30 de jun. de 2018

10 jogos oldschool baseados nos vikings e na mitologia nórdica

Muita gente gosta dos vikings e das lendas de sua mitologia, embora poucos saibam que eles não usavam chifres nos capacetes. Com ou sem chifres, os vikings e suas sagas, deuses brigões ou traiçoeiros, gigantes do gelo, lobos gigantes, anões ferreiros criadores de armas mágicas, além do sempre ameaçador ragnarök, não podiam faltar no mundo dos videogames.
Desde plataformas das antigas até lançamentos recentes, seja de desenvolvedores indies-quase-desconhecidos ou dos grandes estúdios, os vikings estão sempre em voga, em aventuras que variam de cartunescas e engraçadas até bem sombrias e sangrentas, mas sempre épicas e com muita ação. Nós do OSD separamos 10 jogos, tanto antigos quanto retrô, que buscaram inspiração na velha Escandinávia e ajudar você a realizar seu sonho secreto de ser um rufião barbudo bebedor de hidromel que navega em um barco de madeira com uma cabeça de dragão esculpido na proa.

1- The Lost Vikings (SNES, Mega Drive, PC, Game Boy Advance)


Um dos jogos plataforma mais criativos dos anos 90, misturando ação com puzzles em um enredo muito doido: Três vikings são sequestrados por um disco voador para serem exibidos como atrações em um zoológico espacial. Para tentar levar o trio de volta para seu acolhedor lar gelado, o jogador deve revezar entre os três personagens e usar as habilidades especiais de cada um dos três vikings , Olaf, Erik e Baleog, para superar os diferentes desafios ou inimigos de cada fase.
O jogo rendeu uma continuação, "The Lost Vikings 2" (também chamado "Lost Vikings 2: Norse by Norsewest", ou ainda "Norse by Norsewest: The Return of the Lost Vikings"), lançado para SNES, PC, Playstation e Sega Saturn, e ainda por cima um dos vikings, Olaf the Stout, aparece como personagem secreto no jogo de corrida "Rock N' Roll Racing".

2-  Seven Kingdoms- Ancient Adversaries (PC)


Um jogo de estratégia que pega sete culturas de diferentes épocas e regiões, entre elas os vikings, e os joga em um tempo perdido de deuses e monstros para que se matem mutuamente em busca do domínio do mundo- talvez com um pouco de comércio e diplomacia aqui e ali para variar um pouco. Cada um dos sete povos tem suas próprias especificidades, unidades específicas e seu deus padroeiro particular, tendo portanto pontos fortes e fracos. Se você sempre quis ver uma briga entre um viking e um guerreiro zulu ou samurai japonês, essa é a sua chance.

3- Age of Mythology (PC)


Eu sei que já citei "Age of Mythology" no post sobre jogos inspirados na mitologia grega e que a proeminência do jogo é dos gregos, mas a terceira parte do jogo se passa na terra dos vikings, os nórdicos tomam parte integral na luta e Loki, como sempre, tem um par de dedos na trama toda. E tem krakens e gigantes do gelo também. E o Mjölnir!

4-Rune (PC)



Um jogo de ação em terceira pessoa com um clima sombrio e pesado, onde o jovem guerreiro Ragnar tenta frustrar os planos do deus Loki de destruir as sagradas runestones e assim iniciar o ragnarok (o crepúsculo dos deuses e fim do mundo para os vikings, não necessariamente nessa ordem). O jogo tem boa variedade de armas, divididas em machados, espadas e martelos/ maças, poderes concedidos pelos deuses e lutas encarniçadas contra inimigos que vão desde peixes devoradores de homens até anões ou outros vikings, tudo em cenários escuros e lúgubres, incluindo um não muito agradável passeio por Helheim, o reino dos mortos viking, governado por Hel (ou Hela), filha de Loki com uma gigante, Angurboda. Você não coloca seu nome nas sagas passeando no parque, ora...

5- Volgarr the Viking (PC)



Odin traz de volta o guerreiro Volgarr porque, aparentemente, ninguém mais tem capacidade para derrotar Fafnir, o anão malévolo. Divirta-se trucidando homens- lagarto, zumbis, esqueletos & cia e prepare seu estoque de palavrões para as dezenas de mortes que te aguardam em um jogo bastante difícil que parece ter sido programado por Loki em pessoa.

6- Cultures: Northland (PC)



Loki (sempre ele...) tanto aprontou que os outros deuses o puseram para fora de Asgard. Incorfomado por ter sido chutado porta afora, Loki agora planeja entrar sorrateiramente em Asgard e vingar-se de Odin. Quatro heróis, Bjarni, Cyra, o sarraceno Hatschi e Sigurd, o Franco, cada um com suas próprias contas a acertar com Loki tentam frustrar os planos do trapaceiro enquanto dão uma forcinha para que povoados cresçam até virarem uma cidade grande digna de aparecer nos mapas nesse jogo de estratégia + construção e gerenciamento de cidades com simpáticos gráficos cartunescos.

7- God of Thunder (PC)


Misture o Edda com "The Legend of Zelda" e o que você tem? "God of Thunder", um jogo originalmente shareware onde você guia Thor, o deus do trovão, em sua jornada para recuperar Midgard para Odin, seu pai, que, enquanto dormia, teve o território roubado por Loki (isso já está ficando chato). O jogo mistura solução de puzzles, arremessos de martelo, humor pastelão, referências a cultura pop- nerd e pitadas de RPG em um joguinho simpático e despretensioso.

8- King's Bounty: Warriors of the North (PC)


Um jogo da franquia cult "King's Bouty" (que mistura RPG com adventure, combates estilo tactics e humor infame) passado nas Terras Vikings do continente de Endoria, onde Olaf, filho do "konung of the northlings" (seja lá o que isso for), dedica sua vida a combater a infestação de mortos- vivos que se alastrou pelas terras do norte. Sua luta contra a necromancia acabá por levar Olaf até o próprio  reino de Darion, o coração de Endoria. Vikings realmente gostam de viajar, pelo jeito...

