10 de fev. de 2014

The Legend of Kage

 


   No final dos anos 80 e início dos anos 90, alguns jogos eram verdadeiros arroz-de-festa no lugar onde eu morava. "The Legend of Kage" foi um deles, de tão fácil que era pegá-lo emprestado com algum colega e também devido a frequência em que era encontrado em multicartuchos daquela época. Acho que foi um dos jogos mais jogados lá na rua, embora raramente fosse citado como um dos preferidos de alguém.



História e Roteiro

   Lançado pela Taito como "Kage no Densetsu" no Japão em 1986 e nos EUA logo no ano seguinte, "The Legend of Kage" segue os passos do personagem- título na busca por sua amada, Kiri-Hime, sequestrada por um clã ninja rival que tem como líder Yoshiro Yukigusa, um cruel samurai shogun (seja lá o que isso for...).





   Após a emblemática cena do sequestro, embalada por sua inesquecível musiquinha, onde a  bela jovem é levada por um ninja capaz de desafiar a lei da gravidade, Kage parte para o resgate, contando com uma espada ninja extraordinariamente curta, um estoque de shurikens extraordinariamente grande e saltos quase capazes de levá-lo a Lua. Como todo bom ninja, Kage também conhece algumas técnicas místicas, mas para usá-las precisa primeiro encontrar os itens na fase. Talvez Kage não seja um ninja tão bom assim no fim das contas... 
  A partir daí, Kage seguirá saltando loucamente e enfrentando ninjas de diferentes cores e Yobos (uns monges com poderes mágicos) por cenários que parecem saídos de algum filme japonês antigo. A primeira fase, a floresta com árvores colossais, é a mais famosa, mas o jogo segue uma certa lógica, pois depois da floresta, Kage tem que se arrastar por algo que lembra um esgoto com um canal subterrâneo, para em seguida escalar a fortaleza inimiga e invadi-la, sendo a fase seguinte, e última do jogo, o interior da fortaleza, onde algumas surpresas o aguardam. Particularmente acho que "The Legend of Kage" daria um ótimo OVA de animação japonesa, daqueles de um episódio só e centrado em ação e lutas que eram muito comuns nos anos 80.


Gráficos

   Para a época, bons. Simples, sem exageros nem muitos detalhes, mas bons. Os sprites de Kage e de Kiri-Hime são bem agradáveis e os dos oponentes tem menos serrilhados do que se esperaria de um jogo de quase 30 anos.



   Os cenários criam um bom clima para o jogo, além de partes dele poderem ser utilizadas pelo jovem ninja- as árvores da primeira fase podem ser escaladas e também servem como plataformas. Fora isso, a forma como se conectam dão um senso de continuidade ao jogo bem interessante, todo bem encaixado.

Músicas e Efeitos Sonoros

  Junto com o cenário, dão um toque especial ao clima do jogo, apesar da pouca variedade. A curta música que toca na cena do sequestro tem um tom bem oriental enquanto música tema do jogo já é mais ação e velocidade. Os efeitos sonoros são legais dentro de suas limitações, o som dos trovões se destacando entre os outros.

Controles e Jogabilidade

   Bons controles, sem dificuldades. Direcional para a direita e esquerda movimentam Kage. Direcional para cima salta, direcional para baixo agacha. Os botões são usados para o combate, O Botão a golpeia com a kodachi e o B lança shurikens. O botão start pausa o jogo, enquanto botão select não serve para nada.




  Não tenho queixas da jogabilidade. os saltos de Kage a princípio podem ser um pouco difíceis para serem dominados, mas nada que alguns minutos de treino não resolva.

Dificuldade

   Não é tão difícil quanto pode parecer a primeira vista, sendo bem mais fácil que outros jogos do NES daquela época. A maior dificuldade é que inicialmente Kage perde uma vida com um único golpe ou encostão, morrendo com facilidade.
   Existem alguns itens espalhados pelo jogo que podem facilitar as coisas para o ninja. Dentre os itens, o pergaminho lança um feitiço de morte, que derruba todos os oponentes da tela, exceto eventuais chefes. Já a orbe brilhante aumenta a força e a velocidade de Kage, além de mudar seu kimono para um tom de verde muito vistoso (deve fazer o maior sucesso com as garotas).


  
Existem também os EGAO (algo que lembra uma carinha sorrindo) e que dão diferentes poderes, como um duplo fantasmagórico para Kage ou arremessar oito shurikens ao mesmo tempo- ambas habilidades conferidas pelo Egao vermelho, de forma aleatória). Os Egao podem também dar uma vida (Egao azul) ou 10000 pontos (Egao cinza) quando apanhados. Desnecessário dizer que o Egao cinza é o item mais inútil do jogo inteiro, certo?

   Um pequeno defeito do jogo é a pouca variedade de oponentes, apenas cinco;
  • Shinobi/ Ninja: O grosso das tropas de Yurigusa. Grandes saltadores que arremessam shurikens e golpeiam com espadas. Podem usar roupas vermelhas, azuis ou pretas. Os ninjas azuis são os mais comuns. Os ninjas vermelhos podem também lançar bombas de fumaça. Os ninjas de roupas pretas são muito rápidos, difíceis de acertar, mas quando mortos deixam um pergaminho para trás.
  • Yobo/ Monge encantado: Monges com chapéus de palha e poderes mágicos. Podem cuspir fogo e defender shurikens com seus braços protegidos por manoplas.
  • Genbo: Um feiticeiro poderoso, capaz de se dividir em dois e armado com um bo (bastão). Contrado por Yurigusa especialmente para matar Kage.
  • Yukinosuke Kiri: Um ninja muito parecido com Kage (praticamente um gêmeo malvado!). Sua kodachi consegue bloquear a maioria dos shurikens de Kage sem dificuldade.
  • Yoshiro Yurigusa: O samurai shogun (seja lá o que isso for...) que ordenou o sequestro de Kiri-Hime. Sua aparência lembra um fantasma pálido. É capaz de voar e luta com duas katanas.


Comentário Final



   Um jogo muito jogado em seu tempo, pouco lembrado hoje. Não é nenhum marco na história do NES mas diverte sem maiores compromissos. Recomendado para fãs de jogos de ninja em especial.

NOTA: 5,5

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