo The Curse of Issyos um dos meus favoritos, junto com Maldita Castilla.
Para baixar gratuitamente o jogo é só clicar em:

https://www.locomalito.com/curse_of_issyos.php

ATENÇÃO! Locomalito também lançou uma versão remasterizada de Maldita Castilla no Steam. Para quem quiser conferir, é só procurar por "Cursed Castilla" na loja.

6- Phelios (Mega Drive)



"Phelios" é um daqueles jogos que até busca inspiração na mitologia grega, mas acaba abusando da liberdade poética. É um shooter (ou seja um jogo de tiro, só que aqui você controla um cara de armadura montado em um cavalo com asas e não uma nave) vertical onde o jogador controla o cavaleiro Apolo, deus do Sol, na tentativa de resgatar sua amada Artemis, deusa da Lua, capturada pelo monstruoso Typhon/ Tífon. Montado em Pégaso, Apolo vai voar por vários cenários cheios de reminiscências helênicas e que possuem como chefe um dos peso- pesado da mitologia grega: Medusa, Cerbero, Scylla... É um bom jogo para quem gosta de shooters, mas os fanáticos por mitologia grega com certeza vão chiar, reclamando que Artemis era irmã de Apolo e não sua amante, e que ela era a deusa da caça e portanto saberia se defender sozinha, além de que Apolo nunca cavalgou Pegaso, e por aí vai... Recomendo esquecer o academicismo e simplesmente se divertir.

7-  Altered Beast (Mega Dive)



Outro título que é mais corretor ser classificado como "levemente inspirado" do que "baseado" na mitologia grega. Em Altered Beast você controla um centurião romano retirado do sono do túmulo por Zeus em pessoa para resgatar sua filha Athena, sequestrada por Neff, um feiticeiro que mais parece saído de uma das histórias do Conan, o Bárbaro. Para triunfar na difícil jornada, o centurião tem o poder de se metamorfosear em um híbrido meio-humano, meio- animal, cada um com suas próprias habilidades, desde lobos e tigres até dragões voadores. Nenhuma criatura do jogo tem relação com a mitologia grega, e mesmo os cenários guardam pouquíssima referência à Hélade (exceto a primeira fase, com algumas estátuas de touro um tanto cretenses).
Apesar de sua pouca fidelidade à mitologia grega, Altered Beast é um clássico e um grande jogo. Para quem quiser mais detalhes, o jogo recebeu um review aqui no blog uns anos atrás:

https://oldschooldigger.blogspot.com.br/2014/02/altered-beast.html


 8- Athena (NES)


Outro exemplo de "levemente inspirado", esse jogo de aventura estilo plataforma foi lançado pela SNK originalmente para arcades, recebendo depois uma versão para o NES. Desejosa de aventuras, a entediada princesa Athena do reino de Victory acaba se metendo em uma enrascada ao passar por uma porta proibida e aterrizar em uma perigosa terra governada pelo maligno imperador Dante (pois se ele não fosse maligno, a terra não seria perigosa, obviamente). Agora a princesa Athena terá lutar seu caminho de volta para casa, derrotando Dante no meio do caminho e libertando vários reinos sob seu domínio (não necessariamente nessa ordem).
Além do nome da protagonista, outra referência à mitologia grega é o próprio antagonista, sendo o imperador Dante inspirado no cão de três cabeças Cérbero, e também um ou outro detalhe espalhado pelo jogo.
Esse título costuma ser um dos jogos de NES mais execrados interneT afora, mas eu, sinceramente, não acho tão ruim como dizem. Não é excepcional, não tem nada de especial, não é o melhor jogo que você jogará na sua vida inteira, mas não é ruim.

Uma curiosidade é que a Athena desse jogo é uma ancestral da lutadora Athena que aparece na série King of Fighters!

9- Herc's Adventure (Playstation; Sega Saturn)



Um título da Lucas Arts com jogabilidade bem semelhante a "Zombies ate my Neighbors" e gráficos cartunescos. No jogo você escolhe entre três heróis disponíveis (Atlanta, Jason e Herc) para partir ao resgate da deusa da natureza Persephone, aprisionada pelo deus dos mortos Hades, tendo que dar uma coça em algumas criaturas mitológicas pelo caminho, como a hidra, além de vários detalhes que vão fazer a alegria de um fanático por mitologia grega! A cabeça da Medusa, a poção de Circe, a Caixa de Pandora... tem tudo no jogo- além de um ou outro detalhe não muito helênico, como uma pistola laser...

