6 de jul. de 2018

Ducktales 2


O mundo dos videogames tem umas peculiaridades engraçadas... por exemplo, algumas vezes uma continuação de um jogo traz tudo que o primeiro tinha de bom e ainda acrescenta mais algumas coisas, faz tudo certo e simplesmente... não é tão legal quanto seu predecessor.
Isso não significa que seja um jogo ruim.... podem ser jogos até muito bons, levanto em consideração exclusivamente o jogo per si e seus méritos individuais, mas... o primeiro ainda é melhor. É o caso de "Ducktales 2", lançado pela Capcom em 1993, quatro anos após aquele que originou a franquia.

História e Roteiro


Assim como o primeiro jogo, o roteiro de "Ducktales 2" é tipicamente "Ducktales", bem "tiopatinhesco" mesmo: O velho milionário emplumado e seus sobrinhos encontram no porão um fragmento de um mapa que leva (obviamente) a um tesouro fabuloso, o tesouro perdido dos McDuck! 
Como nada vem fácil na época de poucos bits, o criador do mapa, o velho Angus McDuck, dividiu-o em vários pedaços e os espalhou por todo canto  do mundo... Egito, um castelo assombrado controlado por um feiticeiro na Escócia, nas Cataratas do Niágara, no Triângulo das Bermudas e até na terra perdida de Mu (não tão perdida assim para o cara ter ido esconder um fragmento do mapa lá, aliás). Tio, sobrinhos e amigos partem para a caçada.
Para aproveitar a viagem, enquanto busca reunir o mapa completo, Tio Patinhas deve buscar um tesouro especial e único, presente em cada um dos locais- afinal, quanto mais tesouros, melhor. Obviamente, Tio Patinhas não é o único atrás do tesouro perdido dos McDuck: Pão-Duro McMônei (Flintheart Glomgold no original) também quer o tesouro para si e fará tudo para evitar que seu rival tenha sucesso. Se não fosse assim, não teria tanta graça.
Jogadores mais novos podem criticar a simplicidade do tema, mas qualquer um que conheça (e goste) tanto da série de TV quanto dos quadrinhos vai concordar que é bastante fiel ao espírito de "Ducktales" e que funciona bem no que se propõe a ser: diversão sem compromisso. É isso que realmente importa.

Gráficos


Os gráficos seguem o estilo do primeiro jogo, apenas levemente mais atualizados devido a diferença de quatro anos entre um e outro. São muito bons, com cenários detalhados e personagens com sprites bem legais, em especial os chefes de fase que receberam um capricho a mais. Acho que o ponto fraco do jogo nesse quesito é a cena do Capitão Boing dando uma carona para o tio Patinhas de volta para Patópolis, caso você aceite o convite ao encontrá-lo nas fases, a qual poderia ser um pouco mais bem feita. Não é ruim de fato, mas poderia ser melhor.

Música e Efeitos Sonoros


As músicas são boas e encaixam bem nos cenários, mas"Ducktales 2" não possui nenhuma música realmente marcante como "The Moon" do primeiro jogo. O destaque, em minha opinião pessoal, é a música da fase da Escócia/ Scotland, bem divertida de se ouvir.
Os efeitos sonoros são bom, combinam bem com os momentos onde são usados e deixam o jogo ainda mais bem acabado. Nesse ponto não fica nada a dever para o jogo de 1989.

Controles e Jogabilidade

Mantendo a qualidade da franquia, "Ducktales 2" tem uma jogabilidade bem acima da média, bastante afinada. Algumas novidades foram incluídas nos movimentos do Tio Patinhas, como a possibilidade de puxar coisas ou acionar alavancas e mecanismos (inclusive canhões!), o que deixam o jogo mais dinâmico e foram um ótimo acréscimo.

Dificuldade


"Ducktales 2" é um tanto mais difícil que o primeiro jogo da franquia, mas ainda está abaixo da dificuldade média dos jogos de 8 bits que jogávamos na época. 
Os chefes são o típico caso de aprender os padrões e atacar na hora certa. 
Algumas fases precisam de alguns equipamentos especiais que o professor Pardal fornece para o Tio Patinhas, e portanto, podem ter que ser visitadas mais de uma vez, tanto um tom menos linear para o jogo. 
Uma novidade que "Ducktales 2" trouxe é que agora existe uma loja/ shop que pode ser viditada entre os estágios, com itens e power- ups úteis a venda, como o bolo ( que pode ser levado e usado uma vez durante a fase para recuperar energia) ou o cofre (que evita que o dinheiro acumulado na fase seja zerado caso o jogador perca uma vida).
Os poucos puzzles presentes no jogo (em especial na fase do Egito) não são nada impossíveis de se resolver, assim como os fragmentos do mapa não são difíceis de serem encontrados, exceto o pedaço da fase das Cataratas do Niágara, que pode facilmente passar batido e é realmente chatinho de se achar. Recomendo ler o manual todo, em especial as últimas páginas, porque o que dizem lá pode ser útil para achar esse pedaço específico. 
Lembre-se que o jogo possui dois finais! Embora nenhum dos dois seja "ruim" de fato, o final "verdadeiro" é aquele onde se encontra o tesouro perdido dos McDuck, e para isso é obrigatório ter o mapa completo! Se faltar um único pedaço, você verá o final "falso".

Comentário Final


"Ducktales 2" é um divertido. Um daqueles jogos de aventura estilo plataforma que fazem você entender porque esse gênero foi tão popular nos anos 90. Tem bastante exploração e o ritmo certo, somado a bons gráficos e música, contudo seus cenários não são tão divertidos de se atravessar quanto o primeiro e a sensação geral que fica é que "Ducktales 2" é um bom jogo ofuscado pelo sucesso de seu antecessor. Não deixa, entretanto, de ser um jogo bastante recomendável, tanto para jogadores antigos quanto novos, que apreciem esse gênero. Vale a pena conhecer.

NOTA: 8,5


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