29 de ago. de 2019

"It's a me, MARCO!"


Arte completamente original. Nenhum direito autoral infringido. Cm certeza não!
...
Olha... a cara-de-pau não conhece limites...
Mas admito que se visse no mercado acabaria comprando só por curiosidade...
...
E para mostrar a embalagem para outras pessoas...

25 de ago. de 2019

Power Punch II


Alguns clones de games famosos, para tentar conseguir alguma atenção individualizada, tentavam dar uma roupagem diferente, mudando o cenário do jogo de sucesso original, mas mantendo o estilo de jogo, mecânicas e demais características essenciais intactas, ou quase isso. Lançado em 1992 pela australiana Beam Software apenas para o ocidente, "Power Punch II" é um clone de "Punch-Out!!" que se encaixa perfeitamente nessa categoria.

História e Roteiro


O pessoal mais novo provavelmente tem apenas uma vaga noção de quem foi Mike Tyson, mas aqueles que nos anos 80 e 90 já seguravam os joysticks com certeza lembram. Mike Tyson foi a grande estrela do boxe na época, tanto por seu talento como lutador quanto por seu comportamento polêmico. 
Obviamente que alguém cujos holofotes estavam tão em foco não ficaria muito tempo longe do mundo dos games... Mike Tyson foi o adversário final em uma das versões de "Punch Out!!" (posteriormente substituído pelo fictício Mr. Dream) e serviu de inspiração para o Balrog (M. Bison ,no Japão) de "Street Fighter II". Originalmente, era para Mike Tyson ser o protagonista de "Power Punch II", mas acabou não acontecendo, provavelmente por questões legais envolvendo uso da imagem, royalties e pro aí vai.
Inicialmente programado para se chamar "Myke Tyson's Intergalactic Power Punch", o título do jogo foi alterado para "Power Punch II", protagonizado pelo jovem boxeador Mark "Tough Guy" Tyler, descaradamente inspirado no campeão dos peso-peados do mundo real.
No jogo, Mark Tyler é o indiscutível campeão do planeta Terra, tendo se tornado profissional após ganhar uma medalha de ouro olímpica. Mark manteve o cinturão de campeão mundial por oito anos consecutivos, de 1998 até 2006, invicto.
Ao vencer pela nona vez o campeonato da Unified Championship, Mark Tyler acaba chamando a atenção de Gordo Gloop, presidente e ex-campeão da IGBF (Intergalactic Boxing Federation), que assistia a luta a alguns anos-luz de distância via pay-per-view.
Nada impressionado com o que viu, Gordo Gloop resolve tirar a limpo o quão forte Mark "Tough Guy" Tyler realmente é, convidando-o para disputar o cinturão da IGBF contra os melhores boxeadores da galáxia.
Mark acha que trocar Las Vegas por Vênus e aceita o desafio, tornando-se o primeiro terráqueo a participar do campeonato. Será Mark Tyler também o primeiro terráqueo a ostentar o cinturão da IGBF?
O enredo, misturando boxe e ficção científica estilo Space Opera, é sem dúvida trash, mas no bom sentido da palavra! Afinal, como não gostar de uma luta de boxe contra um ciborgue ou um mutante tóxico, não é? 

Gráficos


Os gráficos de "Power Punch II" são medianos. com altos e baixos. A tela de abertura e as cutscenes do jogo são acima da média e a aparência do protagonista Mark Tyler realmente lembra bem a do Mike Tyson daqueles tempos. 
O visual e sprites dos lutadores é bem razoável, embora um pouco serrilhado demais nas bordas para um jogo de 1992. Já os cenários, se não são ruins, são de fato pouco inspirados e repetitivos- E os espectadores que aparecem ao fundo, perto do cronômetro, são simplesmente medíocres.
As animações, tanto do treinamento no ginásio quando das lutas no ringue são medianas, estando dentro do padrão do NES da época, sem maiores defeitos ou qualidades.

Música e Efeitos Sonoros

Músicas e efeitos sonoros que cumprem sua função sem serem marcantes. Isso define bem "Power Punch II". 
A música da tela de abertura é bem genérica e pouco expressiva, enquanto a das lutas e substancialmente melhor. Já dentre os efeitos sonoros, o destaque vai para a audiência vibrando quando algum dos lutadores beija a lona. De resto, tudo na média.

Controles e Jogabilidade


Os controles de 'Power Punch II" respondem bem, mas é um jogo em que é preciso treino e tempo para dominar os comandos. Não é algo lá muito fácil, precisando ter bons reflexos, bom timing e pensar rápido, em especial no ginásio espacial, durante o treinamento, onde para acertar na luva certa  do androide de treino é preciso apertar o botão do braço correspondente àquela luva. Se piscar a luva esquerda e você apertar o botão do braço direito... nada feito... desperdiçou o golpe.
Nas lutas não é muito diferente, sendo demandado do jogador a mesma rapidez de raciocínio, reação e reflexos, além de muito timing,  para encaixar as sequências de golpes e bloquear os ataques do adversário. Treino é essencial para dominar esse jogo e desenvolver a habilidade necessária para entrar em seu ritmo.

Dificuldade


Esse é um jogo difícil, em especial devido a tudo que se precisa para dominar bem os comandos e apertar o botão correto no momento certo. Não é, contudo, apenas isso que torna "Power Punch II" difícil... o jogo pega pesado desde o primeiro adversário... o ciborgue 9763 Borg não é nenhum Glass Joe...
O jogo também não é bem equilibrado... inicialmente, Mark Tyler é bem mais fraco que seus oponentes, precisando dar vários golpes certeiros para tirar um único traço da barra de energia, enquanto basta um soco bem dado do adversário para baixar uns traços da barra de Mark. 
Você tem a opção de treinar antes de cada luta e assim aumentar seus atributos (vitalidade, força e agilidade), mas o próprio treinamento é difícil... para ganhar bônus é preciso acertar no mínimo duas vezes seguidas na luva certa e você só ganha um golpe especial se acertar cinco golpes seguidos! Golpe especial de uso início, diga-se de passagem... usou, perdeu. Pode-se acumular mais de um, mas para isso é preciso acertar mais de uma sequência de cinco golpes certeiros no treino com o androide.
Durante o jogo até é possível recuperar um pouco de sua vitalidade, apanhando umas luvas de boxe que aparecem e caem no ringue, mas não é tão fácil assim alcançá-las durante a luta...
Os adversários podem até ser legais, com aquele visual de desenho animado de aventura do início dos anos 90 (gosto em especial de Helmet Skull e de Alpha Bonehead), mas acredite... são fortes. A menos que você seja um expert nesse tipo de jogo, suas primeiras jogadas vão ser verdadeiras surras ou lutas frustrantes perdidas por pontos. 
Uma última coisa que precisa ser dita...  arrume logo uma lista dos comandos de "Power Punch 2", seja lendo o manual ou procurando em um gamefaq/walkthrough. É importante saber como efetuar cada tipo de soco e como se defender desde a primeira partida.