Curiosidade:  A Atlanta do jogo é baseada na heroína mitológica Atalanta, uma caçadora protegida por Ártemis. Herc é, obviamente, o bom e velho Hércules (embora esse nome seja latino... na antiga Hélade ele era conhecido como Héracles). Jason é Jasão, líder dos argonautas. Perséfone, na mitologia, se torna a esposa de Hades, e passa metade do ano com ele no mundo subterrâneo dos mortos e a outra metade na superfície.

10- Populous II: Trials of the Olympian Gods (PC, Mega Drive, SNES)


Ao contrário do primeiro jogo da franquia, que não especificava qual deidade está no controle, o segundo título da série Populous deixa bem claro que se passa na antiga Grécia e que são os deuses gregos que dão as cartas no jogo. Um jogo de estratégia estilo God Game, o jogador controla um semi-deus, filho de Zeus, que deve enfrentar um deus grego de cada vez até poder encarar seu próprio pai Zeus em pessoa e derrotá-lo, e assim receber como prêmio a imortalidade e um lugar no panteão divino prometidos por seu pai em caso de triunfo. Apenas mais um dos relacionamentos familiares disfuncionais que abundam na velha Grécia mitológica...
Como outros títulos da franquia, Populous II é um jogo de estratégia mais complicado que a média, que requer um pouco mais de tempo para se pegar o jeito, mas é um jogo bastante elaborado e compensa esse esforço.


Esperamos que os títulos agradem e que vocês se divirtam epicamente. Bom jogo!

Menção honrosa: God Game: the Odissey (PC)



Também conhecido como"The Odissey: Winds of Athena", é um jogo casual bem acima da média, onde você controla os ventos para tentar auxiliar os barcos de Ulisses ( ou Odisseus para os antigos gregos) a escaparem de perigos como ciclopes atiradores de pedra e sereias hipnotizantes e assim chegarem a salvo ao seu destino. "God Game: The Odissey" é baseado na obra poética "Odisseia", tradicionalmente atribuída a Homero, e conforme o jogador progride, novos elementos do poema vão sendo acrescentados ao jogo. Um joguinho divertido, com bons gráficos,boa música e bastante desafiante- além de não ser caro!

18 de nov. de 2017

Shining Force


O Mega Drive não tinha tantos RPGs em sua biblioteca quanto seu rival direto, o SNES, mas alguns dos melhores jogos desse estilo dos anos 90 rodavam em seus cartuchos. Em alguns casos, como o dos jogos da série "Phantasy Star", o Mega Drive deu seguimento a uma franquia iniciada anteriormente em outra plataforma, em outros casos ele próprio iniciou uma série de sucesso, como foi o caso de "Shining Force".
Lançado primeiramente no Japão em 1992 pela própria Sega e no ocidente no ano seguinte, "Shining Force" não foi o primeiro jogo, mas foi o verdadeiro responsável pela franquia ter se tornado o sucesso que é. Independente disso, "Shining Force" tem qualidades o suficiente para ser lembrado por conta própria, sem sombra de dúvida.

História e Roteiro


A história de é um dos temas clássicos da fantasia medieval... evitar a qualquer custo que um grande mal, anteriormente expulso, retorne ao mundo e cause destruição. Já foi usado muitas vezes, algumas com ótimos resultados, algumas com resultados sofríveis. "Shining Force" se encontra no primeiro caso, e com destaque.  
A história é bem amarrada, com bom ritmo e uma ou outra surpresa no roteiro pelo caminho.
Mas voltemos ao jogo... O continente de Rune esteve em paz por cinquenta gerações, desde que os Anciãos aprisionaram o malgno Dark Dragon no limbo. Tanto tempo de paz e tranquilidade faz com que a maioria das pessoas considere Dark Dragon e sua derrota para os anciãos apenas uma velha lenda.
Quando tropas de invasores vindas de Runefaust começam a surgir, a verdade vem a tona: Dark Dragon não só é real, quanto o rei Ramladu de Runefaust, guiado pelo sombrio Darksol, deseja despertá-lo. O rei de Guardiana convoca o pupilo do famoso centauro cavaleiro Varios e ordena que ele lidere um pequeno grupo que possa se esgueirar até o Portal dos Anciões ("Gate of the Ancients" no original) sem chamar atenção e investigar o que vem acontecendo na região. A luta contra Runefaust e Dark Dragon começa.