9- Prophecy I: The Viking Child (PC, Game Boy)


Um jogo plataforma onde Brian, um menino viking, foi enviado por seu mestre para coletar ervas (demostrando que para os vikings enviar um moleque sozinho no meio de uma floresta infestado de lobos e ursos para catar um punhado de mato não tem nada demais) e, ao voltar, encontra sua vila destruída. Seus pais e todos os demais habitantes estão desaparecidos e apenas após Odin aparecer é que Brian entende o que aconteceu: Loki (cara... sério... você não tem mais o que fazer?) arruinou a vila com um vento infernal e aprisionou todos os moradores dentro das muralhas do Valhala. Agora Brian deve derrotar Loki para resgatar seus amigos, mas não sem antes derrotar oito aprendizes do trapaceiro (e agora ainda vem em bando... desgraça nunca vem sozinha mesmo).

10- Thorgal: Curse of Atlantis (PC)



Também conhecido como "Thorgal: The Curse of Odin", o jogo é um adventure baseado nos quadrinhos belgas "Thorgal", os quais misturam mitologia nórdica e ficção científica: Thorgal é um guerreiro criado pelos vikings, mas originalmente o filho de um capitão de uma nave espacial a qual viajava até à Terra em busca de fontes de energia e único sobrevivente do acidente que a destruiu, sendo que tais viajantes do espaço possuem ligação com a Atlântida. Um pouco confuso, eu sei, mas a série de HQ é boa.
No jogo de computador, que tem muito elementos tirados dos quadrinhos, Thorgal descobre um artefato mágico que o permite ver o futuro, e acaba vislumbrando um onde seu filho morre. Thorgal agora tenta a todo custo alterar o próprio futuro e salvar seu filho.

Se toda saga tem um fim, com essa lista não poderia ser diferente. Até a próxima, bom jogo e não esqueça de sempre perder suas vidas lutando para poder ir para o Valhala.

Menção honrosa: StormLord (Mega Drive)



Um jogo de plataforma pouco lembrado, onde o Stormlord deve salvar um punhado de fadas semi-nuas aprisionadas por uma maligna rainha das sombras e evitar que sua terra mágica seja conquistada pela sombria soberana. Embora não seja dito com todas as letras que o Stormord do título seja o deus do trovão viking, o jogo visualmente tem muitos elementos que lembram a cultura nórdica, com caldeirões espalhados pelo cenário e um herói que parece a mistura de Odin com Thor.

26 de jun. de 2018

Jogos no Steam para Retrogamers #15

Para você que não vê graça em nenhum jogo da seleção brasileira que não tenha o Allejo escalado, lá vão mais algumas pequenas pequenas dicas para você se trancar no quarto e jogar enquanto seu tio bêbado grita "Brasil!" a cada lateral cobrado pela seleção e seu irmão mais novo fica soprando aquela maldita corneta como se fosse o arauto do fim do mundo, com toda a família vestida de amarelo reunida na sala vendo mais uma vez a estrela (cadente?) do time se jogar no chão tentando cavar uma falta.

SUGESTÃO #1

Se você está com saudades de jogar: Ghouls'n' Ghosts (Master System. Mega Drive); Ghouls'n' Goblins (NES); Super Ghouls'n Ghosts (SNES); Dragon Buster (NES); Profecy 1: The Viking Child (Game Boy); Stormlord (Mega Drive)

Tente: Ghoulboy


Sinopse: Um jogo de aventura estilo plataforma jogo você controla o filho e o aprendiz de um grande matador de monstros, um garoto tão talentoso que já está até sendo conhecido como "Ghoulboy" pelos quatro cantos. Um lorde vampiro, com medo de uma antiga profecia, aprisiona seu pai na mais escura e profunda (não necessariamente nessa ordem) cela de seu calabouço, e agora Ghoulboy deve explorar florestas, castelos, masmorras e cidades, destruindo tudo que é monstro que aparece pela frente, até dar um jeito de resgatar seu pai das garras do vampiro-mor e provar para o morto- vivo sanguessuga que para as profecias heróis não precisam ser maiores de idade.

SUGESTÃO #2

Se você está com saudades de jogar: Megaman (NES); B.O.B (SNES, Mega Drive); Metroid (NES)

Tente: Mini Ghost


Sinopse: Um empresário picareta contrata um hacker para sabotar o computador de uma estação espacial, fazendo a máquina enlouquecer. Os responsáveis pela estação espacial entram em contato com o picareta e pedem para ele resolver a situação, então o pouco ético homem de negócios  convoca sua principal agente, uma androide chamada Ghost, capaz de equipar seu corpo com vários apetrechos extras, para resolver a situação. Um joguinho plataforma mais divertido e difícil do que parece a primeira vista.

SUGESTÃO #3

Se você está com saudades de jogar: Kirby Super Star (SNES)

Tente: Creepy Castle


Sinopse: Em "Creepy Castle", Moth, uma mariposa espadachim e andarilho, ouve alguns boatos de que algo muito suspeito e sinistro estava acontecendo entre as paredes de um castelo distante, habitado por uma multidão de seres bizarros (alguns amistosos, outros hostis, e também uns neutros aqui e ali) e parte para investigar a situação, procurando desvendar uma intrincada conspiração que se desenrola por lá. 
"Creepy Castle" é um dos jogos mais singulares que joguei através da loja Steam, Parece ser, a primeira vista, apenas um simples plataforma com gráficos de jogo de computador muito velho, mas... a coisa é um tanto diferente ao se olhar mais a fundo... a história mistura mistério, ficção científica e non-sense muito bem, além dos combates do jogo se darem prioritariamente na forma de mini-jogos e não da forma usual dos jogos plataformas, e tem elementos de RPG ou adventure na mistura, como a necessidade de conversar com NPCs ou achar livros/ anotações para conseguir entender o que se passa. 
E o jogo é mais longo do que eu pensava... ainda não consegui chegar no final...

É isso. Aproveite o intervalo do jogo para roubar um pouco de pipoca ou refrigerante na sala antes que o segundo tempo comece e bom jogo.