Comentário Final


"Power Punch II" não é um mau jogo, porém não consegue ir além de ser um clone pior calibrado de "Punch Out!!" em um cenário futurista. Acaba também sendo um pouco um game de nicho, mais voltado para quem gosta desse estilo de jogo de boxe, onde a tela é fixa e você só pode movimentar seu boxeador para a direita e para a esquerda. Demora-se um pouco para pegar o jeito, o que pode ser bem frustrante nas primeiras partidas, mas caso se tenha paciência o suficiente nesse início, é bem capaz de "Power Punch II" render um tanto de diversão.

NOTA: 5,5

P.S: Apesar de o jogo ter o tal "II" no título, dando a entender que é uma sequência, não existe nenhum jogo anterior chamado apenas de "Power Punch". Apesar do nome, "Power Punch II" é o primeiro (e único) jogo da série! A razão para isso nunca foi bem explicada (aliás, que eu saiba, nem mesmo mal explicada) e esse detalhe já gerou um pouco de confusão no passado. 
Lembre-se... não adiante procurar um "Power Punch'" predecessor por aí que você não vai encontrar.

22 de ago. de 2019

Nightshade


Nos tempos de poucos bits volta e meia aparecia um jogo criativo, cheio de boas ideias, mas que acabava aquém do seu potencial As razões para isso eram diversas... por vezes as ideias que pareciam tão boas no papel eram prejudicadas pelas limitações tecnológicas da época, outras era a falta de verba, tempo ou demais limitações especialmente típicas dos estúdios menores, e por vezes era tudo isso junto, resultando em um jogo que não era ruim, mas deixava aquela sensação de que deveria ter sido muito melhor. Lançado exclusivamente no ocidente para o NES em 1992, pela australiana Beam Software, "Nightshade" é um caso exemplar desse tipo.

História e Roteiro


O roteiro de "Nightshade' é daqueles que enganam... a primeira vista parece apenas uma típica história de um herói solitário tentando livrar uma metrópole assolada pelo crime de um grande vilão e seu bando de capangas, inspirada nas antigas histórias das pulp magazines. E  é aí que o jogo te surpreende... de fato, "Nightshade' busca inspiração nas aventuras pulp e de super-heróis, mas parodiando-as- e muito bem, diga-se de passagem. O jogo é uma grande homenagem satírica ao gênero, brincando com clichês e repleto de passagens e diálogos engraçados, sem contudo abrir mão da aventura!
Basicamente o caso é o seguinte: Após a morte de seu herói de plantão, Vortex (que carrega uma semelhança surpreendente com o Flash da Liga da Justiça), é assassinado pelo vilanesco Sutekh, a cidade de Metro City mergulha em uma maré de crime e caos.
Não se podia esperar outra coisa de um chefe criminoso que anda por aí fantasiado como o antigo deus egípcio Anúbis, não é?
Das sombras de Metro City surge sua única esperança de salvação: o novato pouco conhecido Nightshade (cujo visual por sua vez lembra bastante o de heróis como O Sombra, The Spirit e mesmo o Questão da DC Comics), decidido a derrotar Sutekh, vingar a morte de seu ídolo Vortex e tornar-se o herói que essa cidade precisa (não necessariamente nessa ordem).
E também enfrentar aquele que talvez seja seu maior desafio... ter a paciência necessária para aturar seu nome ser trocado toda hora tanto pelos vilões quanto pelos cidadãos de Metro City.. Nightlamp... Lampshade... cada um chama o jovem candidato a herói de alguma coisa diferente...
Armado apenas com sua inteligência e habilidade de sair no soco, Lampshade... digo, Nightshade parte em sua cruzada para libertar Metro City do medo e do crime, mas... acaba caindo logo de cara em uma cilada do ladino Sutekh (erro de herói novato inexperiente... dê uma desconto para o cara) e deixado amarrado para encarar a morte certa.
A menos que...

Gráficos


Os gráficos de "Nightshade' não são ruins, mas podiam ser melhor acabados e o resultado final é cheio de altos e baixos. As cenas de abertura que mostram o panorama da cidade são legais, mas o Vortex, o heróis que Nightshade tenta se mostrar a altura de substituir, mais parece um Flash desenhado no canto do caderno por um aluno de 5o ano não muito talentoso...
Os sprites dos personagens puxam propositalmente para o caricato, sendo o de Nightshade a maior exceção (aliás, ele é, de fato, o personagem com o visual mais legal do jogo inteiro), mas, como todo o resto, até Nightshade poderia ter sido melhor acabado. 
E o que foi dito dos personagens também vale para os cenários. Tudo é plenamente reconhecível e tudo mais, porém... parecem um tanto crús aos meus olhos. Pelo menos a paleta de cores foi bem acertada nos cenários, ajudando a criar o clima meio lúgubre, meio sujo de megalópole de historieta pulp.
As animações também tem altos e baixos. Os movimentos de Nightshade guardando algo sob o casaco ficaram legais, mas em compensação a animação das estátuas vivas com cabeça de Anúbis saiu sofrível.
Os rostos dos personagens que aparecem durante os diálogos acabaram caricatos além da conta. Os únicos realmente passáveis são o do próprio Nightshade e o do vilão Sutekh- a do vilão talvez até mais interessante que a do herói!
Enfim... os gráficos de "Nightshade" seriam equivalentes a algo como uma história em quadrinhos que foi até bem desenhada, mas o arte-finalista deixou a desejar. 

Música e Efeitos Sonoros


A trilha sonora é acima da média e os efeitos sonoros são O.K. São simples, mas são O.K.
O jogo até tem uma certa variedade de músicas. A que você vai escutar com mais frequência é aquela que toca enquanto Nightshade perambula por Metro City em suas investigações. É bem razoável, com um tom lento e misterioso, enquanto a música dos combates é mais movimentada, por razões óbvias. 
O único senão é que, como "Nightshade" é um jogo que pode demorar, as músicas correm o risco de se tornarem enjoativas com o tempo.

Controles e Jogabilidade

Aqui é outro ponto traiçoeiro... primeiro de tudo, mais uma vez, "Nightshade" te engana a primeira vista... olhando casualmente parece ser um jogo de ação estilo plataforma, meio como o "Darkman" de NES, mas... não é... "Nightshade", mesmo misturando estilos, prioritariamente é um adventure com uma boa dose de "point-&-click". Levando isso em consideração, já dá para entender um pouco o problema dos controles... cada situação tem seu próprio conjunto de controles... a parte de adventure tem os seus, o combate tem outros e por aí vai- e você vai precisar saber cada um deles.
A mistura de estilos em si não é um problema. Na verdade é uma das coisas que deixa o jogo interessante, mas aí também pesou a limitação técnica da época... na hora do combate , por exemplo, para que Nightshade chute é preciso apertar direcional para cima + B, já que o joystick do NES só tinha dois botões de ação.
A hora do combate, aliás, é onde os controles mais deixam a desejar. São um tanto truncados e a resposta também não é perfeita- os chutes, em especial, volta e meia não saem! Dá para contornar isso com treino e pegando a manha de cada inimigo? Sim... dá... mas até isso acontecer, você vai apanhar feito um condenado nos combates.
Nas partes adventure os controles também não são perfeitos. Não são intuitivos e pode levar um tempinho para se pegar o jeito. E a velocidade com que o herói se move não é nada impressionante... talvez Nightshade prefira manter a pose de misterioso ao andar do que se mover mais rapidamente, porém isso com certeza atrapalha um pouco na hora de lidar com algumas armadilhas do cenário, como jatos de vapor quente ou água tóxica.
Tudo isso impede de jogar o título e se divertir? Não... mas é preciso um pouco de paciência para se adaptar aos controles pouco intuitivos e a jogabilidade um tanto truncada.  Fica também a impressão que foi um caso de estúdio pequeno com projeto ambicioso demais e acima dos seus recursos, tendo os controles e a jogabilidade pago a maior parte da conta. 