Vale a pena mencionar que "Shining Force" tem uma quantidade de personagens jogáveis bem grande, e que ao contrário de algumas outras (boas) séries de RPG, como "Fire Emblem" (NES) e "Final Fantasy Tactics" (PS1), não existem personagens "genéricos". Embora possam pertencer a mesma classe, cada personagem é único! O protagonista é Max (mas o jogador pode alterar o nome), um jovem espadachim corajoso e altruísta. Com o correr da história vários magos, clérigos, cavaleiros, guerreiros e até criaturas mágicas vão se unindo a ele, somando diferentes habilidades ao grupo.

Gráficos


Gráficos muito bons. Realmente muito bons. O jogo é todo feito em arte pixelada, e um trabalho excelente. A abertura do jogo é simples, porém muito bonita, com a menina elfa lendo um velho livro. Cenários e mapas não ficam atrás, em especial quando são velhas ruínas, mas o ponto alto dos gráficos sem dúvida é o design dos personagens, em especial nas cenas de combate! Muito bem desenhados não só os heróis ou vilões principais mas mesmo um simples goblin ou dark dwarf  genérico foram desenhados em um estilo mangá caprichado.


Música e Efeitos Sonoros


Música e efeitos sonoros no mesmo nível de qualidade que os gráficos. Muitas músicas em tom mais épico, aventuresco, que embalam as muitas batalhas do jogo, outras mais calmas tentando combinar com a ambientação de cada cidade visitada. A música de abertura, durante o diálogo com a mena elfa parece saída de um caixinha de música. Tudo encaixa muito bem, imagem e som, eixando a experiência do jogo mais marcante.
E eu me amarro no som dos personagens andando pelo mapa.

Controles e Jogabilidade


Por ser um jogo onde os combates são por turnos, "Shining Force" não precisa ter uma jogabilidade rebuscada. Os controles, tanto dos comandos em batalha quanto aqueles dos menus usados para se interagir com cenário, NPCs ou status dos personagens, são simples de memorizar- só é preciso prestar atenção em um ou outro detalhe (não esquecer de equipar as armas novas compradas, por exemplo) . Uma lida preliminar no manual sempre é útil, mas não há nada nesse quesito que de fato prejudique a experiência do jogador com o título.

Dificuldade



"Shining Force" é um daqueles casos em que alcançou-se um equilíbrio no quesito dificuldade. O jogo é desafiante sem ser injusto ou frustrante. Obviamente os combates vão se tornando mais árduos conforme se progride na história mas sem exageros ou subidas absurdas na curva de dificuldade. O desafio aqui complementa a diversão, não a compromete.
O jogo ainda conta com alguns detalhes que incentivam a exploração, como um punhado de personagens secretos um tanto complicados de se encontrar. Não são essenciais para se vencer o jogo, mas ajudam bastante (quer dizer, com exceção de um que não serve para absolutamente nada) e procurar por eles é um motivo a mais para se jogar outras vezes.
O maior defeito de "Shining Force" é estar dividido em "capítulos", não permitindo voltar a localidades passadas a vontade- ou seja...se você perdeu algum personagem que poderia entrar para a o time, já era...


Comentário Final

Capa de "Shining Force" no ocidente

"Shining Force" é um ótimo representante de RPG. Tem tudo para agradar os fãs do gênero, e, se isso é especialmente válido para o pessoal mais oldschool, é um jogo que envelheceu bem e pode agradar o pessoal mais novo. É daquele tipo de jogo que consome horas e você nem nota, de tão absorvido. O tipo de combate do jogo, "estilo tactics" é meu favorito para RPGs, e combinado com os gráficos, música e história, faz com que "Shining Force" tenha um charme todo especial e próprio. 

NOTA; 9,5


16 de nov. de 2017

Uma homenagem a "Pokemon": Letters to an Absent Father, de Maré Odomo

Algo que chama a atenção atualmente é a reapropriação e releitura que os jogos de videogame, desenhos animados/animes ou HQs/ Mangás vem recebendo por parte de fãs. Boa parte dessas releituras é bem-humorada, em tom satírico ou galhofeiro, outros propões versões mais "adultas" (talvez "sangrentas" seja um termo mais exato), e ainda tem aquelas que acabam conferindo um lirismo inusitado a produtos originalmente voltados meramente para entretenimento.


"Letters to an Absent Father" se encaixa nessa última categoria. Com traço simples, mas agradável, o cartunista norte-americano Maré Odomo criou uma série de tiras ambientadas no universo do jogo/anime/mangá "Pokemon", onde em cada tira o protagonista Ash escreve uma carta para seu pai, figura ausente em qualquer versão de "Pokemon", tratando desde curiosidades naturais de um jovem sobre seu pai até os problemas ou pequenas angústias comuns a quase todo adolescente.



