29 de dez. de 2016

Jogos no Steam para retrogamers #4

O fim do ano chegando, janeiro já está logo ali, dobrando a esquina e o OSD vem se despedir deixando mais algumas dicas de retrojogos para você relembrar de outros janeiros, quando passava as férias escolares jogando videogame e depois tinha que mentir naquela maldita redação de "O que você fez nas férias?" na primeira semana de aula.

SUGESTÃO #1

Se você está com saudade de jogar: Harvest Moon (SNES)

Tente: Stardew Valley




Sinopse:  Um(a) jovem, insatisfeito e frustrado com a vida que leva resolve finalmente abrir a carta- testamento deixada por seu avô, e assim herda uma pequena propriedade em um vale distante, Stardew Valley. Lá ele tem aquilo que tantos desejam: uma chance de recomeçar e encontrar a si mesmo, trabalhando na terra, criando animais, explorando florestas e cavernas, pescando em lagos na montanha ou no  oceano e tornando-se parte de uma comunidade- além de, quem sabe, encontrar alguém para ajudar a dar milho para as galinhas...
O jogo é fora de série, possuindo muitas camadas e sendo mais do que parece a primeira vista, além de ter gráficos e trilha sonora lindos. É, na minha opinião pessoal, o melhor retrojogo da loja Steam, empatado com "Odallus: The Dark Call".

SUGESTÃO #2

Se você está com saudade de jogar:  Rastan (Master System); Magic Sword (SNES); Blades of Vengeance (Mega Drive); Astianax (NES); Danan The Jungle Fighter (Master System); Cadash (Mega Drive); Trojan (NES); Rygar (NES/ Master System)

Tente: Volgarr the Viking





Sinopse: Trazido de volta dos mortos no melhor estilo "Rise from your Grave" por Odin, o guerreiro viking Volgarr vai ter que enfrentar toda a sorte de inimigos e armadilhas em um jogo muito bem feito e divertido, mas difícil como se tivesse sido programado por Loki em pessoa. Dificudade retro-hardcore, sem exageros.


SUGESTÃO #3

Se você está com saudade de jogar: Super Mario Bros II/ USA (NES); Castlevania III (NES); Kendo Rage (SNES); The Krion Conquest (NES); Athena (NES); Valis III (Mega Drive); Super Valis IV (SNES); Devil Hunter Yohko (Mega Drive)

Tente: Amazing Princess Sarah




Sinopse: O rei de Kaleiya foi sequestrado por Lilith the Demon Mistress (algo como "amante demoníaca, em tradução livre). Cabe agora a filha do rei, Sarah, salvar não só seu pai mas todo o reino das garras de Lilith, correndo, saltando e arremessando peças de mobiliário ou corpos de inimigos (sim... corpos...  é isso mesmo...)  em quem aparecer pela frente através de vários cenários típicos de jogos plataforma, como castelos, masmorras e cavernas com lava. É um jogo até bem razoável mas tem um dos mais toscos  chefes de primeira fase que já vi- pior até que a panela gigante de "Panic Restaurant" do NES!

SUGESTÃO #4

Se você está com saudade de jogar:  The Addams Family (NES); The Addams Family (Mega Drive); The Addams Family: Pugsley Scavenger Hunt (NES); Felix the Cat (NES); Rockin' Kats (NES)

Tente: Manos: the Hands of Fate



Sinopse: Em geral bons filmes geravam jogos ruins, mas em "Manos: The Hands of Fate" ocorreu o contrário! Um péssimo filme gerou um jogo bem legal. A história do jogo basicamente é a mesma do filme: Mike e sua família saem de férias e acabam se perdendo no deserto (afinal se não for assim, não podemos chamar de férias, certo?), chegando então em um estranho hotel no meio do nada gerenciado por Torgo, um sujeito esquisito que mais parece um sátiro, sob as ordens de alguém chamado simplesmente de "mestre". Após sua família e cachorro de estimação sumirem, Mike, armado com seu fiel revólver, deve descobrir o que está acontecendo em um jogo estilo plataforma cheio de referências a jogos e filmes trash. Já deixo avisado que o tom satírico é forte no jogo, então não leve as coisas muito a sério.
Um último detalhe: O jogo foi desenvolvido e distribuído pela FreakZone Games, a mesma empresa responsável pelos dois jogos do "Angry Videogame Nerd" (ambos disponíveis na Steam).


É isso, pessoal... Nós do OSD desejamos um bom ( isto é, na medida do possível) 2017 a todos. Lembre-se que a princesa está em outro castelo e do a barrel row!

2 de dez. de 2016

Shadowgrounds


No mundo dos videogames não é raro que aquele que acaba salvando o dia não tenha uma profissão assim tão... épica. Obviamente cavaleiros, ninjas e soldados de forças especiais tem sua cota no mundo do jogos, mas no fim das contas dois dos heróis mais famosos de todos são uma dupla de encanadores. E não só encanadores- entregadores de jornal, cozinheiros, estudantes com uniforme de marinheiro, astros de música pop e garotos cabeludos que não deveriam estar segurando uma espada... todos já tiveram seu dia de herói. 
Lançado em 2006 pela Frozenbytes e protagonizado pelo mecânico Wesley Tyler, o top- down shooter  "Shadowgrounds" é mais um bom exemplo desses jogos com um "herói improvável".