Dificuldade


Dizer se "Nightshade" é difícil ou não é um tanto complicado... acho que a melhor resposta é dizer que o jogo tem momentos difíceis. Durante a parte adventure, o jogador vai se deparar com vários puzzles e situações problemas durante a investigação. A maioria é fácil, mas alguns são mais critptográficos e precisam de uma boa dose de imaginação. 
Outro aspecto que deixa o jogo mais interessante é que ele não é linear. Você pode perambular pela cidade toda buscando pistas, indo e voltando a qualquer momento; Bastante inovador para o NES, sem dúvida, mas... nem tudo é perfeito... o jogo não possui um mapa da cidade (bem que podia aparecer quando se pausa o jogo, não?) e como as pistas são vagas, deixando o jogo muito em aberto, você pode acabar rodando por tudo que é canto, andando em círculos, até encontrar o rumo certo ou se tocar do que se deve fazer.
As lutas sem dúvida são que deixa o jogo mais difícil. Qualquer inimigo de fase comum é um desafio. Pequeno ou grande, mas um desafio. Para piorar... não existem muitas formas de se recuperar energia... a principal é comprar (e comer) comida, mas existem poucos locais para isso e é sempre bom ficar de olho em quanto se gasta. Mais para a frente no jogo o combatente do crime calouro vai encontrar uma forma mais eficiente de recuperar suas forças, mas é preciso bater um pouco de perna por aí até isso acontecer.
Outro ponto bem criativo de "Nightshade" é a barra de popularidade, que mostra o quanto o justiceiro de sobretudo e chapéu fedora é conhecido e bem'quisto pela população de Metro City. Quanto maior a popularidade, mais informações você consegue ao falar com as pessoas, além de poder ter acesso a uma ou outra coisa não aberta ao grande público, como arquivos de um jornal. Aumenta-se a popularidade vencendo bandidos nas lutas, salvando pessoas e fazendo boas ações- e nenhuma boa ação é pequena demais para um grande herói! Lembre-se disso. E lembre-se também que a popularidade pode cair, se você fizer alguma besteira...
Por último... uma das palavras chaves de "Nightshade" é paciência. Exploração é um dos pontos centrais do jogo. Se você não gosta de gastar muito tempo explorando, prestando atenção em detalhes e fuçando tudo... a coisa vai ficar complicada... "Nightshade" é um título para jogadores que gostam (e bastante) de exploração.

Comentário Final

Como o subtítulo da tela de abertura dá a entender, era para "Nightshade" ter continuação, mas a ideia não foi para frente
"Nightshade" é um jogo criativo, com textos bem escritos e divertidos, cheio de boas ideias e bem diferente da maioria dos jogos de Nintendo da época, mas que não conseguiu alcançar todo o potencial que tinha. Suas limitações pesam e o puxam para baixo, mas ainda assim a balança pende mais para o positivo do que para o negativo no final das contas.  Vale a pena ser jogado nem que apenas por curiosidade.
"Nightshade" é daqueles títulos que você estranha um pouco no início, mas depois acaba gostando. Ainda assim acho que pende mais para o "cult" ou "jogo de nicho" do que para "jogo da massa". Especialmente recomendado para os fãs de adventures e jogadores que amem explorar cenários detalhadamente.

NOTA: 6,0

20 de ago. de 2019

8 Eyes


Nos anos 90, quando um título alcançava um sucesso estrondoso quase invariavelmente surgiria uma revoada de clones em seu rastro. A qualidade desses clones variava.... alguns eram bons, com qualidades o suficiente para brilhar por conta própria, outros eram tremendamente ruins, versões meia-boca e mal acabadas do jogo de sucesso, e também havia aqueles que ficavam no meio termo... não eram estupendos, mas também não eram medonhos. Não se igualavam ao jogo que clonavam, mas tinham atrativos o suficiente para oferecer uma experiência de jogo razoável. O "Castlevania-clone" lançado em 1988 para NES pela pouquíssimo lembrada Thinking Rabbit, "8 Eyes" é um bom exemplo dessa terceira categoria.

História e Roteiros


A primeira vista "8 Eyes" parace ser um jogo ambientado em um cenário medieval com toques fantásticos, mas na verdade o jogo tem um enredo de ficção científica!
Após centenas de anos de caos e guerra nuclear, finalmente a humanidade parece estar se recuperando e a civilização aos poucos começa a se fortalecer, graças ao sábio governo do Great King ("Grande Rei"), o qual conseguiu dominar o uso de 8 pedras preciosas místicas, as "8 Eyes" ("8 Olhos"), cada uma delas formada no centro de uma explosão nuclear que, juntas, quase levaram a raça humana a seu fim.
Obviamente uma experiência de quase-extinção não é o suficiente para fazer o ser humano tomar vergonha na cara e deixar de ser um poço de cobiça pelo poder. Oito duques se apropriam, cada um, de uma das jóias e banem o rei para um deserto radioativo. E se isso por sí não fosse ruim o suficiente, o poder  das "8 Eyes" quando mal usado pode causar uma destruição sem igual- não esqueça que, no fim das contas, elas surgiram de explosões de bombas nucleares.
Agora tudo depende de um dos espadachins do rei, Orin The Falconer (Orin, o Falcoeiro) e seu fiel falcão adestrado, Cutrus. Os dois devem derrotar os oito duques e suas hostes de seguidores bizarros, recuperar as "8 Eyes" e trazer o rei de volta, evitando assim que o que era para ser um recomeço para a humanidade torne-se um ponto final.
Uma história bem 80's, muito legal, com um quê de "Hokuto o Ken". Realmente divertida, mesmo que não muito profunda.

Gráficos


Os gráficos são aceitáveis. Estão na média para um jogo de NES, mas com alguns detalhes que são até legais como azulejos os azuis na fachada do palácio da Arábia.No geral a arte do jogo, tanto no que toca a cenários, protagonista ou inimigos, segue o estilo de "Castlevania", porém em uma versão mais pobre.
Falando nos inimigos, muitos deles são consideravelmente estereotipados e inclusive tendem a se repetir em diferentes estágios, como os guerreiros com cimitarra e turbante que aparecem tanto na Arábia quanto na índia. Outras são, a primeira vista, um tanto sem sentido, como as caveiras flamejantes voadoras ou os esqueletos com espadas, mas o jogo deixa subentendido que após o caos a magia retornou ao mundo- inclusive o duque do Egito é um feiticeiro!
Por fim... os sprites, tanto dos inimigos quanto dos heróis, falando de forma bem direta, não tem nada de especial, sendo bem medianos- e isso vale mesmo para os chefes de fase, os quais são apenas um pouco maiores que os outros oponentes.
O mesmo pode ser dito da animação de forma geral... mediana, mas uns frames a mais não fariam mal.
Ah... e a entrada do palácio do Egito é claramente inspirada no templo de Abu-Simbel- aquele que foi desmontado e remontado em outro lugar devido a construção da represa de Assuã!