Li a série tempos atrás no próprio site do cartunista (atualmente descontinuado, infelizmente) e gostei bastante. Chegou a vir a minha cabeça a ideia um tanto exagerada de encarar o enredo de "Pokemon", que trata da saída de um jovem de casa para conseguir as insignias e vencer o torneio, como uma alegoria de um rito de passagem, como um período de transição onde se deixa a infância para trás. Mas... pensar isso de algo concebido originalmente apenas para gerar lucro através da venda de bonequinhos é um tanto delirante, eu admito... provavelmente efeito colateral das tiras do Maré... ou talvez eu esteja trabalhando demais...






Como já existem traduções da série, não postarei todas as tiras de "Letters to an Absent Father" aqui. Vou apenas deixar os links tanto para o trabalho original do cartunista quanto para uma das traduções não-oficiais feitas por fãs brasileiros.

Para todo mundo que já gostou de Pokemon, ou que ainda gosta, ou para aqueles que gostam de anime & mangá, talvez valha a pena dar uma conferida.



* Tira original de Maré Odomo:


https://imgur.com/gallery/saJx0


* "Cartas para um Pai Ausente", tradução não- oficial:



https://pocket-planet-pokemon.aminoapps.com/page/blog/dear-dad-cartas-para-um-pai-ausente/q3dP_6niRuXNexLxvBYBllJPrV05xPwGw



15 de nov. de 2017

Jogos no Steam para retrogamers #7

T: O blog está parado faz tempo...
R: mas ainda recebe uns acessos, viu?
T: Sério?
R: sério.
T: Voltamos com o blog então?
R: Sim... mais um "Continue".
T: Fazemos alguma postagem falando que tanto você quanto eu estivemos ocupados com outros assuntos ou simplesmente já vamos postando reviews e tudo mais?
R: falar que voltamos pela terceira ou quarta vez? Não... já vamos postando... aliás, manda uma daquelas postagens com dicas de jogos na Steam! Dia 20 é feriado e a galera tem gostado das dicas.
T: Beleza, então...



SUGESTÃO #1

Se você está com saudades de: The Legend of Zelda (NES); Crystalis (NES); Golvellius (Master System); Startropics (NES); Golden Axe Warrior (Master System); The Adventures of Lolo (NES)

Tente: The Legends of Owlia





Sinopse: Lançado também na forma de cartucho físico para o NES, The Legend of Owlia é um RPG/ adventure que em tudo lembra os clássicos de 8 bits. Um trabalho esmerado com belos gráficos pixelados, música bem composta e desafios que em alguns momentos são bem crípticos, como nos velhos tempos. O enredo também lembra muito o dos clássicos: Tempos atrás, existia uma bela terra chamada Owlia, governada por seis corujas místicas e sábias. Os tempos de paz acabaram quando o invejoso Mermon, rei do povo do mar, invade a terra de Owlia, desejoso da luz do sol, dos bosques e do próprio céu. Mermon conseguiu enganar e capturar cinco das grandes corujas e assim consegue dar a seus súditos o poder de voar. Apenas a maior de todas as corujas, Silmaran, o Rei Branco, consegue escapar e agora uma heroína por ele escolhida deve evitar que o povo do mar conquiste Owlia.
O jogo tem de tudo um pouco... ação, puzzles, labirintos, exploração... Para os fãs do estilo vale bastante a pena.


SUGESTÃO #2

Se você está com saudades de: Bubble Bobble (NES/ Master System); Bubble Bobble 2 (NES/ Game Boy); Snow Bros (NES/ Mega Drive); Rainbow Islands (NES/ Master System)

Tente: Handsome Mr. Frog





Sinopse: Um jogo de ação viciante, onde o estiloso Mr. Frog deve tentar recuperar seu  elegante chapéu roubado por um bando de criaturas sem classe, cavando (ou melhor, pulando) seu caminho por várias fases divididas em quatro cenários (pântano, gelo, construção e cemitério). Salte um lado para outro cuspindo caixotes, blocos de gelo e mesmo inimigos capturados com a língua, enquanto apanha umas guloseimas para aumentar seus pontos e se esquiva dos ataques, até reaver um por um os chapéus que são seus por direito.