23 de jun. de 2018

Dicas OSD- Segredos de "Ducktales" (NES)


"Ducktales" é um jogo com muita exploração e, como não podia deixar de ser, com muitas áreas, muitos  itens e tesouros escondidos pelos cenários. No geral não são muito difíceis de serem encontrados, com exceção de um: encontrar o Professor Pardal e ter a chance de ganhar uma penca de diamantes em uma fase- bônus.
- "Mas tem o professor Pardal no primeiro "Ducktales"? Eu já zerei o jogo 1374 vezes e nunca o vi!"
Pois é... ainda tem um ou dois segredos guardados na manga no pato mais rico do mundo... O grande lance é que para encontrar o Professor Pardal você vai precisar da ajuda de outro personagem: Capitão Boing.
Com certeza quem jogou "Ducktales" esbarrou algumas vezes com o Capitão Boing pelas fases, oferecendo uma carona de volta à Patópolis para o Tio Patinhas. Para encontrar o Professor Pardal (e a fase- bônus) você vai precisar falar com o Capitão Boing e aceitar a carona, mas preste atenção! Antes de aceitar olhe quanto dinheiro você acumulou na fase e SÓ ACEITE SE O 5o DÍGITO CONTANDO DA DIREITA PARA ESQUERDA FOR 7 (por exemplo, se você tiver $70000, ou $170000, ou $378239). Nesse caso, o Capitão Boing, no lugar de ir direto para Patópolis, vai para em um pedaço cheio de nuvens, onde o Tio Patinhas pode saltar. O Professor Pardal vai aparecer pilotando um avião e arremessando diamantes. Basta então ir correndo atrás do teco-teco do professor Pardal, pegando os diamantes que ele joga. Só tome cuidado para não cair.
Não é difícil de conseguir, mas é um pouco chato e trabalhoso, já que você precisa ficar de olho no seu contador de dinheiro e de repente precisará deixar alguns tesouros para trás para buscá-los depois. Recomendo deixar para depois os tesouros dentro de baús ou escondidos dentro de objetos do cenário, e não aqueles que aparecem do nada e caem quando você salta  por algum lugar.  Esses é melhor apanhar na hora.
Um outro detalhe... existe uma pequena chance do Capitão Boing fazer o desvio por conta própria, independente da quantidade de dinheiro que você tem, mas é uma chance bem pequena- li em algum lugar na internet que seriam uns 10% de chance em cada carona, mas realmente não sei dizer com certeza. O que posso afirmar é que de fato é raro acontecer... isso só ocorreu uma única vez. Todas as outras vezes que fui na fase- bônus foi usando o procedimento explicado acima.
Vale a pena? Olha... é mais uma curiosidade... tem tesouros espalhados pelo cenário de sobra para vencer o jogo sem precisar disso... eu geralmente faço uma única vez no jogo só por diversão... Vale tentar pela curiosidade.


*DICA- BÔNUS: Sabia que nesse jogo dá para você recuperar sua energia durante as fases? Basta apertar o "select", aquele botão geralmente tão inútil. Só preste atenção, pois você gastará $3000000 do seu dinheiro toda vez que usar esse recurso.Só use em caso de extrema necessidade mesmo.
Mas.. E o jogador tiver menos de $3000000? Nesse caso, se você tiver menos de 3 milhões de dinheiro, recuperará a energia porém terá seu marcador de tesouro zerado.

22 de jun. de 2018

Ducktales


A parceria entre os estúdios Disney e a Nintendo ou Sega rendeu muita coisa boa no finalzinho dos anos 80 e durante a década de 90 como um todo... "Quackshot"; "Fantasia"; "Alladin"; "The Jungle Book"; "Castle of Illusion"; "Mickey Mania"; "Chip' n Dale Rescue Rangers"; "Donald Duck: The Lucky Dime Capper"; "The Magical Quest"; "Goof Troop"; "Land of Illusion"; "Darwing Duck"... a lista parece nunca terminar!
E de tantos tantos títulos incríveis, o meu favorito ainda é "Ducktales", um dos melhores frutos  dessa árvore produzidos em bits, lançado originalmente em 1989 pela Capcom.

História e Roteiro


O jogo é baseado na série animada de mesmo nome, e o roteiro do jogo tem o mesmo espírito do desenho animado: Tio Patinhas, auxiliado por seus sobrinhos & cia, decide encontrar cinco fabulosos tesouros perdidos e assim consolidar-se como o pato mais rico do mundo sem chance de contestação.  
A caçada começa e Tio Patinhas vai explorar um punhado de locais diferentes: Amazônia (onde Tio Patinhas explora antigas ruínas incas atrás de um centro que mais parece saído das mãos de um monarca europeu medieval, mostrando que, se o jogo é bom, o conhecimento de História e Geografia dos desenvolvedores não é lá grande coisa); Transilvânia; Minas na África; Cordilheira do Himalaia e a própria Lua!
Obviamente que Pão-Duro McMoney e outros desafetos do Tio Patinhas não vão deixar barato e tentarão fazer o possível para frustrar os planos do pato milionário de cartola.
Uma história bem simples, de fato, mas não tem como não gostar. E isso é Ducktales, no fim das contas...não tem como ser muito diferente, ora!

Gráficos


Os gráficos são muito bons, ainda mais quando lembramos que é um jogo de 1989. Mesmo quase 30 anos depois do lançamento os gráficos de "Ducktales" ainda agradam, sendo bem coloridos, com cenários bem desenhados e muito bonitos, além dos personagens do jogo terem sprites bem feitos (e isso vale tanto para os simples inimigos de fase quanto para os chefes). O sprite de Tio Patinhas, em especial, é muito bem animado, chegando a balançar o rabinho de pato pouco antes de golpear pedras com a bengala. 
Chega a ser difícil dizer qual fase do jogo tem gráficos que me agradam mais. Acho que tudo nele me agrada como um todo. Os gráficos de "Ducktales" inegavelmente envelheceram muito bem e continuam sendo pixel art de primeira. 

Música e Efeitos Sonoros


A trilha sonora de "Ducktales" está entre as melhores já feitas em 8 bits. A música tema do desenho animado é também a música tema do jogo, aparecendo na tela de abertura, mas cada cena ( como a de seleção de estágios) ou  fase tem sua própria música, e todas são de grande qualidade. Uma das minhas músicas favoritas dos jogos de 8 bits (talvez A favorita!) é da trilha sonora de "Ducktales": o tema da fase "The Moon"/ A Lua. É simplesmente lindo.
Os efeitos sonoros são bons também,divertidos e se encaixam como uma luva nas situações, estando acima da média dos jogos de NES.



Controles e Jogabilidade


Outro ponto alto do jogo. A jogabilidade de "Ducktales" é bem afinada, consideravelmente acima da média dos jogos de 8 bits. Pode ocorrer um escorregão aqui e ali, mas como um todo os controles são precisos e respondem bem. Tio Patinhas se move rápido, salta bem e tem uma série de movimentos a sua disposição, como golpear pedras e baús em estilo tacada de golfe ou usar a bengala como pula-pula, o que permite saltar na cabeça dos inimigos ou atravessar fossos repletos de espinhos por exemplo.