Música e Efeitos Sonoros



A trilha sonora de "8 Eyes" recebeu uma atenção acima da média para aquela época. Composta pelo pouco conhecido Kensou Kumei, a trilha sonora do jogo é bem variada, cada fase tendo três músicas diferentes (a da entrada do palácio, da fase em si e a do chefe), além de músicas de abertura e final  de qualidade acima da média.
O compositor tentou encaixar cada música com o cenário tema, ajudando a criar um clima legal para você guiar Orin saltando e lutando por uma sala atrás da outra. Pode não ser a trilha sonora mais marcante do mundo dos jogos, mas é de fato bem legal. Eu gosto, em especial, da música tema do chefe da fase da Itália,

Controles e Jogabilidade


Controle e jogabilidade são, indubitavelmente, o aspecto do jogo em que o tempo mais cobrou seu preço, porém não é nada tão extremo quanto alguns jogadores já falaram internet afora. 
A jogabilidade é, francamente, limitada... Lembre-se... o controle do NES só tinha dois botões e isso foi um complicador para o jogador realizar as ações diferentes de saltar e golpear... Controlar Cutrus, o falcão, sem um player 2 não é a tarefa mais fácil do mundo, embora  não seja nenhum desafio impossível. Orin, o Falcoeiro, também não é tão lento como alguns falam, mas a precisão dos pulos deixa um tanto a desejar- o que não era nenhuma raridade nos jogos de 8 bits, vamos ser francos!
Algo que me incomoda um pouco mais é que muitas vezes você acaba usando a arma especial sem querer, consumindo a toa pontos de uso que vão fazer falta depois. Enfim... "8 Eyes" tem alguns daqueles comandos chatinhos de jogos de poucos bits, onde se precisava gastar um tempo até pegar o jeito, mas nada que qualquer jogador veterano já não tenha passado em jogos até mais famosos do que esse.

Dificuldade


"8 Eyes" é um jogo bem hardcore. A dificuldade é alta, mas não tanto quanto alguns contemporâneos como "Battletoads" ou "Contra". Algo que complica bastante é que o jogo é cheio de pequenos problemas típicos de 8 bits... subir ou descer uma escada, por exemplo, será mais complicado do que deveria em alguns momentos...
O alcance da arma do herói deixa a desejar... parece que Orin como espadachim tinha preferência por espadas curtas...em um primeiro momento pode parecer impossível derrotar um mero inimigo d efase sem ser ferido, mas logo se pega os padrões de cada um e como derrotá-los- basicamente variações no padrão de golpear-recuar-esperar o momento certo- golpear de novo. Atenção! Alguns inimigos só podem ser eliminados pelo ataque em mergulho do falcão Cutrus.
Tanto Orin quanto Cutrus tem barras de energia razoavelmente longas, mas por outro lado não é muito fácil recuperar energia, pois os power ups de cura não aparecem com tanta frequência...
Falando em power ups... o jogo tem cinco armas auxiliares diferentes, sendo a ice ball na minha opinião a mais útil delas, pois pode paralisar até os chefes de fase. O bumerangue e a pistola ajudam também,enquanto o coquetel molotov é menos útil do que o esperado.
Escondidos nas paredes das fases (bem estilo "Castlevania'") você encontra seis tipos de itens diferente. Cinco são power ups que recuperam energia ou aumentam suas barras (vida de Orin, vida de Cutrus e a barra com os pontos de armas secundárias) e o sexto são pergaminhos vermelhos amarrados com fita. Cada fase tem um pergaminho escondido, com dicas bem criptográficas ligadas ao enigma das oito jóias. Golpeie sem dó as paredes para encontrá-los!
O jogo em si se divide em sete estágios, cada um representando o palácio de um duque em alguma região do mundo: Arábia, Espanha, Egito, Itália, Alemanha, África e Índia, os quais o jogador pode, a priori, selecionar e jogar em qualquer ordem, ao estilo "Mega Man'" Existem, contudo, dois fatores complicadores... 
O primeiro é que os castelos da África e da Alemanha são labirínticos, sendo o labirinto da Alemanha é o pior dentre os dois.... realmente bem enjoado! Daqueles que você pode acabar rodando em círculos por um bom tempo!
O segundo é que, ao se derrotar o duque de um castelo, Orin recebe uma nova espada, a qual é eficiente APENAS contra UM duque específico dentre os outros seis! lutar com a espada errada contra o duque errado é a mesma coisa que estar usando sua espada inicial! 
Existe uma ordem mais adequada para se escolher os castelos, mas em grande parte ela é aprendida por tentativa e erro, o que realmente pode estar além dos limites da paciência de muitos jogadores... e a única dica que o manual do jogo dá é uma recomendação bem vaga para que se comece pelo castelo de um país que fica perto da França.
Além de uma espada, ao se derrotar cada duque se recupera uma das jóias. Após se recuperar as sete primeiras pode-se ir para a última fase do jogo, Castle of Ruth ("Castelo de Ruth"), onde a chefe final do jogo, Ruth, aguarda o falcoeiro e seu aliado emplumado.
No fim das contas, paciência acaba sendo o principal atributo para quem quiser zerar "8 Eyes". O resto é só questão de um pouco de prática.

Comentário Final

Capa norte-americana  de "8 Eyes", um dos raros casos em que a capa dos E.U.A foi mais legal que a japonesa!
Como dito acima, "8 Eyes" é um jogo oldschool bem hardcore, e isso tanto para o bem quanto para o mal... o jogo tem seus senões, alguns impostos pela limitação técnica daqueles tempos, outros aparentemente por ter sido desenvolvido por um estúdio menor, o qual provavelmente não tinha recursos sobrando, mas "8 Eyes" realmente não merece as duras críticas que tantas vezes recebeu. Mesmo seus defeitos são mais da sua época do propriamente dele... é criptográfico demais? Vários jogos dos anos 80 também o eram. 
No geral, "8 Eyes" é um jogo de aventura bem razoável, com uma trilha sonora sortida e que não desagrada os ouvidos, somado a uma história que navega com sucesso entre o trash e o épico. E se você, em especial, gosta de jogos estilo "Castlevania", esse é um título a se conhecer. Merece a tentativa.