SUGESTÃO #3

Se você está com saudades de: Battle of Olympus (NES); Zelda II: The Adventure of Link (NES); Faxanadu (NES); Legacy of the Wizard (NES);  Captain Silver (NES); Moon Crystal (NES)

Tente: Prometheus- The Fire Thief



Sinopse: Uma versão "poucos bits" da lenda grega onde o titã Prometheus rouba o fogo dos deuses para dá-lo aos homens. Prometheus vai viajar por todos os cantos da antiga Hélade e enfrentar todo o tipo de monstro mitológico até poder voltar ao monte Olimpo e acertar as contas com o grande Zeus, sempre parando para ajudar algum heleno que esteja precisando de uma forcinha. 
Um bom jogo, com bons gráficos, boa música e cenários variados, além de uma dosezinha de adventure/ rpg na mistura, mas com um problema sério: péssima customização de controles para o joystick, não sendo possível usar o D-Pad para controlar o personagem, apenas a alavanca, o que dificulta bastante em um jogo de plataforma desse estilo. Infelizmente parece que os desenvolvedores, a Magical Hackers, não estão dispostos a resolver essa questão.

Essas foram as recomendações para o próximo feriado. Em breve voltamos com outras- isto é... esperamos voltar... 
De qualquer forma, bom jogo!


26 de abr. de 2017

Jogos no Steam para retrogamers #6

Ok, nós admitimos... os feriados de abril, momento ideal para jogar, passaram e nós nos atrasamos em dar as dicas para os retrogamers... sabe como é... a vida fica difícil depois da época em que se jogava a tarde inteira após chegar da escola... mas, como faz o Alejo em "Internacional Super Star Soccer", bola pra frente! O dia 1 de maio está chegando e em um momento onde o trabalhador brasileiro tem bem pouco a comemorar, uma partida ou duas de algum jogo com cara de infância pode ajudar a esquecer o mau momento. Sem mais, vamos lá!

SUGESTÃO#1

Se você está com saudade de jogar: Astro Flash/ Transbot/ Nuclear Creature (Master System); Aleste / Power Strike (Master System); Super Dimension Fortress Macross (NES)

Tente: Supercharged Robot VULKAISER



Sinopse: O jogo serve também se você está com saudades de séries de anime ou supersentai dos anos 70, estilo "Pirata do Espaço" (do genial Go Nagai) ou Robô Gigante; Tudo nele se inspira nisso... a história, os diálogos, os personagens e até as telas entre uma fase e outra! No jogo, o ano é 1977 e a Terra está sendo invadida pelas forças alienígenas do Gogoh Army. A última esperança é VULKAISER, um robô gigante experimental e capaz de se fundir a quatro naves de apoio diferentes, cada uma com suas próprias habilidades e fraquezas. Para quem gosta de shoot'em ups (mais conhecidos como "jogos de navinha"), esse jogo é uma grande pedida, com seus bons gráficos, boa música, desafio e diversão.

SUGESTÃO #2

Se você está com saudade de jogar: Phantasy Star (Master System); Phantasy Star 4 (Mega Drive); Chrono Trigger (SNES); Final Fantasy IV (SNES); Final Fantasy V (SNES)

Tente: Shadows of Adam


Sinopse: Uma vila distante começa a ser tomada por estranhas plantas espinhosas. Esse é apenas o começo dos problemas para o jovem espadachim cujo pai, o grande herói Orazio, desapareceu dez anos antes. Acompanhado por sua amiga de infância, uma misteriosa moça dotada de poderes mágicos, o jovem deve não só encontrar seu pai quanto lidar com as graves consequências que seu sumiço causou em uma jornada onde encontrará aliados, mistérios, ruínas, cristais e uma das duplas de inimigos mais divertida de todos os tempos, Zak & Nik! Um ótimo RPG, sem sombra de dúvida.



SUGESTÃO #3

Se você está com saudade de jogar: Golden Axe II (Mega Drive); Golden Axe III (Mega Drive); Battletoads (NES); Battletoads and Double Dragon (NES, Mega Drive), Dungeons & Dragons: Shadow over Mystara (arcade)

Tente: Sacred Citadel



Sinopse: A outrora pacífica terra de Ancaria corre grande perigo (é claro... se não corresse, não tinha jogo...). O império Ashen tenta extirpar as Seraphin, guardiães juramentadas de Ancaria, e consolidar seu domínio sobre toda a terra. Um grupo de heróis acaba envolvido na trama e agora cabe a eles salvar Ancaria e o mundo (não necessariamente nessa ordem). Um bom beat'em up com um bom punhado de personagens para se escolher e muitos golpes diferentes para distribuir em vários cenários diferentes, desde vilas pegando fogo até ruínas subterrâneas, não deixando nada vivo pelo caminho.