Dificuldade


Levando em consideração a época que foi lançado, podemos classificar "Ducktales" como um jogo até fácil, muito menos árduo do que outros jogos plataforma da época, como "Alex Kid in Miracle World" ou "Super Mario Bros". Isso não significa que não seja divertido, e nem que, a sua maneira, não seja desafiante. Lembre-se... "Ducktales" é um jogo com forte teor de exploração... existem tesouros e itens escondidos, áreas secretas em todas as fases e um par de segredos mais difíceis de serem descobertos.
Para ajudar Tio Patinhas em sua aventura, existem vários power- ups, como uma esfera que confere invencibilidade e sorvetes ou bolos que recuperam energia. Fique atento a "bonecos" do pato rico encontrados aqui e ali pelos cenários... são vidas extras. Existem também alguns itens específicos, necessários para dar continuidade ao jogo, como o controle remoto que convoca o Gizmoduck/ Robopato, ou as chaves que abrem o portão da mina africana ou o disco voador.
Sim... as portas de um veículo de alta tecnologia alienígena são abertas com uma chave comum, igual a porta do seu banheiro...

Comentário Final


"Ducktales" é um dos melhores jogos de aventura estilo plataforma que já joguei. É um daqueles jogos que ajudam a definir um estilo. "Ducktales" tem todos os elementos essenciais que um jogo plataforma precisa (ou quase... faltou uma loja para comprar power- ups e demais tranqueiras, mas como  o Tio Patinhas é pão- duro mesmo...) e muito bem empregados: tesouros a serem coletados... segredos a serem descobertos... power- ups úteis... cenários variados, aventurescos e interessantes... chefes de fase legais...itens especiais a serem encontrados...personagens carismáticos... história enlevante, mesmo que simples... agora some isso a gráficos e músicas de qualidade e uma boa jogabilidade e tem-se um clássico imperdível para qualquer retrogamer e talvez até para muitos jogadores mais novos. Nem preciso dizer o quanto esse jogo é recomendado.

NOTA: 10,0

P.S: Em 2013 foi lançado um remake de "Ducktales", bastante elogiado pela mídia e público, embora eu não tenha achado grande coisa. O remake está disponível na loja Steam, e o jogo original também, parte da coletânea "The Disney Afternoon Collection", junto com outros 5 jogos da Capcom para NES estrelando personagens Disney (inclusive "Ducktales 2").

21 de jun. de 2018

Serviço de Utilidade Pública OSD: O puzzle das sprites de "Dragonsphere"


No point-and-click "Dragonsphere" para chegar ao rei das fadas, o Butterfly King (Rei Borboleta em tradução livre), primeiro deve-se solucionar um puzzle (na verdade um problema de raciocínio lógico) no labirinto de folhas. Para solucionar o puzzle, deve-se falar com as sprites que ficam voando pelo cenário. 
O problema é que são 8 sprites (4 "meninos" e 4 "meninas", divididos em 4 casais de irmãos), as quais ficam alternando-se em três cores diferentes (vermelho, azul e amarelo), sendo que a a cada cor a sprite fala uma frase diferente (ou seja, cada sprite fala três frases diferentes) e, o pior de tudo, é que as malditas sprites nunca ficam paradas! 
As desgraçadas ficam voando de um lado para outro sem parar, sem seguir nenhum padrão aparente! E quando você está falando com uma das excomungadas, as outras não ficam paradas! Continuam voando e se misturando e trocando as malditas cores! Você conseguir falar com cada uma delas em cada uma das cores e conseguir todas as 24 dicas é uma tarefa capaz de irritar um monge budista!
Para ajudar qualquer leitor nosso que deseje dar uma chance a esse jogo antigo, nós do OSD, após  quase quebrar uma cadeira no monitor e esgotar o nosso estoque de palavrões, além de inventar alguns novos exclusivamente dedicados ao programadores de "Dragonsphere", recolhemos e traduzimos todas as 24 frases ditas pelas oito sprites. Todas estão transcritas abaixo. 
Atenção! Não vamos dar nenhuma dica ou spoiler de como resolver o puzzle, apenas listar as dicas.

* sprite Betty
-Vermelho: O sprite que pode fazer você atravessar em segurança só pode faze-lo se a primeira letra de seu nome for diferente da primeira letra de sua cor.
-Azul: Apenas um sprite azul pode fazer o caminho seguro para você atravessar.
- Amarelo: O feiticeiro Sanwe é maligno.

* Bart
- Vermelho: Minhas irmã diz a verdade quando azul.
- Azul: Yancy e eu somo como a maioria das outras sprites.
-Amarelo: Algumas sprites azuis sempre mentem, outras sempre falam a verdade.

* Rachel: 
- Vermelho: Meu irmão é Bart ou Yancy.
- Azul: Sprites vermelhas sempre mentem.
- Amarelo: Quando estou aamrela o sprite que pode fazer você atravessar é vermelho.

* Ralph:
- Vermelho: Apenas um sprite azul pode fazer o caminho seguro para você atravessar.
- Azul: Diferente da maioria das outras sprites, o nome da minha irmã não começa com a mesma letra que o meu.
- Amarelo: O sprite que pode fazer você atravessar em segurança só pode fazê-lo se a primeira letra de seu nome for igual à primeira letra de sua cor.

* Jane:
- Vermelho: Quando eu estou azul, a sprite que pode fazer você atravessar em segurança é vermelha.
- Azul: Algumas sprites azuis sempre mentem, outras sempre falam a verdade.
- Amarelo: Meu irmão diz a verdade quando está azul.

* Jim:
- Vermelho: Sprites amarelas sempre mentem.
- Azuis: A sprite que pode fazer você atravessar em segurança só pode fazer isso se a primeira letra do seu nome for diferente da primeira letra de sua cor.
- Amarelo: Minha irmã diz a verdade quando está azul.

* Yvonne:
- Vermelho: Apenas uma sprite amarela pode fazer você atravessar em segurança.
- Azul: Apenas uma sprite vermelha pode fazer você atravessar em segurança.
- Amarelo: Apenas uma sprite vermelha pode fazer você atravessar em segurança.

* Yancy: 
- Vermelho: Minha irmã mente quando está azul.
-  Azul: Sprites amarelas senpre dizem a verdade.
- Amarelo: Existem oito de nós (os guardas não contam). Quatro são meninos, quatro são meninas. Nós somos quatro pares de irmãos (irmão- irmã).