NOTA: 6,0

16 de ago. de 2019

Novo jogo de "Mortadelo y Filemón" na loja Steam no início de setembro


Se você gosta de quadrinhos europeus, games antigos e point-&-click, uma boa notícia... em 5 de setembro chega na loja Steam mais um jogo da dupla Mortadelo Y Filemón ("Mortadelo e Salaminho" aqui no Brasil) desenvolvido pela espanhola Alcachofa Soft em 2001.
"Mortadelo y Filemón: Operación Moscú" segue a mesma linha de humor nonsense e pastelão dos quadrinhos, onde a hilária dupla de agentes não muito especiais deve viajar até Moscou e recuperar um livro sagrado egípcio (embora historicamente falando não existissem livros como os que a gente conhece no Egito Antigo) antes que um bando de fanáticos ponha as mãos no antigo texto e assim possa invocar o ancestral deus Apis e dominar o mundo. Nada diferente do esperado de um bando de fanáticos místicos.
A arte do jogo é a mesma que a dos quadrinhos, sendo bem caprichada. A animação pode parecer um pouquinho dura para os padrões atuais, mas para a época era notável. A parte sonora, em especial os trechos onde tem diálogos, é bem legal, ainda mais quando se leva em consideração que o jogo tem quase 20 anos!
Se você gosta de jogos point-&-click e quer jogar algo diferente do usual, "Mortadelo Y Filemón: Operación Moscú" pode ser uma boa opção.

15 de ago. de 2019

Jogos no Steam para Retrogamers #24

As últimas semanas foram um pouco mais tranquilas então finalmente arrumei um tempo para jogar alguns dos jogos retrô que eu tinha comprado na loja Steam e estavam largados na minha biblioteca.
Ainda bem que biblioteca Steam não junta poeira...

SUGESTÃO#1

Se você está com saudades de jogar: "River City Ransom" (NES)

Tente: River City Ransom: Underground


Sinopse: Com mais de uma década de atraso, a sequência do clássico de NES "River City Ransom" traz de volta a dupla de lutadores originais um tanto mais coroas e uma trupe de novos lutadores que pretende ajudar os veteranos a limpar (de novo) as ruas de River City. 
"River City Ransom: Underground" manteve o estilo do original de forma primorosa, inclusive nos gráficos e, pode acreditar... tudo aquilo que o primeiro jogo tinha de legal, como as lojas onde se podia comprar comida, está presente nesse aqui! E tudo isso somado a uma melhora substancial na truncada jogabilidade do original!
O jogo é longo (ainda mais para um beat'em up), com mais de cem cenários diferentes, muitos deles com segredos, somado um modo de Arena onde se pode destravar até 44 lutadores diferentes.
Ah... e ainda dá para jogar com mais três amigos ao mesmo tempo- o dobro do que se podia no NES. "River City Ransom: Underground" sem dúvida alguma é um jogo para figurar na biblioteca de qualquer retrogamer apaixonados pelos jogos dos anos 80.

SUGESTÃO#2

Se você está com saudades de jogar: "Double Dragon" (NES, Master System); "Double Dragon II: The Revenge" (NES); "Double Dragon III: The Rosetta Stone" (arcade; Mega Drive); "Double Dragon III: The Sacred Stones" (NES); "Super Double Dragon (SNES)

Tente: Double Dragon IV


Sinopse: Uma sequência bem mais próxima das raízes da franquia do que o anterior "Double Dragon Neon". O jogo mantém os gráficos que lembram aqueles dos anos 90 e uma jogabilidade mais próxima do original (portanto menos fluida que a do "Double Dragon Neon". A história do jogo é bem clássica, próxima das originais e bem menos delirante que a de "Double Dragon Neon".
Falando francamente... Se você sente saudades dos velhos jogos da série "Double Dragon" que jogou no Nintendinho, no Master ou no Mega... compre esse jogo!
E não, ele não é melhor que "Double Dragon Neon'".. ambos são divertidos e bons jogos. "Double Dragon IV" é apenas mais raiz, mais tradicional, mais roots, como dizem alguns. Apenas isso.Eu, particularmente, gostei dos dois.

SUGESTÃO#3

Se você está com saudades de: "Super Mario Land" (Game Boy); "Kirby Dream Land" (Land Boy)

Tente: Squidlit


Sinopse: Um joguinho de plataforma curtinho e fácil, porém divertido, onde um jovem squidlit (algo como uma lula semi-humanoide senciente) é encarregado de uma (quase) perigosa missão.
E isso com muitos muffins espalhados pelo caminho!
"Squidlit" pode aborrecer alguns por ser realmente pouco desafiante e curto, mas se você gosta de alcançar todas as conquistas possíveis e "platinar" o jogo, "Squidlit" oferece então um bom fator de rejogabilidade.

É... realmente fazia tempo que não conseguia indicar três retro-jogos de uma vez só! Só não sei quando vou conseguir fazer isso de novo- até porque, por falta de tempo, ainda não zerei "Blazing Chrome", o que é minha prioridade atual!
De qualquer forma, torço que as dicas de hoje agradem! Bom jogo a todos!

12 de ago. de 2019

Os jogos da Fisher-Price lançados para o NES!


Para os veteranos que já produziram seu próprio player 2 o nome Fisher-Price talvez não seja estranho... é aquela firma de produtos para bebês e crianças de qualidade e bem caros. Agora... o que a maioria dos jogadores veteranos provavelmente não sabe é da parceria da Fisher-Price com a Nintendo. Eu nem imaginava uma coisa dessas... descobri por acaso enquanto cavava por jogos de NES esquecidos e obscuros.
A parceria teve como fruto três cartuchos diferentes, do gênero "edutainment". Falando francamente... nem dá para fazer review dos três jogos da forma usual aqui do blog... são voltados para um público bem específico e acho até que a faixa etária nas capas está exagerando quando recomenda de 3 até 8 anos. Acho que de 3 até 5 seria mais adequado, em vista do que os jogos são. Os jogos são bem simples e, a menos que você tenha essa idade, não há nada neles que possa te interessar. Isso é fato consumado.
"Mas eu vi que tem um jogo de memória e jogos de memória são legais!"
Sim, são... mas esse tem um nível de desafio beirando o nulo para um adulto ou adolescente... tem muitos jogos relacionados com memória por aí que são bem mais adequados a essas faixas etárias.
Mas voltemos aos jogos...  Talvez a Fisher-Price não estivesse lá muito bem das pernas financeiramente na época, ou simplesmente não levasse muita fé em um produto lançado para esses tais videogames...os jogos passam a impressão de mal polidos... os gráficos são claramente inspirados em produtos e ilustrações infantis, mas não são lá muito vistosos... os jogos em geral só tem uma música tocada ininterruptamente... e a jogabilidade de "FisherFire House Rescue" é bem truncada- ainda mais para alguém cuja coordenação motora fina ainda está se austando, como uma criancinha de três anos. 



Não sei dizer especificamente de quem é a culpa, ou quais foram de fato os piores fatores ...falta de verba? Falta de tempo? Equipe desenvolvedora de qualidade duvidosa? Um pouco disso tudo, talvez? Os jogos, de fato, foram desenvolvidos por empresas pequenas, como a Beam Software, ou de segundo escalão, como a Imagineering, e lançados por outra empresa sem tanto renome, a GameTek.
Nada muito impressionante? De fato não, embora essas mesmas empresas tenham tido alguns momentos razoáveis: a Beam Software é responsável pelo cult "Nightshade" de NES; a Imagineering fez um ou outro jogo mediano, como "Ghostbusters II" do NES, e participou com outras empresas no desenvolvimento de jogos maiores como "Bart vs the Space Mutants"; das mãos da GameTek saíram os jogos de PC "Dark Colony" e "The Humans" (esse último chegou a receber um port para SNES).
Não dava, então, para os joguinhos da Fisher-Price seem pelo menos um pouco mais bem acabados?Enfim.... não foi assim que aconteceu... e olha que os jogos foram oficialmente licenciados, com selo de qualidade da Nintendo e tudo!