História e Roteiro



Wesley Tyler é um lacônico mecânico que trabalha para a poderosa IGTO, corporação que administra a colônia terrestre em Ganimedes, uma das luas de Júpiter. Depois de alguns atritos com superiores e receber a culpa por algo que não lhe cabia, Tyler é rebaixado e amarga uma dura posição subalterna, o que explica o cinismo com o qual recebe o documentário repleto de marketing institucional produzido pela própria corporação sobre a história da colônia.
Durante uma falta de energia, Tyler recebe ordens de seu não muito gentil superior para ir com a equipe que procederá com os reparos nos geradores reservas. Durante a missão aparentemente rotineira, Tyler e seu grupo são atacados por formas de vida desconhecidas, possivelmente alienígenas. 
A partir daí Wesley Tyler vai ter que lutar para permanecer vivo em meio ao caos que reina em Ganimedes, ao mesmo tempo que tenta descobrir o que está acontecendo na colônia, quem são os alienígenas e o porque dos ataques.

Gráficos



"Shadowgrounds" possui gráficos bastante razoáveis, bem desenhados e nítidos, embora possam ser considerados já um pouco defasados para a época que o jogo foi lançado. Tanto o sprite do protagonistas quanto dos coadjuvantes e dos inimigos são bem feitos, alguns inimigos em especial tendo um design bem legal, lembrando tanto a franquia "Aliens" quanto dos jogos da série "Doom".
Os cenários são cheios de sombras e bem detalhados, e em alguns momentos fica visível um leve grau de degradação, típico de corporações cuja gestão tem mais marketing do que competência. A penumbra marca a maior parte do jogo e isso colabora bastante para criar um clima de sobrevivência desesperada. Acredito que alguns jogadores possam reclamar da relativa pouca variedade de cenários, os quais na maior parte do jogo são diferentes instalações da colônia e o  terreno com cara de filme de ficção científica ao redor delas.
O maior defeito nesse quesito é a animação dos personagens humanos. Tanto o protagonista quanto os vários coadjuvantes movem-se de forma mecanizada, meio desconjuntada e pouco fluida. Não é algo que estrague o jogo de fato, mas em alguns momentos parece que se controla um marionete munido de lança-chamas.

Música e Efeitos Sonoros

Bons, em ambos os casos. A trilha sonora de "Shadowgrounds" é bem variada e tem algumas músicas bem legais, puxadas para o heavy metal, nos momentos de maior ação- essas são, aliás, as que considero as melhores músicas do jogo! As faixas são bem compostas e encaixam bem com o todo, sejam com os gráficos, seja com a trama, seja com o ritmo de jogo.
Os efeitos sonoros estão um de grau abaixo da música, mas não comprometem. Os efeitos sonoros dos tiros das armas, os gritos, chiados e grunhidos das criaturas e demais ruídos de portas se abrindo e maquinário funcionando dão conta do recado, mas as vozes dos personagens nas cutscenes é apenas passável, em especial devido a interpretação pouco inspirada dos dubladores.

Controles e Jogabilidade

O jogo uma uma combinação de teclado + mouse para controlar o personagem durantes as fases, vistas em terceira pessoa. Você se move, escolhe armamento, interage com o cenário e liga a lanterna  que Tyler carrega presa ao ombro pelo teclado e com o mouse você dispara a arma. No começo é um pouco confuso mas não demora para se pegar o jeito.
No geral a jogabilidade é fluida, salvo um ou outro momento, o que não chega a surpreender em um jogo de computador já contando com uma década de existência. Sem maiores comentários aqui.

Dificuldade

Em termos de dificuldade, "Shadowgrounds" é um jogo bem equilibrado. Não é difícil demais a ponto de ser frustrante, não é fácil demais a ponto de ser monótono. Os desenvolvedores pesaram bem as porções de desafio e diversão do jogo, só errando um pouco a mão em um chefe específico em um pedaço já avançado do jogo, o qual acaba sendo bem mais complicado de lidar que todos os outros anteriormente enfrentados. 
Algo interessante é que o jogo conta com algo semelhante a "vidas". Se você morrer cinco vezes na mesma fase, GAME OVER. Terá que começar a fase (não o jogo) desde o início.

Comentário Final



"Shadowgrounds" pode não ser um daqueles jogo que marcaram sua época, mas é de fato um jogo bastante divertido. Em muitos sentidos lembra bastante o clássico "Alien Syndrome" (NES e Mastes System) e conta com muita ação, um protagonista carismático apesar de ranzinza, uma boa variedade de armas com diferentes potenciais de destruição e alienígenas com cara de que vão de fato te cortar ao meio se você não acabar com eles primeiro. Tem um ou outro senão, mas nada que estrague a diversão, ainda mais quando se leva em consideração que até quatro jogadores podem jogar simultaneamente.

NOTA: 8,5

* P.S1: "Shadowgrounds" e também sua continuação, "Shadowgrounds: Survivor", encontram-se disponíveis para compra na loja virtual Steam.