28 de mai. de 2014

Jewel Master


   Um dos pontos fortes do Mega Drive foram os jogos  de Ação & Aventura estilo plataforma. Alguns dos jogos mais famosos do console seguiam esse estilo, como os jogos das franquias "Sonic the Hedgehog" ou "Shinobi", mas existem dezenas de outros menos famosos, alguns de boa qualidade, como "Alisia Dragoon" ou "DecapAttack", outros nem tanto, como "Chester Cheetah: Wild Wild Quest".
   Para quem curte o estilo de jogo, ainda mais se for ambientado em cenários de fantasia que parecem saídos de um livro de RPG ou anime do início dos anos 90, uma boa pedida é "Jewel Master", jogo lançado originalmente no Japão pela própria Sega em 1991. Um bom jogo sem ser extraordinário, com um ou outro detalhe para eleva-lo acima da média.



História e Roteiro

   História épica típica, com todos os elementos tradicionais presentes, daquelas dignas de serem contadas por um bardo acompanhadas pelo som de um alaúde:
   Era uma vez, tempos atrás, um reino conhecido por todos como Mythgard. Por anos Mythgard conheceu paz e prosperidade, até a chegada do rei demônio Jardine The Mad. De onde ele veio? Não faço ideia... por favor, não faça perguntas difíceis.
 A frente de sua Legião Negra (Dark Legion), Jardine chegou a um passo de destruir o reino, até ser detido pelos esforços dos doze  Mestres dos Elementos (Masters of the Elements). Após uma batalha árdua, Jardine foi temporariamente vencido, mas apenas quatro dos Mestres sobreviveram ao duro embate.



   Os quatro mestres sobreviventes uniram-se em um derradeiro esforço e combinando seus poderes forjaram a poderosa Lâmina Elemental (Elemental Blade), a única arma poderosa o suficiente para fazer frente a jardine. Esse foi também o momento onde o herói conhecido como Jewel Master (Mestre das Jóias, em tradução livre) foi invocado. De onde? Não faço ideia... já pedi para  não fazer perguntas difíceis.
   Através do uso de anéis mágicos imbuídos dos poderes dos elementos o Jewel Master é capaz de conjurar poderosos feitiços que o tornam capaz de enfrentar as legiões malignas. Infelizmente dez dos doze anéis mágicos foram perdidos, espalhados por locais distantes em tudo que é canto do o reino, muitos estando inclusive sob a guarda de soldados de Jardine.
   Assim começa a busca do Jewel Master. Só após reunir os doze anéis de poder, o herói poderá reclamar a Elemental Blade e pôr um fim ao horror do Rei demônio, derrotando Jardine The Mad de uma vez por todas.

Gráficos



  Decentes sem serem excepcionais. Os cenários são bonitos e tem em alguns momentos aquele efeito presente em "Altered Beast" de camadas que dão noção de profundidade. O sprite do herói lembra um herói greco-romano estereotipado e é bem razoável, apesar de não muito detalhado. O jogo possui uma grande variedade de inimigos, a maioria bastante interessantes e com visual bem feito, em especial os chefes e subchefes de fase. O visual dos feitiços é simples, mas eficiente.
   
Música e Efeitos Sonoros


   Tanto as músicas quanto os efeitos sonoros ficam acima da média dos jogos de Mega Drive. As músicas, em especial, foram compostas por Motoaki Takenouchi, o qual posteriormente compõs as trilhas sonoras da excelente franquia de JRPGs "Shining Force" da Sega e de "E.V.O. : Search for Eden" do SNES.
  Mesmo sendo seu primeiro trabalho profissional para o mercado de videogames, realizado logo após a graduação do artista na Tokyo National University of Fine Arts and Musica, a trilha sonora de "Jewel Master" já possui todas as características marcantes das composições de Takenouchi, em especial o virtuosismo.