Quais foram os jogos? E como eles eram?

1) Fisher-Price- I can Remember:



Lançado em 1990. Um joguinho da memória muito simples, bem limitado mas ainda assim fofinho- para alguém que deixou as fraldas a pouco tempo, obviamente!
E não há muito a se dizer além disso.

2) Fisher-Price- Perfect Fit



 Também lançado em 1990. Um jogo de encaixar voltado para incentivar o aprendizado de formas e o raciocínio lógico. Também foi desenvolvido pela Beam Software.

3) Fisher-Price- Firehouse Rescue



Baseado em um brinquedo de bombeiros- inclusive o design dos personagens do jogo são claramente inspirados em brinquedos, daí também serem bem estáticos. Lançado em 1992, dos três títulos da Fiser-Price sem dúvida é o mais chamativo e incrementado. Em uma primeira tela deve-se guiar o caminhão de bombeiro por um labirinto até a casa pegando fogo (sem esquecer de primeiro apanhar a chave da casa pelo mapa) e uma vez lá salvar os moradores e seus animais de estimação.


Esse jogo recebeu muito criticismo injusto de gente que sequer deveria o estar jogando! Críticas como "O enredo não faz sentido"; "Não faz sentido  apanhar uma chave primeiro" ou "Como assim um labirinto? Deveria ter uma caminho sinalizado para o caminhão de bombeiros!" simplesmente esquece que esse é um jogo educativo! O labirinto é para incentivar memória, reflexos, senso de direção e coisas assim. Não é para ser uma representação realista do mundo real! Simples assim!
E esse jogo nem é para alguém da sua faixa etária, no fim das contas!
Uma crítica mais justa contra "Fisher-Price-Firehouse Rescue" é contra sua jogabilidade, que de fato deixam muito desejar com sua resposta truncada aos comandos! Isso é algo que pode até colocar em risco o valor lúdico do título, fazendo que as crianças se aborreçam ou se frustrem e abandonem a partida! Crianças de 3 ou 4 anos não costumam ter muita paciência para esse tipo de coisa!


Nenhum dos três títulos foi um estrondoso sucesso de vendas, o que provavelmente desestimulou a Fisher-Price a continuar- e, sem querer parecer cruel, não fez (e nem faz) lá grande diferença a ausência dessa franquia...
Nos dias de hoje... bom... a menos que você queira ver um filho(a) ou sobrinho(a) jogando, não há absolutamente nada nesses jogos para nós, além de sua curiosidade histórica. Recomendo, inclusive ,que a curiosidade seja morta através da leitura de algo sobre esses jogos na internet ou assistindo uns videos no You Tube. Jogá-los seria uma grande perda de tempo. Falando francamente mais uma vez, a menos que você seja um colecionador harcore que deseja ter absolutamente todos os títulos de NES lançados, por questões de mero colecionismo, não há razão alguma para se adquirir um desses cartuchos, por mais baratos que os encontre por aí.

E é isso! Por hoje é só e bom jogo a todos! E fiquem tranquilos que se eu achar mais bizarrices como essa ao escavar jogos antigo, partilho com vocês aqui no blog correndo. Um abraço!

10 de ago. de 2019

Mais lançamentos da Piko Interactive para a loja Steam em agosto!


Além do plataforma de aventura "8 Eyes" de NES , a Piko Interactive anunciou o lançamento de mais sete (!) jogos oldschool para Steam, e tem estilo (quase) para tudo que é gosto!
Para facilitar vou fazer uma lista de cada jogo com a data prevista de lançamento, uma breve introdução e, em alguns casos, um comentário pessoal meu como bônus. 

Atenção! Como "8 Eyes" já teve um post só para ele vai ficar de fora dessa lista, para não sermos redundantes.

*Tinhead



Originalmente um exclusivo de Mega drive lançado em 1993. Um jogo de plataforma que lembra "Ristar". O jogo tem todo aquele encanto dos bons plataformas dos anos 90, estrelando um robozinho que tenta salvar as estrelas- lúdico e onírico ao mesmo tempo!
Juntamente com "8 Eyes", "TinHead" é compra certa para mim.
Lançamento previsto para: 20/agosto.

*Power Punch II



 Um jogo de boxe estilo "Puch Out", só que em um cenário de ficção científica  com um jeitão bem desenho animados dos anos 80. No jogo você é um boxeador terrestre que viaja pelo espaço um campeonato interplanetário, enfrentando ciborgues e alienígenas. É um clone de "Punch Out" e se você gosta de jogos de boxe desse tipo, provavelmente você gostará de "Power Punch II". 
Originalmente era um jogo de NES. Aluguei esse jogo no comecinho dos anos 90 por não ter nada melhor na locadora (eu tinha chegado tarde naquele sábado) e lembro que achei razoável.
Lançamento previsto para: 20/agosto.

* Switchblade II



Um jogo originalmente de Atari ST, Commodore 64, Amiga e outros (mas nunca para o NES, Master System, Mega Drive e SNES). O jogo é inspirado tanto em animes e mangás quanto em desenhos e filmes ocidentais da época- parece uma mistura dos OVA japonês com desenhos de aventura norte-americanos e quadrinhos meio underground (como "Tartarugas Ninja" era no início).
O jogo fez um sucesso razoável na época e teve uma sequência. Eu, particularmente, não achei esse mundo e outro- sendo bem sincero, já vi gráficos melhores no Nintendinho- mas parece ser um plataforma de ação/ aventura razoável.
Lançamento previsto para: 20/agosto.

* The Gadget Twins



 Originalmente um exclusivo de Mega Drive- e um bem pouco conhecido! O jogo é um shooter, mas que puxa bastante para o lado infantil, sendo protagonizado por uma dupla de pequenos aviões coloridos que, no lugar de tiros, usam luvas de boxe presas à molas para encarar seus inimigos, tanto no ar quando debaixo d'água (sim, os dois aviões vão para baixo d'água).
Nunca joguei esse jogo até hoje, mas acredito que o visual e temática bem infantis possam incomodar, até afastar, alguns jogadores. Por outro lado, pelo que vi em vídeos, não parece ser ruim e também é um daqueles jogos que você pode deixar seu filho(a) ou sobrinho(a) jogar sem susto.
Lançamento previsto para: 20/agosto.

* Brutal Sports- Football



O jogo segue aquela linha de misturar esporte com carnificina & sangue, em um cenário pós apocalíptico cheio de mutantes. Originalmente lançado para PC, Amiga e Jaguar, lembra bastante o "Mutant League Football" do Mega Drive.
O jogo fez sucesso na época e teve uma sequência lançada. Se você gosta de futebol americano, pode ser uma boa pedida, mas a pancadaria de repente pode atrair jogadores menos afeitos a jogos de esporte.
Lançamento previsto para: 13/agosto.

