7 de jul. de 2020

Legacy of the Wizard


A bilioteca do NES ainda tem muitas hidden gems a oferecer, em especial de jogos que na época receberam menos reconhecimento do que mereciam no ocidente ou simplesmente foram esquecidos com o correr dos tempo. Se você gosta de RPGs clássicos ou é fanático por JRPGs, "Legacy of the Wizard" é um jogo que merece sua atenção.
Originalmente lançado no Japão em 1987 como "Dragon Slayer IV: Drasle Family", "Legacy of the Wizard" foi um dos poucos títulos da fantástica série "Dragon Slayer" da Falcom a chegar deste lado do globo terrestre (traduzido apenas para o inglês). Mesmo que a série toda mereça ser conhecida, não se preocupe... o jogo é independente e pode ser jogado sem nunca você sequer saber que ele faz parte de uma franquia.

História e Roteiro


Uma história clássica, cujo maior diferencial é que no lugar de apresentar um único herói solitário ou um grupo de desconhecidos que vai se reunindo aos poucos dadas as circunstâncias, "Legacy of the Wizard" é protagonizado por toda uma família de heróis aventureiros- incluindo o bichinho de estimação!
É... família que mata dragão unida permanece unida.
Mas como tão simpática família se meteu nesse rolo? Bom... a muito, muito tempo atrás, o Rei Dragão (Dragon King no original) aterrorizava uma pacata floresta e ameaçava o resto do mundo, pois afinal ele era um dragão e é isso que os dragões (geralmente) fazem.
Um poderoso mago enfrentou o dragão e o aprisionou no subterrâneo (sim, embaixo da floresta tem uma dungeon imensa, com lojas e hospedarias, inclusive... legal, não?) e assim o tempo passou... 
Décadas depois, sinais (tipo o mascote da família entrar saltitante em casa com uma escama do bicho na boca) mostram que o Rei Dragão está prester a despertar e agora a famíla daquele que outrora o aprisionou deve derrotar o monstro novamente.
Mas que presente de grego, hein, vovô?
A única forma de deter o Rei Dragão é com a lendária espada Dragon Slayer. Encontrá-la é a primeira missão. Toda a família se une e parte para a aventura.
Menos os avôs que, na opinião dos programadores da época, já passaram da idade para esse tipo de estrepolia.
Eu, particularmente, fiquei decepcionado por não poder jogar com os dois...

Gráficos


Os gráficos são indubitavelmente datados, mas para a época eram bons. Os heróis e a maioria dos montros são pequenos, mas até que bem detalhados. Alguns cenários são mais vistosos, outros mais sem graça, mas mesmo envelhecidos é visível o quanto os gráficos foram feitos com capricho.
Eu gosto em especial dos sprites dos dois filhos e alguns dos monstros, como os homens-porcos, ficaram bem legais também. Os chefes são maiores e mais detalhados, algo bem comum naqueles tempos de poucos bits.

Música e Efeitos Sonoros



A trilha sonora é um dos pontos altos dos jogos, Para quem curte videogame a mais tempo, basta dizer um nome: Yuzo Koshiro, o mesmo cara responsável pelas músicas de "The Revenge of Shinobi" e da trilogia "Streets of Rage", além de muitos outros. Acho que dispensa maiores comentários, pois mesmo se tratando de um trabalho de início de carreira, o talentp de Yuzo já se mostrava. Eu sempre que jogo paro um pouquinho na tela de abertura para ouvir o tema princial do jogo. É difícil dizer de qual eu gosto mais... até da a música dos shops/ lojas eu me amarro!
Os efeitos sonoros cumprem sua parte, mas sem nem metade do brilho da trilha sonora.

Controles e Jogabilidade


Essa é a parte mais problemática para os padrões de hoje em dia... "Legacy of the Wizard" possui váriosdos problemas comuns a jogos dos anos 80 o que toca a jogabilidade, como precisão insatisfatória em vários momentos ao se saltar de um lugar mais baixo para um mais alto e coisas simples, como subir uma escada, serem mais difíceis do que deveriam. É mais um problema da época, e das limitações técnicas de então, que um defeito específico do jogo, mas pode exasperar muitos jogadores que o forem jogar hoje em dia. Só posso dizer o seguinte: tenha paciêcia e pegue o jeito. Vai valer a pena.
Quanto aos controles, o único senão é que como o NES só tinha dois botões, usar os itens é meio chatinho- em especial mover os blocos de pedra com as luvas de super-força! Mais uma vez... é algo devido mais às limitações técnicas do período que um defeito específico do jogo. O segredo é treinar.

Dificuldade


É difícil. Bem difícil. Divertido? Sim, bastante, mas... difícil...
O jogo precisa de bastante paciência e exploração. Em muitos momentos você vai aprender o que fazer na base de tentativa e erro, testando diferentes membros do clã e vendo qual tem aquilo que é necessário para seguir adiante. Pelo menos é aquele tipo de dificuldade que é recompensadora e você vibra quando consegue resolver a situação e renova a vontade de seguir adiante.
Ah, sim... e se você era um adepto da nobre arte de desenhar mapas para os jogos os anos 90, é uma boa oportunidade para colocar suas habilidades esquecidas em prática. "Legacy of the Wizard" é um jogo de mundo aberto, e a dungeon é supreendentemente grande para um jogo de 1987, com cinco áreas prncipais, cheias de segredos. Não é difícil se perder e ficar dando voltas, então um mapa feito  por você, ou por algum amigo prestativo que saiba desenhar razoavelmente bem, será de grande valia!
Por fim, o jogo também possui muitos itens e armas, e é praticamente essencial saber o que cada um faz.

Comentário Final


"Legacy of the Wizard" é um grande jogo, com muita coisa inovadora para sua ´poca, como não ser linear e poder trocar de personagem no correr da partida. O tempofez valer seu efeito em alguns aspectos do jogo, mas isso não diminui sua qualidade. Alguns jogadores podem achá-lo cansativo, com a ecessidade de ir e voltar várias vezes para se trocar o membro da família, mas aqueles que derem uma chance vão achar um pequeno e valioso clássico. "Legend of the Wizard" é um jogo cult, mas merecia mais reconhecimento, ontem e hoje.

NOTA: 8,5

P.S: Apesar de, no ocidente, ser chamada de "Drasle Family", o nome original da família é Worzen. A confusão veio de ter "Drasle" no título original japonês, mas "Drasle" é originalmente uma abreviação para "Dragon Slayer", não um sobrenome.

P,S 2: A identidade de quem de fato prendeu o dragão é meio controversa... no manual norte-americano fala-se que é o avô, Douel, mas outras fontes falam que foi um ancestral da família e Douel então é apenas um velhinho boa-praça que gosta de ouvir as histórias dos parentes.

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