22 de nov. de 2018

Golden Axe- Master System


Conversões de jogos de arcade para consoles domésticos era uma das especialidades da Sega nos anos 80 e 90 e em geral rendia bons frutos, embora por vezes a Sega tentasse tirar leite de pedra e adaptar para o Master System jogos bem além da capacidade do hardware da plataforma- e quando o jogo também tinha recedido uma versão para Mega Drive aí é que a coisa piorava ainda mais!
A comparação com a versão do Mega era inevitável e o jogo do Master parecia apenas uma versão mutilada de seu primo de 16 bits, pois via-se claramente a quantidade de cortes, ajustes e arranjos que tiveram que ser feitos. Lançada em 1983 apenas para os EUA, Europa e América Latina, a versão do Master System de "Golden Axe" é um caso exemplar disso.

História e Roteiro


A história basicamente é uma versão condensada da história do arcade e do Mega Drive: Os habitantes da outrora pacífica cidade de Yuria perderam a única coisa que os mantinha a salvo das forças do mal, o machado mágico Golden Axe, que agora está nas mãos do maligno titã Death Adder.
Não satisfeito em ter o Golden Axe, Death Adder invade as terras de Yuria, causando caos e destruição, sendo a única esperança de Yuria o guerreiro bárbaro Tarik (uma versão genérica de Ax Battler), que com sua força e habilidade na espada tentará derrotar Death Addler, salvar Yuria e recuperar o Golden Axe (não necessariamente nessa ordem).
Ficou estilo as novelas das oito escritas pelo mesmo autor... Quase igual... a mesma coisa com um detalhezinho diferente aqui e ali.

Gráficos


O design das fases e dos personagens segue o molde das versões arcade e Mega Drive, mas bem menos detalhada, menos definição, menos detalhes e com cores mais opacas, devido a diferença de capacidade entre as plataformas. 
Os personagens, tanto o bárbaro quanto os inimigos e montarias, ficaram passáveis, mas monotonamente coloridos se mexem como bonecos de algum filme de stop motion de baixo orçamento. Quanto aos cenários... alguns ficaram no máximo passáveis, como a primeira fase do jogo, na floresta, e outros ficaram bem fracos, como a segunda  fase, na Turtle Village- em especial em seu trecho inicial! Muito fraco mesmo!
Em termos gráficos, o que a versão de "Golden Axe" do Master tem de melhor foram as telas de abertura, seleção de tipo de magia e encerramento, em todas figurando um bárbaro bem schwarzeneggeriano e sendo realmente bem desenhadas, notáveis para um videogame de 8 bits. São, contudo, um prêmio de consolação insuficiente quando se vê o jogo propriamente dito.

Música e Jogabilidade


A música da tela de abertura é até bem razoável, mas não combina com "Golden Axe". Se encaixaria melhor em algum JRPG bem aventuresco e fantasioso, e não em um jogo em um ambiente "sword & sorcery", mais sombria, com mundos mais lúgubres e sujos. 
As músicas nas fases são as mesmas das outras versões, mas em qualidade bastante inferior devido às limitações do hardware do Master System. Seria injusto dizer, entretanto, que escutá-las fere os ouvis. Não são excelentes, não são a melhor coisa que você vai ouvir em um videogame de 8 bits, mas são aceitáveis, desde que não se fique comparando-as com àquelas do Mega Drive ou do arcade, pois aí é golpe baixo.

Controles e Jogabilidade


Sendo bem franco... a jogabilidade é ruim, bem truncada. Os controles são lentos... seus golpes são lentos... o bárbaro Tarik é lento... os saltos são duros, fazendo ultrapassar pelos abismos algo bem enervante!
Outro problema é que a detecção de dano deixa muito a desejar! Em muitos momentos você vai jurar que acertou um golpe no oponente mas sua espadada simplesmente não faz efeito algum! 
A impressão que fica é que, por tentarem dar ao jogo o melhor visual possível, pagou-se o preço em uma jogabilidade que pode ser definida na melhor das hipóteses como capenga.

Dificuldade

O primeiro "Golden Axe" não é um jogo fácil em nenhuma de suas versões, mas a do Master System é sem dúvida a mais difícil de todas, porém pelos motivos errados! A dificuldade do jogo deve-se em especial às suas deficiências- leia-se a jogabilidade que tanto deixa a desejar- e não a um desafio pensado e planejado pelos programadores. As limitações impostas à conversão fizeram do jogo algo bem frustrante e irritante em muitos momentos, tornando tarefas árduas algo tão banal como pular por cima de um abismo sem parar no fundo do buraco!
Uma diferença que vale a pena destacar é que não existe escolha de personagens aqui. Não se pode jogar nem com a amazona nem com o anão do machado na versão do Master, mas pode-se alterar o tipo de magia que o bárbaro usa, escolhendo entre os três tipos disponíveis (Terra/Pedra, Fogo, ou Eletricidade) logo no início do jogo.
No mais, outros fatores dificultosos das outras versões foram mantidos, como a escassez de itens que recuperem energia, assim forma de consegui-los foi mantida- no caso da comida, por exemplo, batendo em gnomos.
E as poções para usar na invocação dos feitiços também.
Pobres gnomos.

Comentário Final


Essa é, sem dúvidas, a pior versão desse jogo clássico. Existe pouca razão para alguém jogá-la exceto curiosidade ou um fanatismo a toda prova pelo Master System. Mesmo que a equipe de programadores tenha feito todo o possível com os recursos que tinha, o resultado simplesmente não é grande coisa e é provável que não agrade muita gente, em especial quem jogou as outras versões primeiro.

NOTA; 3,0





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