21 de ago. de 2018

Alex Kidd: The Lost Stars


Quando um jogo fazia muito sucesso nos anos 80 e 90 raramente ficava sem uma continuação. Por vezes a continuação era melhor que o original, como foi com "Streets of Rage 2", outras apenas mantinha o nível, como "Golden Axe 2", e de vez em quando... decepcionava... "Alex Kidd: The Lost Stars", lançado em 1987 para o Master System pela própria Sega, foi um desses casos.

História e Roteiro


Ao contrário do primeiro jogo da franquia, "Alex Kidd in Miracle World", Nada de "jornada do herói" aqui... "Alex Kidd: The Lost Stars" tem um tom fantasioso mais de fábula ou de livro infantil, o que em si não é um defeito, apenas mas não era bem o que se esperava:
Enquanto o Alex Kidd, príncipe coroado de Radaxia, viajava pelo Miracle World, as doze constelações do céu de Aries desapareceram (curiosamente são as mesmas doze constelações usadas no horóscopo da Terra, inclusive representadas pelos mesmos símbolos). Aliás, elas não apenas desapareceram, as estrelas foram roubadas! 
Decidido a descobrir por quem, Alex retorna ao Monte Eternal e lá se encontra com o mago Daleda, o qual lhe explica o que aconteceu... cinco mil anos atrás as constelações do céu de Aries foram roubadas (sabe-se lá para o que... o que alguém faria com uma estrela, afinal?) por um ser conhecido apenas como Ziggarat
Um ancestral de Alex, o príncipe Halifax Kidd (que nome... aposto que sofreu bulling na escola), viajou além do tempo e espaço atrás de Ziggarat, derrotando- o e trazendo de volta as estrelas (algo inviável em termos de Astronomia, mas indiscutivelmente heroico), mas Ziggarat, como todo vilão que se preza, jurou vingança, prometendo voltar e tomar para si as estrelas mais uma vez. Agora, cinco mil anos depois, o vilão está de volta e cumpre sua ameaça, deixando o céu de Aries frio e escuro sem suas estrelas. 
Não sei dizer se Ziggarat é um cara persistente ou rancoroso...
Daleda ainda afirma apenas que apenas alguém com sangue real, como Alex , é capaz de encontrar as Miracle Balls (esferas milagrosas, em tradução livre
) e assim recuperar as estrelas e trazê-las de volta aos céu de Aries. Obviamente não podia ser de outra forma, não é?
Alex Kidd então decide seguir os passos de Halifax e ir atrás de Ziggarat para mostrar para o vilão que teria sido melhor ficar mais uns milênios sem mostrar a cara. Com seus poderes, Daleda abre um portal entre os mundos e Alex parte em busca das estrelas perdidas. 
Vamos lá... não é um enredo tão ruim assim, né?

Gráficos

Perturbador...
"Alex Kidd: The Lost Stars" é um jogo com cenários bem coloridos, com arte bem razoável, melhor que a média de 8 bits.  Os cenários dos estágios tem um tom bem lúdico, e, embora isso seja mais acentuado na primeira fase, "Toy World"/ Mundo dos Brinquedos com seus cachorros que latem "BOW WOW", todas tem uma boa dose disso, até mesmo a terceira fase, "World of Make Believe"/ Mundo do Faz de Conta, apesar de cheia zumbis e monstrengos.
Os sprites dos personagens do jogo, tanto do herói quanto dos vilões de fase, são grandes, mas a animação é apenas mediana devido a quantidade limitada de frames por sprite. No geral são bem feitos, mas é desse jogo um dos mais... peculiares... inimigos de fase que já vi na minha razoavelmente longa vida de gamer: algo como um punk pelado de óculos escuros e moicano vermelho que caga caveiras enquanto rebola para o herói. Pelo clima da fase, acredito que seja algum tipo de zumbi ou morto- vivo, mas, independente disso... é bizarro... muito bizarro...
Um detalhe divertido: a cápsula que contém a segunda miracle ball/ esfera milagrosa do jogo é o corpo de Opa- Opa, herói-nave da franquia "Fantasy Zone", apenas sem as suas características asas!


Músicas e Efeitos Sonoros

A trilha sonora do jogo não é ruim, mas o tom meio música de carrossel presente pode torná-la enjoativa após algum tempo. A música toca na tela de abertura, onde Alex Kidd fica saltando de um lado para o outro sem nenhuma razão aparente feito um idiota, exemplifica isso perfeitamente.
Os efeitos sonoros, por outro lado, são um pouco melhores que a média. Destaque para a voz que declara a cada começo de fase, de forma bem sintética mas inteligível, "I'm the Miracle Ball".

Controles e Jogabilidade


Não há nada de errado com a jogabilidade de "Alex Kidd: The Lost Stars"- na verdade acho os saltos em "The Lost Stars" mas bem afinados que os de "Alex Kidd in Miracle World"! 
Um detalhe legal é que o jogo varia um pouco a jogabilidade em três momentos: 
1) Uma fase inteira sob a água, a 4o fase (batizada, de forma um tanto óbvia, como Water World/ Mundo aquático), onde Alex nada e usa um snorkel. 
2) Um trecho, embora bem curto, onde se voa agarrado a um daqueles balões de festa de aniversário. 3) A última fase, Zigurat, passada no espaço, onde os saltos de Alex são bem maiores devido à baixa gravidade.
Não é nada excepcional, do outro mundo, mas deixa o jogo um pouco mais interessante ao quebrar a mesmice.

Dificuldade

Aquela é a Estátua da Liberdade?
"Alex Kidd: The Lost Stars" não é um jogo difícil, ainda mais quando comparado com o osso duro de roer que é o "Alex Kidd in Miracle World"! Sua dificuldade é equilibrada, apenas com uns detalhes para se prestar atenção, coo Alex não ter naturalmente nenhum tipo de ataque. Algo que complica um pouco, embora seja mais aborrecido do que realmente difícil, é que depois de passar pelas seis primeiras fases, o jogo as repete, uma a uma, apennas com um grau de dificuldade ampliado. Eu odeio isso nos jogos oldschool...
O jogo possui alguns power ups que, literalmente, caem do céu, como um que faz Alex Kidd saltar mais rápido (um "J"); outros que conferem a habilidade de disparar rajadas de energia contra os inimigos (um "S" ou "US") e um último que dá mais tempo para completar a fase ( "SC"). Existem também alguns itens escondidos pela fase, como dinheiro ou o rosto de um palhacinho, mas valem apenas pontos.

Comentário Final


"Alex Kidd: The Lost Stars" é um sucessor à altura do primeiro jogo da série? Não, não é. Definitivamente não é, mas... também não é um jogo tão ruim quanto alguns dizem. Tem suas qualidades, como a boa jogabilidade, e é capaz de divertir, ou pelo menos distrair por um tempo, desde que jogado de forma descompromissada, sem criar grandes expectativas. Recomendado em especial  para fãs hardcore de jogos plataforma ou pessoas que gostem de livros infantis, mesmo não tendo mais idade para isso.

NOTA: 5,5

0 Comments:

Postar um comentário