É isso! Boa sorte a quem tentar.  É um puzzle difícil? Sim. É trabalhoso? Demais! É impossível? Não... tomou-me um bom par de horas, mas consegui resolver o puzzle das sprites sozinho, sem consultar nenhum walkthrough/ detonado. Foi recompensador.

20 de jun. de 2018

International Super Star Soccer..........DELUXE



"É copa do mundooo amigooo", já dizia aquele celebre e chato narrador que ninguém gosta.

Nós do OldSchoolDigger as vezes estamos de olho nesses jogos, mas por termos bebês, patrões e demais responsabilidades, só agora começamos a falar de jogos relacionados a Copa.

E nada melhor começar com o classico do futebol de video game: International Super Star Soccer DELUXE!!


WE LOVE SOCCER!




História e Roteiro


Game de esporte não tem historia. Apenas futebol. Muito futebol. Mas podemos dizer que tem roteiro.
Digo isso porque você pode escolher entre vários tipos de jogos e campeonatos. Open game que é o amistoso, mas que também podem ser criados pequenos campeonatos. Outras escolhas são jogar um torneio internacional, jogar apenas disputa de penaltis, disputar a copa do mundo, treinar o time ou jogar o modo cenário, que lhe é dado uma situação de jogo entre seleções, no qual você tem que tentar alterar o resultado.
O legal também é que ainda não tinha costume de ter o nome verdadeiro de jogadores, introduzido no PES muitos anos depois. Mas os nomes eram parecidos, ou os gráficos dos jogadores lembravam algum jogador conhecido da época.

Gráficos


Os gráficos são muito bons. Jogos de futebol para esses consoles geralmente falhavam nos gráficos.
International super star soccer DELUXE não é assim.
Desde a parte do menu com as bandeiras, as escolha do tipo de campo a ser jogado. A amostra do estadio antes do inicio da partida.
A partida também tem gráficos legais, com a boa definição das camisas dos jogares, as propagandas dos alambrados e o juiz e bandeirinhas.

Música e Efeitos Sonoros

A torcida está sempre fazendo barulho e tocando tambores. São bons efeitos sonoros, necessários para uma partida de futebol. Até o barulho do chute na bola e dos passes.
E o que dizer principalmente das falas do narrador que tanto fizeram sucesso nesse jogo.
THOWN IN.
KICK OFF.
GOAL KICK.
etc
e o mais famoso o KIII SHOOT!


Controles e Jogabilidade


A jogabilidade tem pontos fortes e fracos. Um adendo simples para a formação táctica que você é livre de configurar as posições do jeito que gostar.
O jogo em si é simples, tendo botão pra correr, tocar, chutar e fazer passes longos e trocar o jogador de marcação quando estiver sem a bola.
A dificuldade está em fazer o gol. Tem que ser de rebote ou em posições bem macetadas para o goleiro aceitar chutes de longa e média distancia.
Mas é um jogo bem dinâmico e rápido, ou seja, um dos melhores jogos de futebol dessa era de poucos bits.


Dificuldade


A dificuldade depende do teu adversário. Se for um outro gamer bom de jogo, essa será a sua dificuldade. Depende também de qual time você vai colocar que o computador use como seu adversário.
Como dito acima, a dificuldade maior é jogar contra o goleiro. Até no modo treino ele é enjoado para fazer gols.

Comentário Final


É um bom e divertido game de futebol. Marcou época por causa dos gráficos, sons e tudo o mais.
Mas o principal que marcou foi a entrada do jogo, na qual o narrador termina com o DELUXE. Impossível não acompanhar as falas do mesmo durante esse inicio do jogo. Todo gamer que se preze, fala junto com o game nesse momento, mesmo que em pensamento.
Talvez por essas características marcantes e é claro da própria qualidade do game, se tornou um ícone para os jogos de esporte (leia futebol) da época.

NOTA: 9,0

Observação 1:
A versão Deluxe, lançada no mesmo ano que a original, contêm muitos avanços sob a original. Essas mudanças se referem à versão de Super Nintendo.
Foi feito um modo de jogar com dois jogadores contra a máquina cooperativamente
Comentários extra foram adicionados, mesmo sendo básico e consistindo de um pequeno número de frases como "Down the wing!", "It's a biiiiiiiiig kick!", "Incredible control!" e "Blocked shot!", que às vezes tocava um pouquinho atrasado, para efeito cômico
- Os gráficos dos jogadores e a inteligência artificial foram melhoradas
- As substituições e a seleção de jogadores foi melhorada, fazendo que fosse possível dizer o tipo de jogador que estava sendo selecionado, atacante, defensor, etc.
- Ativando uma das estratégias definidas resultava no nome da estratégia aparecendo na tela
- Escanteios e faltas diretas não têm mais uns poucos segundos antes de decidir aonde a câmera se posiciona ao redor dos jogadores. Foi possível controlar a posição da câmera antes de dar o chute
- O cronômetro mostra um gráfico de anel que desconta o tempo em cada metade do jogo
- É possível fazer carrinho no goleiro quando a bola está fora de jogo, frequentemente (mas não sempre) resultando em um cartão vermelho
Observação 2:
INTERNATIONAL
SUPER
STAR SOCCER
....

16 de jun. de 2018

Realms of Chaos


Ao contrário dos consoles domésticos, plataforma nunca foi um estilo de grande destaquenos computadores, acabando ofuscado pelas miríades de jogos point-and-click, first-person shooter (FPS) ou estratégia. Isso não significa que não houve bons títulos desse gênero lançados para essa plataforma... "Prince of Persia",  "Claw", "Oddworld: Abe's Odissey" e "Pandemonium" estão aí para provar- e isso sem contar um bom punhado de jogos bons, ou apenas "mais-ou-menos", hoje esquecidos (ou quase).
Boa parte desses jogos semi- esquecidos dos anos 80 e 90 saíram das mãos da Apogee, como "Realms of Chaos", um jogo de aventura em um mundo de fantasia medieval que parece saído das histórias de Conan, o Bárbaro e dividido em três capítulos- o primeiro distribuído como shareware- lançado em 1994.

