15 de out. de 2018

Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers


Nos anos 90 teve um modismo de pegar personagens clássicos e dar uma recauchutada, relançando-os com uma temática mais de acordo com o gosto noventista, bem aventuresca e pop. Tico e Teco, por exemplo, deixaram de ser uma dupla de pestes de quintal para fazer parte de um grupo de aventureiros sempre envolvidos em resgatar alguém ou ajudar o próximo- com destaque para o visual a la Indiana Jones dado ao Tico, de jaqueta e chapéu fedora! 
Como não podia deixar de ser naquela época, tais versões logo ganhavam jogos de videogame inspirados nelas. E com Tico e Teco não foi diferente... em 1990, a Capcom lançou para NES "Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers", um belo jogo de plataforma.

História e Roteiro


Os jogos da parceria Disney + Capcom para NES sempre seguiam bem de perto o clima da série animada na qual eram inspirados e "Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers" não é exceção: Chip/ Tico reúne o grupo e comunica o desaparecimento do gatinho de estimação de uma menina chamada Mandy, e estranhos cães e ratos robóticos começam a aparecer pela cidade. O grupo se divide em três, cada um com uma tarefa a cumprir, e então partem em busca do bichano sumido e de esclarecer o mistério por trás dos animais-robô.
A princípio, é uma premissa bem simples e, mesmo com uma pequena guinada logo no início do jogo, não se pode falar que deixa de ser assim. De qualquer forma, funciona. O jogo fluí e é isso que conta.

Gráficos


Os gráficos são muito bonitos! Mesmo com as limitações de hardware do NES, os personagens estão bem feitos e plenamente reconhecíveis, além de bem animados e com detalhes como Tico ou Teco suarem ao carregar algo grande e pesado, como uma maçã (grande e pesado para um esquilo, obviamente). As cut-scenes são simples, mas são bem feitas e agradáveis aos olhos, mesmo com a palheta de cores limitada do NES. Os cenários também são muito bem desenhados e mais coloridos, de fato lembrando a arte do desenho animado.
O maior defeito que me vem a cabeça é que a tela de abertura poderia ter um pouco mais de cor. Não é feia, mas um pouco mais de colorido a deixaria com mais vida e mais próximo do espírito da série de TV. Ficou um tom pastel demais.

Não está mal, mas podia ser melhor!
Música e Efeitos Sonoros

A trilha sonora de "Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers" é muito divertida! As músicas são leves, com aquele tom de aventura descompromissada dos desenhos de antigamente. Embalam bem o jogo e não cansam o ouvido do jogador. A música tema é bem legal, e dentre os estágios, gosto em especial das músicas do Stage 0 e do Stage F!
Os efeitos sonoros são bons, acima da média do NES, e complementam bem as músicas no que toca a criação do clima do jogo. Tudo encaixa bem!

Controles e Jogabilidade


Os controles são simples, apenas precisando pegar alguns detalhes, por exemplo como arremessar objetos para cima, como descer de uma plataforma ou que é possível você se esconder dentro de alguma caixa que esteja carregando- deixando apenas os olhinhos aparecendo, um detalhe bem engraçado!
A resposta aos comandos é boa,  bem acima da média não só do NES, mas da maioria dos jogos de 8 bits. Embora um escorregão aqui e ali não seja impossível de acontecer, é muito pouco para manchar a jogabilidade do título.
Por último, vale a pena lembrar que "Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers" ainda tem aquele lance legal de dois jogadores poderem jogar ao mesmo tempo na mesma tela, deixando tudo ainda mais divertido!

Dificuldade

Escondido dentro da caixa, mas de olho em tudo que se passa!
Para a época que foi lançado, "Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers" não é um jogo realmente difícil. Tem seu nível de desafio, mas a Capcom soube dosar bem a dificuldade levando em consideração que o público-alvo do jogo originalmente eram jogadores mais novos, e conseguiu um bom equilíbrio no quesito "Dificuldade X Diversão". O maior risco a se prestar atenção é que a tela não volta nem desce... se você cair de uma plataforma para fora da tela, por exemplo, perderá uma vida! Fique de olho nesse detalhe!
O jogo tem opção de escolha de personagem, Chip/ Tico e Dale/ Teco, mas não vi nenhuma diferença relevante entre os dois, exceto na aparência. Ambos atacam da mesma forma, pegando objetos como caixas e maçãs pelo cenário e jogando nos inimigos, bem ao estilo "Super Mario Bros 2/ USA" ou se escondendo dentro das caixas e deixando os inimigos se chocarem contra ela.
Os outros três membros da equipe tem funções diferentes dentro do jogo:

a) Gadget: A ratinha branca é o cérebro da equipe. De início ela parte na frente, para verificar o terreno e espalhar itens e invenções suas pelo caminho que possam ser de alguma ajuda à dupla Tico e Teco. Também dá algumas dicas no correr do jogo.
b) Monterey Jack: O aventureiro veterano do time, um rato grande e experiente, embora um pouco presunçoso. A força bruta de Monty, aliada ao seu amor por queijo, pode ser útil em alguns momentos do jogo.
c) Zipper: A mosquinha esperta e corajosa parceira de Monterey Jack. Zipper, caso encontrado durante a fase, protegerá o personagem, atacando os inimigos e funcionando como uma barreira para proteger Tico ou Teco.

"Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers" tem alguns power ups bem úteis, como nozes que recuperam energia. E fique de olho em umas caixinhas pretas com uma flor desenhada! Ao coletar cinquenta delas, uma estrela branca brilhante surgirá! Apanhe-a e ganhe uma vida extra! Existem também estrelas amarelas, achadas pelas fases. Coletar dez dessas faz uma das que vida extra aparecer.
Sim... eu sei que esse lance das estrelas ficou meio genérico, mas, vamos lá, né? Dá um desconto... no fim das contas isso não deixa o jogo menos legal.

Comentário Final


"Disney's Chip'n Dale: Rescue Rangers" é um game bem feito e divertido, com potencial para agradar até jogadores mais novos, que não viveram a época dos 8 bits. É um bom jogo de plataforma, com detalhes legais como um mapa de mundo que permite alguma escolha de para qual fase se vai, além de ter personagens carismáticos, tanto como heróis quanto como vilões. Um pequeno clássico que vale a pena conhecer ou reencontrar.

NOTA: 8,5

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