* Head Over Heels



 Um jogo de puzzle com gráficos isonométricos originalmente de 1987, mas essa versão lançada na loja Steam é a de um remake de 2003. O jogo foi muito elogiado na época e fez sucesso, mas é um daqueles jogos de nicho... se você não gosta de puzzles, ou de jogos centrados em puzzles, provavelmente não gostará de "Head Over Heels". Se gosta, pode ser uma boa pedida.
Lançamento previsto para: JÁ LANÇADO! Em promoção até dia 16 de agosto por R$16,55.

*Legends



 Um jogo  de action RPG lançado originalmente pela Krisalis em 1996. Não conhecia esse jogo e ao procurar informações sobre ele, vi "Legends" ser considerado um Zelda-clone por algumas pessoas.
O jogo parte de uma premissa interessante e tem viagens no tempo e cenários variados. Basicamente o herói do jogo deve evitar a destruição da civilização, após uma dupla de cientistas alienígenas ter viajado no tempo e entregado armas altamente avançadas, bem além do nível tecnológico da época, para vários povos do passado, os quais as estão usando para matar-se mutuamente. 
No geral me pareceu um RPG interessante e o maior problema que vi nesse jogo foi que achei a animação dos personagens bem fraquinha e truncada... parecem uns marionetes desengonçados ao se movimentarem...
Como gosto muito de RPGs é provável que eu compre, mas não agora, junto com "8 Eyes" e "Tinhead". Talvez naquela promoção de fim de ano da Steam...
Lançamento previsto para: 13/agosto.

Como já disse em outra postagem, 2019 realmente parece ser o "Ano da Piko", que vem lançando regularmente muitos jogos antigos tanto de forma física quanto para download, em lojas como GOG e Steam. Torço para que até o fim do ano o pessoal da Piko traga mais alguns jogos de NES e Mega Drive para Steam! 
Bom jogo a todos! Até a próxima.

P.S: Todos os jogos listados acima já podem ser colocados na sua Lista de Desejos/ Wishlist.

9 de ago. de 2019

Jogos no Steam para Retrogamers #23

Nesse numero 23 de Jogos Steam para Retrogamers fomos mais a fundo, ou dependendo do ponto de visto, fomos mais alto e resgatamos um dos simuladores mais nostálgicos da época Sim, da Maxis Games. Quem não tem saudades do épico SIMTOWER?
É claro que na data do jogo, não ligávamos tanto para suas limitações, que em comparação aos jogos dessa lista são vários- e mesmo assim era (e é) um jogo divertido!
A lista tem dois jogos disponíveis para compra no Steam, e em breve um dossiê mais completo, onde temos diversas alternativas a esse lindo jogo. Então, segue os jogos:

SUGESTÃO #1

Saudade grande do SimTower?

Tente o quase 3D: Mad Tower Tycoon


Sinopse: Bem parecido com o SimTower, mas com mais opções de construção, e uma linha cientifica de descobertas ao longo do tempo e do crescimento da sua torre. Você define a construção, e os sims compram/alugam automaticamente. Mais parecido com o antigo clássico mesmo. A liberação de algumas construções vão aparecendo também de acordo com a quantidade de pessoas, e também é necessário montar as estrategias de locomoção com elevadores e escadas.

SUGESTÃO #2

Muita vontade de jogar SimTower, com algo a mais?

Tente: Project HighRise


Sinopse: Dentro do mapa é possível construir torres separadas, que ligam através de pisos suspensos. É possível ampliar um andar horizontalmente também com pisos suspensos. Nesse simulador de torre, o cuidado a ser tomado são com as necessidades básicas de funcionamento das construções (Eletricidade, água, TV a cabo, telefone) e os serviços que podem ser oferecidos pelo prédio, como faxineiros, lixeiros, xerox, etc). 
                      Cada construção tem suas demandas a serem atendidas, e o jogador tem que ficar muito atento a isso, para que o condômino não abandone o prédio. Uma unica linha de elevador atinge todos os andares, ou seja, a preocupação que tínhamos no original SimTower, não tem mais. Os "Sims" não mais aparecem de forma automática, é necessário escolher o inquilino pelo tipo de contrato para cada tipo de construção, mas, existe uma gama muito grande de opções para cada construção alocada na torre.
                      Existem os contratos que lhe dão grana extra se cumprir os objetivos, e com os gastos das pessoas em áreas comuns na torre (restaurante) ganhasse diversos bônus que podem ser trocados por eventos, e junto com a quantidade de pessoas, ampliam a gama de opções de construção na mesma.

Por hoje é só pe-pe-pe-ssoal. Esses dois games são o suficiente para passar horas a fio tentando construir a torre perfeita e ser um sindico bem legal....ou não.



8 de ago. de 2019

"8 Eyes", jogo cult de NES, será lançado esse mês na loja Steam pela Piko Interactive!

Admita... essa capa é muito maneira!
Meses atrás, entre as várias capas que a Piko Interactive usa para decorar sua página na Steam eu visualizei meio por acaso, em um canto escondido, algo que apertou um interruptor na minha memória... "Ei... eu conheço aquela ilustração ali... tinha esse jogo na locadora que eu frequentava nos anos 90"... 
E tinha mesmo! Não custou muito esforço para eu lembrar mais coisas do tal jogo:
1) O nome era "8 Eyes"
2) Eu o havia alugado uma vez, após ler sobre ele em uma revista de videogame (acho que a "Videogame', que era a que eu mais lia, mais pode ser também a "Ação Games", não lembro direito)
3) Achei-o, mesmo na época, bem parecido com "Castlevania". 
4) Nas minhas lembranças o jogo também aparecia com aquela combinação tão 8 bits de "legal + difícil". Não fui muito longe na época, mas até que me diverti.

O jogo foi desenvolvido pela desconhecida Thinking Rabbit e de fato é um clone de "Castlevania", mas somado com alguns elementos estilo "Mega Man'" (escolha de estágios e ganhar armas após derrotar os chefes de fase) e coisas bem originais, como a possibilidade de controlar o falcão que acompanha o  espadachim protagonista- aliás, o melhor é o player 1 controlar o espadachim e o player 2 controlar o falcão, porque tentar fazer os dois sozinho é complicado... 8 bits tinham suas limitações, afinal...



A história é muito legal! É daquelas que só mesmo podiam ter surgido nos anos 80 e meados dos anos 90. A primeira vista parece ser um jogo de ambientação "medieval", mas na verdade é um futuro pós- apocalíptico, onde 8 bombas atômicas quase exterminaram a humanidade. 
Das oito explosões surgem oito jóias, as eyes ("olhos") com poderes especiais, que dão título ao jogo. As jóias vinham sendo usadas por um rei benévolo para reconstruir a civilização, mas então oito duques ambiciosos se apossam das jóias e expulsam o rei para um deserto radioativo. Agora um jovem falcoeiro tenta com sua espada e falcão derrotar os duques, recuperar as jóias, resgatar o rei e salvar o mundo - desta vez, necessariamente nessa ordem!
Coisinha pouca... quase nada...