História e Roteiro


O jogo possui um típico roteiro de "heróis contra o caos que se espalha", mas com um ar que se aproxima mais do sword-and-sorcery (espada-e-feitiçaria, em tradução livre) das antigas revistas pulp onde Robert E. Howard pubicava do que de da high fantasy/ alta fantasia de J.R.R Tolkien.
Em "Realms of Chaos", uma sombra misteriosa surge sobre o mundo de Mysteria e seus habitantes começam a se transformar em bestas agressivas, prontas para derramar sangue (não necessariamente nessa ordem), isso ocorrendo até em reinos outrora aliados dos humanos, como a terra do povo gato, Mryaal, e o reino subterrâneo dos goblins. 
Como desgraça pouca é bobagem, tudo fica ainda pior quando uma raça desconhecida e violenta ataca o reino dos Homens, sendo rechaçada com dificuldade, embora tenha ficado claro que outro ataque era apenas questão de tempo (as coisas nunca são fáceis para reinos humanos em mundos de fantasia medieval).
Dois heróicos irmãos, o guerreiro Endrick e a feiticeira Elandra, partem em uma jornada pelos reinos para descobrira causa de tudo e salvar seu mundo da negra sombra que o engolfa. 
Isso soou tão épico, não?

Gráficos


Os gráficos são muito bons para um jogo de 1994. Os cenários são bastante detalhados, com algumas coisas bem legais, como o reflexo das plantas e árvores na água da fase do pântano ou as silhuetas de montanhas e árvores vistas ao longe contra o céu.
Os sprites dos heróis são austeros, como bem cabe a uma dupla de aventureiros mercenários, mas bem-feitos, dando para se ver inclusive os olhos de Endrick e Elandra. Os sprites dos inimigos, em especial dos chefes de fase, são bem legais de se ver- gosto em especial dos guerreiros  do povo gato usando capas que aparecem no primeiro capítulo do jogo. A grande exceção seria para o sapo gigante da fase do pântano... não é tão ruim assim, mas se parece mais um bicho de pelúcia mal feito do que com uma criatura monstruosa de um charco esquecido...
O ponto fraco dos gráficos de "Realms of Chaos" é a animação e movimentação dos personagem, um tanto travada e engessada, pouco fluida até em comparação com vários jogos do Mega Drive e do SNES daquela época. Não é algo que chega a estragar o jogo, mas podia ser melhor.

Música e Efeitos Sonoros

As músicas variam de medianas a boas. Gosto mais da trilha sonora do terceiro capítulo, "Foray Into Fire", as quais tem um tom levemente gótico. 
Os efeitos sonoros para a época eram de impressionar, mas hoje estão obviamente envelhecidos. Alguns ainda são legais, como o som do golpe da espada de Endrick, e a maioria não chega a incomodar, mas... o grito na tela de abertura, ao se apertar o botão para chamar o menu, provavelmente provocará risos em jogadores mais novos- e nos mais velhos também. 
Pelo menos eu ri...

Controles e Jogabilidade


A jogabilidade tem pontos altos e baixos. O ponto baixo é que é um jogo da primeira metade dos anos 90, logo em alguns momentos a resposta dos controles pode não ser tão afinada, e aquele salto fácil acabar te mandando para o fundo de um abismo. Isso era mais um problema da época do que desse jogo em especial, e até que em "Realms of Chaos" isso ocorre com bem pouca frequência.
O ponto alto da jogabilidade é aquilo que coloca "Realms of Chaos" um degrau acima dos típicos jogos de plataforma com heróis medievais da época... é possível trocar de personagem em qualquer momento do jogo, alternando entre o guerreiro, cujo ataque faz mais dano e tem mais energia, e a feiticeira, que ataca a longa distância e em mais direções  (cuidado! os ataques de Elandra consomem cristais e ela não tem outros ataques além da magia!) e também salta mais alto. Dependendo do trecho da fase em que se estiver, você precisará usar um ou outro para poder prosseguir, o que deixa o jogo mais dinâmico e interessante.


Dificuldade


Ainda mais se considerarmos a média da época em que foi lançado, "Realms of Chaos" não é um jogo dos mais difíceis. Tem alguns pontos com um salto mais enjoado de se fazer; outros com um pouco de tentativa e erro; os power- ups do jogo não fazem lá muita diferença e alguns dos secrets/ segredos (geralmente aposentos ou locais escondidos com itens ou cristais) são meio chatos de se encontrar, mas, no geral, nada demais. A curva de dificuldade só sobe de forma um pouco mais abrupta nos chefes de fase... os chefes, em termos de dificuldade, são desproporcionais ao resto do jogo, mas é só o caso de pegar o jeito de cada um. Se você jogou jogos jogos de séries como "Shinobi" ou "Ninja Gaiden" já viu coisa pior.

Comentário Final


Você gosta de jogos de plataforma? E de fantasia Medieval? Das duas coisas? Então jogue. Poderá não ser a coisa mais marcante ou extraordinária que você já jogou, mas é um bom jogo e você vai se divertir. Se você não curte essas duas coisas especificamente, mas gosta de ação, "Realms of Chaos" poderá te distrair por algum tempo, desde que você não o julgue pelos padrões de jogos de ação atuais, muito mais velozes e com ritmo bem mais rápido. Se essas forem suas prioridades... o que posso dizer é que esse é um jogo bem old school com mais de 20 anos, e talvez seja melhor você buscar algo mais novo.

NOTA: 7,0

P.S: "Realms of Chaos" se encontra disponível para compra tanto na loja Steam quanto na GOG. Comprei o meu um tempo atrás durante uma promoção.

12 de jun. de 2018

Dragonsphere


Atualmente jogos point-and-click em geral estão saindo pelas mãos de pequenas desenvolvedoras indie, mas nos anos 90 esse foi um dos tipos de jogo para computador mais destacados e populares, com grandes empresas lançando títulos desse estilo no mercado... a lista é imensa... "The Secret of Monkey Island" *; "Alone in the Dark"; "Maniac Mansion"; "Phastasmagoria"; "Sam & Max Hit the Road"; "Grim Fandango"; "The Dig"; "The X- Files Game"; "Full Throttle"; "King's Quest V: Absence makes the Heart goes yonder"... Dá para ficar o dia inteiro nisso...
Em um gênero com tantos títulos, é praticamente inevitável que alguns tenham recebido menos atenção que o merecido. Foi o caso de "Dragonsphere" lançado pela fabulosa MicroProse, estúdio que teve entre seus fundadores o próprio Sid Meier, em 1994. Embora não tenha sido um fiasco, "Dragonsphere" acabou caindo na seara dos jogos cult, conhecidos por um público limitado porém fiel.