Controles e Jogabilidade



   Os controles em geral são simples, seguindo um patrão tradicional para jogos desse gênero:
  • Direcional para Esquerda e Direita: Move o herói na direção correspondente.
  • Direcional para Baixo: Agachar
  • Direcional para Cima: Permite disparar alguns tipos de magia para cima, na vertical.
  • Botão A; conjura magia dos anéis da mão esquerda.
  • Botão B: conjura magia dos anéis da mão direita
  • Botão C: Pulo
  • Start: Pausa o jogo e ao mesmo tempo abre a tela onde pode escolher quais anéis usar. Cada mão pode ser equipada com até dois anéis ao mesmo tempo.
   A Jogabilidade é razoável, mas a detecção de dano (Hit Detection) pode deixar a desejar em alguns momentos, em especial com inimigos voadores.

Dificuldade

   Bastante difícil. É o tipo de jogo que engana, começando sem grandes dificuldades até que de repente o nível da escala sobre abruptamente. "Jewel Master" inclusive possui um dos primeiros chefes de jogo mais chatos que já vi, o  tigre branco das Forest Ruins (Ruínas na Floresta).
   Você começa com apenas uma vida e uma barra de energia dividida em três partes, mas com o decorrer do jogo você vai aos poucos conseguindo aumentá-la. Cada golpe recebido enfraquece a barra, que vai mudando de cor até ficar cinza (vazia), sendo que o dano feito varia de inimigo a inimigo. Quando todas as suas barras ficarem cinzentas, Game Over. Felizmente o jogo possui Continues.


   O jogo não possui muitos power- ups, apenas algumas frutas espalhadas pelas fases que recuperam uma barra de energia ao serem coletadas. O maior auxílio que o jogador terá serão dos doze anéis de poder e de suas diferentes combinações.
   Existem três anéis para cada elemento ( fogo, ar, água e terra). Quanto mais rebuscada a aparência do anel, mais poderosos ele é. Ao se combinar dois anéis em uma mesma mão, uma terceira magia pode ser conseguida. Ao se combinar o anel de água level 1 com o anel de ar level 1, por exemplo, consegue-se realizar a magia wave (onda), muito útil para atacar inimigos a longa distância, em especial porque atravessa paredes do cenário como se elas não existissem. 
   Assim que conseguir um anel novo, experimente-o para saber seu poder e depois experimente todas as combinações possíveis com outros anéis, pois cada uma terá sua utilidade durante o jogo. Atenção para dois detalhes:
1) Nem todos os anéis podem ser combinados.
2) Existem alguns inimigos que são resistentes a alguns tipos específicos de magia, logo você precisará trocar rapidamente de anéis ao se deparar com um deles.

Comentário Final


  
Um jogo que vale a pena ser jogado se você gosta de aventuras em formato plataforma, mas que poderia ser mais divertido se a dificuldade fosse um pouco melhor calibrada. Ambientação e história podem parecer um tanto datadas, mas são bem trabalhadas e tudo no jogo se encaixa bem, complementado por músicas e gráficos pixelados agradáveis. 
   Dificilmente será um daqueles títulos que você considerará marcantes na sua vida como jogador, mas pode valer algumas horas de jogo agradáveis e divertidas, experimentando anéis e testando feitiços enquanto se explora desertos, ruínas e montanhas infestadas de monstros. "Jewel Master" é especialmente recomendado a fãs de jogos de plataforma e fãs de fantasia medieval e/ou mitológica, além de retrogamers em geral.

NOTA: 7.5

Curiosidade 1: Na arte da capa da versão norte-americana é mostrada erroneamente a mão do herói munida de quatro anéis mágicos. No jogo o limite é de dois anéis em cada mão.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Eu gosto bastante, embora esteja empacado em um determinado pedaço do jogo. Como não tenho tido tempo suficiente para jogar (daí estarem saindo poucos reviews no blog atualmente) está demorando um pouco para melhorar minha curva de aprendizagem no jogo.

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  2. Eu acho esse game legal, a Sega bem poderia relançar ele no Sega Mega Drive Classics. :-)

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  3. Jewel Master é bacana demais.! Ainda preciso termina-lo.

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