18 de nov. de 2017

Shining Force


O Mega Drive não tinha tantos RPGs em sua biblioteca quanto seu rival direto, o SNES, mas alguns dos melhores jogos desse estilo dos anos 90 rodavam em seus cartuchos. Em alguns casos, como o dos jogos da série "Phantasy Star", o Mega Drive deu seguimento a uma franquia iniciada anteriormente em outra plataforma, em outros casos ele próprio iniciou uma série de sucesso, como foi o caso de "Shining Force".
Lançado primeiramente no Japão em 1992 pela própria Sega e no ocidente no ano seguinte, "Shining Force" não foi o primeiro jogo, mas foi o verdadeiro responsável pela franquia ter se tornado o sucesso que é. Independente disso, "Shining Force" tem qualidades o suficiente para ser lembrado por conta própria, sem sombra de dúvida.

História e Roteiro


A história de é um dos temas clássicos da fantasia medieval... evitar a qualquer custo que um grande mal, anteriormente expulso, retorne ao mundo e cause destruição. Já foi usado muitas vezes, algumas com ótimos resultados, algumas com resultados sofríveis. "Shining Force" se encontra no primeiro caso, e com destaque.  
A história é bem amarrada, com bom ritmo e uma ou outra surpresa no roteiro pelo caminho.
Mas voltemos ao jogo... O continente de Rune esteve em paz por cinquenta gerações, desde que os Anciãos aprisionaram o malgno Dark Dragon no limbo. Tanto tempo de paz e tranquilidade faz com que a maioria das pessoas considere Dark Dragon e sua derrota para os anciãos apenas uma velha lenda.
Quando tropas de invasores vindas de Runefaust começam a surgir, a verdade vem a tona: Dark Dragon não só é real, quanto o rei Ramladu de Runefaust, guiado pelo sombrio Darksol, deseja despertá-lo. O rei de Guardiana convoca o pupilo do famoso centauro cavaleiro Varios e ordena que ele lidere um pequeno grupo que possa se esgueirar até o Portal dos Anciões ("Gate of the Ancients" no original) sem chamar atenção e investigar o que vem acontecendo na região. A luta contra Runefaust e Dark Dragon começa.

Vale a pena mencionar que "Shining Force" tem uma quantidade de personagens jogáveis bem grande, e que ao contrário de algumas outras (boas) séries de RPG, como "Fire Emblem" (NES) e "Final Fantasy Tactics" (PS1), não existem personagens "genéricos". Embora possam pertencer a mesma classe, cada personagem é único! O protagonista é Max (mas o jogador pode alterar o nome), um jovem espadachim corajoso e altruísta. Com o correr da história vários magos, clérigos, cavaleiros, guerreiros e até criaturas mágicas vão se unindo a ele, somando diferentes habilidades ao grupo.

Gráficos


Gráficos muito bons. Realmente muito bons. O jogo é todo feito em arte pixelada, e um trabalho excelente. A abertura do jogo é simples, porém muito bonita, com a menina elfa lendo um velho livro. Cenários e mapas não ficam atrás, em especial quando são velhas ruínas, mas o ponto alto dos gráficos sem dúvida é o design dos personagens, em especial nas cenas de combate! Muito bem desenhados não só os heróis ou vilões principais mas mesmo um simples goblin ou dark dwarf  genérico foram desenhados em um estilo mangá caprichado.


Música e Efeitos Sonoros


Música e efeitos sonoros no mesmo nível de qualidade que os gráficos. Muitas músicas em tom mais épico, aventuresco, que embalam as muitas batalhas do jogo, outras mais calmas tentando combinar com a ambientação de cada cidade visitada. A música de abertura, durante o diálogo com a mena elfa parece saída de um caixinha de música. Tudo encaixa muito bem, imagem e som, eixando a experiência do jogo mais marcante.
E eu me amarro no som dos personagens andando pelo mapa.

Controles e Jogabilidade


Por ser um jogo onde os combates são por turnos, "Shining Force" não precisa ter uma jogabilidade rebuscada. Os controles, tanto dos comandos em batalha quanto aqueles dos menus usados para se interagir com cenário, NPCs ou status dos personagens, são simples de memorizar- só é preciso prestar atenção em um ou outro detalhe (não esquecer de equipar as armas novas compradas, por exemplo) . Uma lida preliminar no manual sempre é útil, mas não há nada nesse quesito que de fato prejudique a experiência do jogador com o título.

Dificuldade



"Shining Force" é um daqueles casos em que alcançou-se um equilíbrio no quesito dificuldade. O jogo é desafiante sem ser injusto ou frustrante. Obviamente os combates vão se tornando mais árduos conforme se progride na história mas sem exageros ou subidas absurdas na curva de dificuldade. O desafio aqui complementa a diversão, não a compromete.
O jogo ainda conta com alguns detalhes que incentivam a exploração, como um punhado de personagens secretos um tanto complicados de se encontrar. Não são essenciais para se vencer o jogo, mas ajudam bastante (quer dizer, com exceção de um que não serve para absolutamente nada) e procurar por eles é um motivo a mais para se jogar outras vezes.
O maior defeito de "Shining Force" é estar dividido em "capítulos", não permitindo voltar a localidades passadas a vontade- ou seja...se você perdeu algum personagem que poderia entrar para a o time, já era...


Comentário Final

Capa de "Shining Force" no ocidente

"Shining Force" é um ótimo representante de RPG. Tem tudo para agradar os fãs do gênero, e, se isso é especialmente válido para o pessoal mais oldschool, é um jogo que envelheceu bem e pode agradar o pessoal mais novo. É daquele tipo de jogo que consome horas e você nem nota, de tão absorvido. O tipo de combate do jogo, "estilo tactics" é meu favorito para RPGs, e combinado com os gráficos, música e história, faz com que "Shining Force" tenha um charme todo especial e próprio. 

NOTA; 9,5


2 comentários:

  1. Eu falei que eu viria ler aqui e comentar! :)
    Como falei no Twitter, gostei pra caramba do jogo. Mesmo que eu tenha um ou outro ponto que até poderia lançar uma crítica, embora nada muito pesado, o jogo é tão forte no quesito diversão que essas coisas quase passam desapercebidas.
    Uma coisa que gostei demais foi da trilha sonora, eu fico com ela na cabeça o tempo todo!
    Gosto do barulho dos passos também! HAHAHA
    Muito bacana a análise. Preciso jogar o Shining Force II pra fazer os comparativos, o que mais escuto é que a sequência conseguiu ser ainda melhor!
    Valeu!

    ResponderExcluir
  2. Mesmo gostando dos 2. Shining Force II tem uma diferença brutal, ele é mais linear, ou seja não tem lance de capitulos, o que permite que em determinado momento do jogo, vc consiga voltar em varios pontos do mundo.
    E a trilha sonora fica melhor ainda.
    Uma pena que não tiveram mais sequencias tão boas. Deve ter sido preguiça de desenvolvedores.

    ResponderExcluir