História e Roteiro



Gosta de fantasia medieval? Gosta de contos de fada? O roteiro "Dragonsphere" é basicamente um romance de fantasia medieval, com alguns toques de contos de fada aqui e ali, feito sob medida para você. 
A história se passa no reino de Gran Callahach, habitado por várias raças como fadas e metamorfos mas dominado principalmente pelos "fair" (humanos). De tempos em tempos, um feiticeiro malévolo de outro mundo, Sanwe, surge no reino e exige um pesado tributo em colheitas, gado e riquezas (aparentemente até velhos feiticeiros malignos tem que comer), caso contrário Gran Callahach conheceria a extensão de seu poder da pior forma possível, até que, 20 anos antes do início do jogo, o rei de Gran Callahach, com a ajuda do velho mago da corte Ner- Tom,  consegue aprisionar Sanwe dentro de sua fortaleza atrás de barreiras mágicas. 
O feiticeiro Sanwe jura vingança mas não sobre o rei e sim sobre seu filho, o jovem príncipe Callash, que na época contava apenas com 13 anos. O mago Ner- Tom cria um artefato mágico para vigiar Sanwe- uma esfera de cristal com um dragão em seu interior. A esfera representa a barreira mágica e o dragão, o próprio feiticeiro maligno. Quando a esfera começar a rachar e o dragão em seu interior se mover, é que a libertação do bruxo é iminente.
Com a morte de seu pai, Callash agora é coroado rei, e (como tinha que ser) pequenas rachaduras começam a aparecer na esfera de cristal. Agora o recém- empossado rei deve viajar por todo canto do reino e achar uma maneira de deter o feiticeiro Sanwe e sua vingança.
Apesar de alguns poderem apontar uma, à primeira vista, limitada criatividade para o roteiro, a história é bem costurada, além de contar com algumas boas surpresas no correr da trama. 

Gráficos



Para a época em que foi lançado, os gráficos de "Dragonsphere" eram realmente bons, de ponta. O tempo cobrou seu preço? Sim, mesmo que dessa vez não tenha sido um preço tão alto assim. 
Os cenários ainda são bonitos, mesmo que passem longe de serem HD. Quanto aos personagens, sua animação e movimentação ainda são bem fluidas, embora a aparência esteja um tanto baça, não muito bem definida, para os padrões de hoje, em especial no rosto/ face dos personagens. Apesar do leve "serrilhado" visível, todos os personagens são reconhecíveis e bem diferentes entre si, sendo o sprite do rei Callash obviamente o que recebeu mais atenção.

Música e Efeitos Sonoros

A trilha sonora de "Draonsphere" é bem adequada para um jogo de ambientação de fantasia medieval. É um trabalho competente, razoável, mas não marcante. Na verdade, o principal defeito a ser apontado na trilha sonora é a semelhança que a maioria das músicas tem entre si. Eu escolheria como minha favorita a música do menu inicial, que tem um tom capa-e-espada mas mais sombrio.
Os efeitos sonoros não engrandecem nem atrapalham o jogo. São o esperado, sem nada de especial. O ponto fraco é que a atuação de alguns dos atores que emprestam suas vozes aos personagens é bem típica de ator ruim, bem canastrona mesmo. A mãe e a esposa do rei, por exemplo,  não parecem estar cientes da tensão da situação, com vozes pouco expressivas. O próprio rei Callash em geral se expressa em um tom monocórdio, beirando o inexpressivo. As vezes parece que os atores que fizeram o trabalho de dublagem simplesmente leram as falas no papel que lhes foi entregue, sem de fato tentar entrar no clima da história.

Controles e Jogabilidade



Como é um jogo de point-and-click, o jogo possui um ritmo mais lento, não demandando muito do quesito jogabilidade. Os controles respondem bem e basicamente são dados através do mouse,  direcionando a seta para o ponto desejado e clicando para selecionar pessoas ou objetos no cenário com os quais se quer interagir, usando as ações pré- definidas em uma lista no canto inferior esquerdo (Look. Talk to, Take, etc). 
Se você não está acostumado com esse tipo de jogo, aconselho ler o manual de "Dragonsphere" antes de jogar, pois este é bem didático. Caso contrário... vá em frente e jogue. Não há nada de estranho aqui para alguém já familiarizado com esse gênero.

Dificuldade

"Dragonsphere" não é um jogo grande mas, de fato, possui alguns trechos bem chatos, até mesmo frustrantes, que vão tomar um bom tempo do jogador ( como passar pelos guardiões do labirinto na cena das sprites). Jogos point-and-click em geral tinham pelo menos alguns puzzles mais complicados ou custosos de se resolver, e "Dragonsphere" não é exceção. Em termos gerais, a dificuldade de "Dragonsphere" está na média dos títulos de point-and-click dos anos 90- o que não significa que seja fácil!

Comentário Final


"Dragonsphere" não é o que foi produzido de mais excepcional em seu gênero naquela época, mas é um jogo bem feito e divertido, que merecia um pouco mais de reconhecimento nem que fosse apenas entre os fãs desse estilo específico. Se você gosta de jogos point-and-click, "Dragonsphere" tem tudo para te agradar. Se você não é lá muito próximo desse gênero, mas gosta de fantasia medieval, a história do jogo pode te prender, então vale a pena dar uma chance. Lembre-se... em um trecho ou outro, paciência é um pré- requisito.

NOTA: 7,0


* Observação 1: "The Secret of Monkey Island" já recebeu um review aqui no blog. Para conferir é só clicar no link: https://oldschooldigger.blogspot.com/2016/03/the-secret-of-monkey-island.html

* Observação 2: "Dragonsphere" está disponível para compra tanto na loja Steam quanto na GOG. Originalmente foi liberado gratuitamente na GOG, juntamente com outros jogos como "Teenagent" e "Lure of the Temptress", mas atualmente é um título pago.
E eu recebi o jogo gratuitamente na época que me cadastrei na GOG ( hehehe... lero-lero... lero-lero).

