4 de nov. de 2019

"Ozanari Dungeon", mangá e anime (injustamente) esquecido!


Alguns anos atrás, em 1999 eu acho, estava folheando o jornal em uma tradicionalmente tediosa tarde de domingo, quando esbarrei com os olhos em algo não muito comum na coluna de filmes do dia: um longa de animação japonesa apresentado em um canal aberto!

Não lembro muito bem o horário, mas lembro que faltavam apenas uns 15 ou 20 minutos para começar. Felizmente não havia ninguém ocupando a TV, então a sessão cinema ocorreu sem maiores incidentes.

Jovens Guerreiros” era o nome. A animação era bem feita, com boa trilha sonora e uma história divertida, misturando fantasia medieval, nonsense e um humor diferente.

O filme contava também com um carismático trio de protagonistas: Moka (na época o nome dela foi pronunciado como algo que soava como “Mocha”...), uma guerreira cabeça-quente, impulsiva e gananciosa; Buruman (ou Blueman), um pequeno gato ladrão; Kiriman, um mago de raça desconhecida, talvez algo como um coiote ou um cachorro, e que ainda por cima era mudo, por isso se comunicava através de plaquinhas, no melhor estilo Genma Saotome. No filme os três eram contratados para recuperar um artefato antigo e poderoso, e entre outros desafios encontrados pelos três heróis, se inclui um pirata cuja arma era uma guitarra (sério, não é piada...).

O tempo passou...Em meados de 2001, qual não foi minha surpresa ao esbarrar com um mangá intitulado “Jovens Guerreiros” na banca de jornal? E ainda por cima lançado (sem muito alarde nem propaganda) pela Editora Escala, a qual nunca se destacou por publicar mangás!

Foi a partir daí que soube um pouco mais sobre Moka e seu bando. Até então não sabia nem o nome original: “Ozanari Dungeon”, um mangá criado por Motou Koyama e lançado em 1989, em 17 volumes. Um conhecido me disse que também foi lançado na forma de um jogo para NES, mas nunca fui capaz de verificar essa informação. Um pouco mais para frente vim saber que aquele longa metragem que eu havia assistido (distribuído no Brasil pela distribuidora Mundial) não era originalmente um longa, e sim uma série de 3 OVAs produzida em 1991, de 30 minutos cada episódio! Até hoje não sei dizer se a Mundial simplesmente colocou os 3 OVAs juntos, fazendo um filme de uma hora e meia, ou “adaptou” os OVAs para fazer o filme (isto é, cortou pedaços...).

Bom, mas voltando ao mangá: eu comprei a primeira edição.Gostei. A história era divertida, o traço muito legal, e estava no estilo de leitura oriental. Fiquei na torcida para que o mangá não fosse cancelado na primeira edição, e no mês seguinte, lá estava: a edição número 2!

Comprei a edição número 2, e essa edição tem um ponto que merece ser lembrado, pois além das histórias de “Ozanari Dungeon” foram publicadas duas outras histórias, “Marse Assombrada” e “Come Come Road”. Os autores/ artistas não foram especificados, mas pelo traço, acredito que também sejam trabalhos de Motou Koyama.

Fiquei a espera da terceira. Nada...o mês seguinte chegou, a revista não. Pensei que havia sido cancelada. Vários meses depois encontrei as edições 3 e 4 na Metrópolis (loja especializada em HQ bastante famosa no RJ), mas acabei não comprando, pois tudo indicava que a série não iria para frente. Realmente não foi. Kendier me disse que “Ozanari Dungeon” chegou até o número 6, mas pessoalmente eu não vi. Vi apenas até o número 4. Porém Kendier entende mais dessas coisas que eu, então quem deve estar certo é ele.

Realmente um pena um mangá tão diferente, bem feito e divertido ter tido uma vida tão curta no Brasil. E também ter passado tão despercebido pelos fãs! Sem brincadeira, eu não conheço ninguém além de mim que tenha comprado esse mangá, e muitas pessoas com quem falei sobre “Ozanari Dungeon” não o conheciam.
Gostaria muito de ver esse mangá de novo nas bancas e a série de OVA mais reconhecida pelos fãs, em especial a galera mais nova. O problema é que não sei se faria sucesso, afinal “Ozanari Dungeon” é do fim da década de oitenta/ começo da de noventa, tendo um estilo que pode ser considerado “retrô” por uma parte dos fãs mais novos, mais apreciadores da estética e estilo de “Naruto” e “Shaman King”.

De qualquer forma fica a dica. Se quiserem conhecer um mangá ou anime diferente, e não se importarem por ele ser um pouquinho “velho”, “Ozanari Dungeon” é uma ótima pedida, com um estilo de mangá/anime talvez um pouco datado, mas de qualidade.

E que, pelo menos para mim, deixou saudade.

P.S: Originalmente publicado no Dotaku em 20 de setembro de 2006.

P.S 2: Eu havia me esquecido desse texto! Foi um dos recordistas de acessos o Dotaku e fugiu quase que completamente da minha cabeça! Uma curiosidade é que esse texto chegou a ser usado e citado na página em português da Wikipedia para "Ozanari Dungeon"! E não faço a menor ideia de quem citou- não fui nem eu nem o Kendier!

3 comentários:

  1. Comprei na época até o dois. Tinha uma história top sobre lobisomens a parte, esperei palas outras edições e nada. Infelizmente cometi o erro de emprestar e nunca mais recuperei.

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  2. Uma pena! São raridade hoje em dia!

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  3. eu comprei esse mangá tbm ainda hoje adoro ele,recentemente fiz um speed art da MOka confere la no meu canal.
    https://www.youtube.com/watch?v=nn9niswFUjk
    e a arte está no meu instagram
    https://www.instagram.com/jefferson.denis/

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