Pelo que li na internet, o jogo é algo como um cult... passou longe de ser um sucesso na época, mas conquistou seu séquito de fãs. A principal queixa dos fãs é a jogabilidade, muitos considerando os movimentos do herói lentos. Eu, particularmente, não me recordo do jogo a tal nível de detalhe, mas... convenhamos... o Simon Belmont do primeiro "Castlevania" não era nenhum corredor de 100 metros rasos... 

Já coloquei na minha lista de desejos e "8 Eyes" será compra certa assim que for lançado no dia 14. A Piko Interactive ainda tem mais três lançamentos de jogos antigos marcados para agosto, mas vou falar deles em uma próxima postagem.
Até a próxima!

7 de ago. de 2019

Iron Tank: The Invasion of Normandy


Alguns jogos dos consoles domésticos não chegavam a ser ports de arcades, e sim apenas inspirados em algum ou até mesmo continuações espirituais. Esse é o caso de "Iron Tank: The Invasion of Normandy" (Great Tank" no original japonês), um jogo do subgênero "SHMUP de tanque",  lançado em  1988 e baseado em outro jogo da SNK, "Tank III", lançado (quase) exclusivamente para arcade tempos antes.

História e Roteiro


Em 1944 foi iniciada a invasão da Normandia, operação militar essencial para se derrotar a Alemanha nazista na 2o Guerra Mundial. Durante a invasão, um soldado da unidade secreta Command Unit 88 (ou "Iron Snake", para os íntimos e oficiais superiores), Paul, é designado para uma missão especial: infiltrar-se em território alemão e destruir o arsenal bélico nazista bem debaixo do bigodinho de Hitler. 
A bordo de um poderoso tanque, Paul parte sozinho para servir como a ponta de lança da invasão aliada e esmagar (em muitos casos literalmente) as forças nazistas que encontrar pela frente.

Gráficos


Os gráficos em geral são legais, com um tom mais caricato e cartunesco em alguns momentos do que aquele que normalmente se espera em um jogo de guerra- em especial nas sprites dos soldados e oficiais nazistas- mas que serviu para deixar o clima mais leve. 
O tanque pilotado por Paul tem um design simples, mas bem-feito. O mesmo pode ser dito da maioria dos tanques e veículos inimigos, mas quem rouba mesmo a cena são os soldados a pé! Impagáveis! Os cenários, por sua vez, são simples mas não desagradáveis, sendo mais caprichados em alguns pontos (como as partes onde tem linhas férreas ou galpões).
Contudo... "Iron Tank: The Invasion of Normandy" tem seus baixos também... os gráficos da cena de abertura da versão norte-americana passam longe de empolgar, os power-ups se resumem a letras meio sem graça  e alguns inimigos são um tanto esquisitos aos olhos- o chefe da primeiro fase, em especial, mais parece um gigantesco caixote de metal do que um tanque. Um dos oponentes mais bizarros (no mal sentido) que já vi...

Música e Efeitos Sonoros


Os efeitos sonoros cumprem sua parte e a música é até bem razoável, com um único defeito: é a única música de todas as fases do jogo inteiro! Como o jogo não é lá muito curto, vai chegar algum momento que você pode sentir vontade de entupir os ouvidos com algodão e se livrar dela. Não entenda mal... a música nem é ruim... o que mata é a repetição sem fim!

Controles e Jogabilidade


Os controles de "Iron Tank: The Invasion of Normandy" respondem bem, sem lapsos nem nada do tipo. A jogabilidade tem um fator complicantes, que é como direcionar o canhão do tanque... O controle do NES tinha apenas dois botões... nesse jogo um era usado para atirar as metralhadoras e o outro o canhão... então... como fazer para escolher a direção que o canhão aponta? Simples 9ou nem tanto)... Para mirar segure o botão B (o mesmo que atira as metralhadoras) e use o direcional para escolher a direção. O canhão permanecerá nessa posição até você pressionar e segurar o botão B de novo e escolher uma nova. Que falta fazia um botãozinho "C' no velho Nintendinho...
Não vou mentir... no início é bem chato e demora um pouco para pegar o jeito, mas depois que você se acostuma, esse aspecto de "Iron Tank: The Invasion of Normandy" passa a ser essencial para a estratégia dentro do jogo, permitindo que você atire enquanto recua ou exploda inimigos nas laterais enquanto avança.

Dificuldade


"Iron Tank: The Invasion of Normandy" não é fácil, mas é daqueles jogos onde treino e repetição fazem toda a diferença, possuindo uma curva de aprendizado menos árdua que outros SHMUPs da época. Algo interessante é que o jogo não é totalmente linear, podendo o jogador escolher qual direção tomar no mapa, sendo em geral os caminhos mais curtos também mais difíceis. Aí cabe ao jogador escolher... que um jogo mais longo e um pouco mais fácil ou partir para cima de uma vez e pagar o preço pela rapidez? De qualquer forma, é um aspecto que aumenta a rejogabilidade do título e permite ao jogador explorar locais diferentes em jogadas diferentes.
O tanque tem cinco armas diferentes além das duas iniciais (o canhão padrão e a metralhadora). Quatro dessas são tipos diferentes de tiros de canhão, cada um com sua vantagem (tem um, por exemplo, com um alcance muito maior que o padrão) enquanto o "?" é uma arma secreta de grande poder destrutivo (na verdade, tudo que está na tela), mas é bem raro.
Outro aspecto legal do jogo é que o tanque conta com um rádio e de tempos em tempos você receberá mensagens com instruções ou dicas de seu comandante. Fora isso existem vários prisioneiros de guerra espalhados pelo jogo que podem ser resgatados. Alguns dos prisioneiros apenas dirão obrigado, enquanto outros serão um pouquinho mais úteis.
Algo que ajuda bastante  é que o tanque tem uma barra de energia, ao contrário de tantos SHMUPs da época onde se explodia em chamas com um tiro só. Existem duas formas de recuperar a energia do tanque: apanhando qualquer "E" que apareça pelo caminho e atropelando soldados e oficiais inimigos (com o bônus de que ao se passar por cima dos oficiais além de pontos de energia também se ganha pontos para a arma "V", de tiro rápido). Sim... nesse jogo você recupera energia ao passar por cima de pessoas com um tanque de guerra.- E alguém da equipe de desenvolvimento provavelmente precisava de uma visitinha ou duas ao psiquiatra...
Ah, os anos 80...

Comentário Final

Capa original japonesa. Esse jogo conseguiu a proeza de ter uma capa legal em ambas as versões! Coisa rara!
"Iron Tank: The Invasion of Normandy" consegue ser divertido apesar da dificuldade. É um título que chama a atenção por possuir uns elementos a mais, diferentes da maioria dos títulos semelhantes daquela época, como a não-linearidade e o rádio, os quais dão mais graça ao jogo. Sua jogabilidade não tão simples pode afastar alguns jogadores mais afoitos ou menos pacientes, mas aqueles que pegarem o jeito vão se divertir.
Para quem gosta de jogos de guerra e quer experimentar algo menos conhecido, é uma boa pedida. "Iron Tank: The Invasion of Normandy" não é o mais marcante título lançado pela SNK, mas é um jogo bom o suficiente para valer a pena conhecê-lo, mesmo para aqueles que não sejam fanáticos por SHMUPs. 

NOTA: 6,5