9 de jun. de 2018

Novo jogo para Mega Drive- "Tanzer"



Um conhecido me passou a dica de um novo jogo de Mega Drive em desenvolvimento. Não, não é "Tanglewood"... é um outro, dessa vez um jogo de ação estilo "correr-e-bater" ( tipo "Strider") com temática alienígena + velho oeste (não, não é uma adaptação do filme ou da HQ "Cowboys & Aliens"), "Tanzer".
Vi alguns vídeos e a página da campanha no kickstarter e o que posso dizer inicialmente é... não achei nada empolgante... 
Os gráficos me parecem mais próximos do Master System do que do Mega Drive, diferente do já citado "Tanglewood" que realmente parece um jogo de 16 bits.... o protagonista em especial me pareceu uma mistura de "Shadow of the Beast" com o Gorpo do "He-Man". As artes da caixa também me pareceram muito amadorescas... o tipo de coisa que você veria desenhado no caderno de um colega de classe metido a desenhista. Já a música não achei de todo má, pelo contrário, achei-a até razoável.
Tenho poucas informações sobre a história... pelo pouco que dá a entender o protagonista é um alienígena que chega a Terra em meados do século XIX, mas especificamente no far west norte- americano e deve ajudar a Terra a se livrar de alguma ameaça. Os inimigos que ví nos vídeos são muito bizarros- mesmo para os padrões de 8-16 bits... Cavalos mecânicos voadores que parecem saídos de um carrossel e um carroção possuído por alguma coisa com um rosto gigante, para ficar só em um par de exemplos.
Não ficou claro para mim se o jogo vai ser lançado de forma mais ampla, inclusive em formato digital para lojas como a Steam, como foi o caso de "Pier Solar". Pelo que entendi... não... será uma edição limitada e vendida exclusivamente em cartucho. Acho isso um grande tiro no pé, já que alija uma grande fatia de jogadores retrogamers que não possuem mais seus Mega Drives.
Eu compraria o jogo? Francamente... em cartucho, não, eu não compraria... não vou sequer colaborar na campanha do kickstater... se fosse lançada uma versão digital com preço acessível, sem ilusões de grandeza, eu pensaria no caso e é bem provável que comprasse- e é mais provável ainda que eu comprasse em alguma promoção com um desconto de no mínimo 50%.
Vamos torcer que os desenvolvedores mudem também lancem uma versão digital para PC, além de que a versão final do jogo seja melhor do que a mostrada no vídeo e nas fotos da página do kickstarter... eles já conseguiram bem mais dinheiro do que o inicialmente pedido, então recursos para isso parece existir.

Segue abaixo o link para a página do kickstarter, para quem quiser conferir e talvez colaborar:

https://www.kickstarter.com/projects/835242565/tanzer-a-new-sega-mega-drive-genesis-exclusive-gam/description


5 de jun. de 2018

Divagações Oldschool- Será "Quartet" da Sega um filho bastardo de "Gauntlet" da Atari?



"Gauntlet" foi um dos primeiros jogos que ganhei para jogar no meu NES-clone, um Phantom System da Gradiente. Gastei horas e horas nesse jogo. Nunca consegui vencê-lo mas até hoje é um favorito meu e um dos recordistas em devorar meu tempo. "Quartet" é um joguinho pouco conhecido de Master System que, por diversas razões, me diverte bastante. Ambos são jogos de ação e aventura e ambos também foram originalmente jogos de arcade. Aparentemente as semelhanças acabam aqui mas por acaso esbarrei com um artigo na internet que relata uma possível proximidade entre os dois jogos.
Mas "Gauntlet" é um jogo de exploração de labirinto com câmera vista de cima ambientado em um cenário de fantasia medieval, enquanto "Quartet" um jogo de ficção científica estilo plataforma com visão lateral.... que tipo de relação os dois podem ter afinal? 
Bem... Segundo disse Ed Logg, um dos criadores de "Gauntlet", em uma palestra durante um encontro de desenvolvedores de jogos, a existência de "Quartet" deve-se a "Gauntlet".
Como assim? Os jogos não tem quase nada a ver um com o outro, exceto aqueles elementos básicos presentes em miríades e miríades de jogos dessa época, como atirar em inimigos e precisar de chaves para abrir portas!
"Gauntlet" foi lançado como arcade em 1985 e foi um dos primeiros jogos a possibilitar quatro jogadores jogarem juntos, e, como era de praxe na época, foram inicialmente distribuídas algumas máquinas em alguns locais selecionados a guisa de teste, antes da distribuição em larga escala. 
O procedimento, segundo o artigo que li, era o seguinte: O dono do lugar ganhava o arcade de graça, mas em troca tinha que disponibilizar para a empresa (nesse caso específico a Atari) a informação do total de moedas de 25 cents que o jogo arrecadou (lembre-se que nos EUA  usam moedas, os populares quarters, nas máquinas e não fichas compradas em um caixa como aqui no Brasil), além do total de cada máquina  presente em seu estabelecimento, para assim poder se estabelecer uma comparação entre o jogo novo e jogos já presentes no mercado em termos de sucesso e lucro.
Ao visitar um desses locais para colher as informações, Ed Logg deparou-se com nada mais, nada menos, que um grupo de desenvolvedores da Sega tirando fotos do gabinete de "Gauntlet". A Atari não gostou do lance e retirou a máquina daquela loja e colocou o dono na lista negra, cortando o cara do esquema de testes definitivamente.
Mais ou menos um ano depois, em 1986, a Sega lança seu próprio arcade para quatro jogadores simultâneos, deixando muita gente com a pulga atrás da orelha de que, pelo menos em nível de estrutura do gabinete e da ideia de um jogo para quatro e não dois jogadores, a Sega teria plagiado a Atari.
Pode ter sido coincidência, ou algo como a Sega já estar desenvolvendo seu gabinete mas ter tirado fotos do gabinete da Atari para comparar com seu trabalho? Olha.... acho que até pode ser, mas eu não descartaria a hipótese da espionagem industrial não- e o próprio Ed Logg também não, já que, pelo que a entrevista dá a entender, o próprio Ed é dessa opinião!
Como já falei, já joguei bastante ambos os jogos (mesmo que apenas as versões dos consoles domésticos, bastante alteradas em comparação às originais de arcade) e realmente por essa eu não esperava... jogando os dois não tem nada que possa indicar, pelo menos para mim, a pernada da Sega na concorrente norte- americana... É... de cega a empresa japonesa não tem nada...
Nossa... que trocadilho horrível... melhor parar por aqui e me retirar... minhas sinceras desculpas.

P.S: Ficou curioso para ler o texto pelo qual eu soube disso? Aí vai o link do artigo completo, mas o texto está em inglês: http://www.ign.com/articles/2012/03/08/seven-facts-you-never-knew-about-gauntlet