27 de out. de 2020

Mappy

 


Policiais comumente protagonizam jogos de videogame. Raramente suas contrapartes do mundo dos jogos se parecem com os do mundo real, mas ainda assim protagonizam. E dentre os que guardam menos semelhanças, o herói de "Mappy" é talvez o caso mais flagrante!

Lançado em 1984 no Japão pela Namco, "Mappy" é um jogo de plataforma de primeira fornada do NES que chegou ao console após sua estréia nos arcades, sendo posteriormente relançado para sistemas mais contemporâneos, individualmente ou em coletâneas.

História e Roteiro


Em "Mappy" um simpático e pouco belicoso ratinho membro da força policial deve recuperar os itens roubados pelo gato rechonchudo Goro e sua gangue, os Meowkies. Os gatunos (não resisti a usar esse termo) roubaram de pinturas valiosas até rádios e esconderam tudo em sua mansão (aliás, mais de uma... o negócio deles deve ser bem lucrativo), e agora cabe ao valente Mappy pegar tudo de volta enquanto pula por trampolins e plataformas das mansões, perseguido por Goro e seus capangas felinos.
Aliás, quem foi o arquiteto desse lugar? O cara tinha uma ideias bem exóticas de como uma mansão deve ser...
Um roteiro simples para um jogo simples, Apenas para dar um pretexto para a correria toda, mas ainda assim... até que é legal.

Gráficos


Gráficos bem simples, mas agradáveis aos olhos. Os sprites de Mappy e Goro são o maior destaque, sendo engraçados até hoje, mas os Meowkies não são ruins. O cenário é OK, mas pouquíssimo variado, com pouca coisa mudando exceto um detalhe aqui ou lá, como a presença de sinos na
os cantos dos telhados ou a disposição das portas. 
Os gráficos até que envelheceram bem para um jogo de 1984, na minha opinião.

Música e Efeitos Sonoros

A música é até legal, e quando digo A música é literal mesmo. O jogo possui apenas uma única música tocada fase após fase, ad infinitum... apesar de não ser de modo algum uma música ruim, é compreensível que ouvi-la ininterruptamente possa dar nos nervos de alguns.
O jogo não tem muitos efeitos sonoros, e os que tem são ao mesmo tempo simples e funcionais. Nada que faça trincar os dentes de nervoso.


Controles e Jogabilidade

Os controles são simples. Você controla para onde Mappy vai pelos direcionais e os botões A e B abrem as portas. Apenas isso.
E isso é uma das razões do estranhamento que pode se ter de início...  Mappy é um dos protagonistas mais limitados dos 8/16 bits. Ele sequer pode pular! Você só consegue fazê-lo saltar usando as várias camas elásticas espalhadas pelas fazes. Mappy também não tem nenhum tipo de ataque próprio, apenas podendo usar sinos ou as "power doors" (umas portas piscantes que aparecem em cada estágio) para acertar os gatos e também não dá para fazê-lo correr mais rápido.
Sim, é difícil entender como alguém deixou Mappy usar aquele uniforme e ganhar um distintivo.
Essas limitações todas do herói fazem com que alguém que esteja jogando o título pela primeira vez tenha um pouco de dificuldade, mas os controles respondem bem e não é difícil se acostumar com as escolhas de gameplay feitas pelos programadores.

Dificuldade




Para um arcade daquela época "Mappy" não é dos mais difíceis, depois que se pega o jeito.  O jogo vai de fato se tornando mais difícil conforme as fases vão se sucedendo, com mais Meowkies se juntando à caçada ao ratinho policial, mas é uma curva bem-feita, sem subidas abruptas.
Algo a se ficar atento é quando, ao se gastar muito tempo na fase, aparece "Hurry Up" na tela. O pior dos capangas de Goro, Gosenzo, aparece depois do segundo aviso para perseguir Mappy, e ele é bem mais difícil lidar com ele que com os Meowkies (ele pode acertar Mappy enquanto o ratinho está pulando em uma cama elástica, por exemplo).
Um último aviso sobre o Goro! Ele volta e meia se esconde atrás de um dos itens roubados. Pode encostar sem medo. Você recupera o item e ainda ganha 1000 pontos extras por descobrir o esconderijo do gato larápio.
O jogo é cheio de outros detalhes. As portas que brilham quanso abertas libeetam uma onda de choque que varre da tela todos os felinos que encontra (vale lembrar que a onda sempre seguirá para o lado da porta que tem a maçaneta) e os sinos que aparecem em alguns estágios podem ser derrubados sobre os seus perseguidores. Cuidado quando os trampolins ficarem vermelho escuro. No próximo pulo vão arrebentar. Em alguns momentos isso pode ser útil, em outros é morte certa. O chão brilhante que desaparece após Mappy passar por ele também pode ajudar ou prejudicar. Fique atento.
E por último, fique atento ao lado que as portas abrem. Elas podem golpear os ladrõezinhos, tonteando-os, ou você, facilitando que eles te alcancem.
O jogo não possui Power-Ups e Mappy morre ao menor encostão ou queda que não seja em uma cama elástica, mas ganha-se vidas a cada 70000 pontos. A cada três fases comuns aparece uma fase-bônus onde se estoura balões, ótima para ganhar pontos.


Comentário Final




"Mappy" ainda é um jogo que diverte, mesmo após tantos anos de seu lançamento. É um tanto datado, tem as características da sua época, mas de fato é divertido. Graças à sua simplicidade, "Mappy" é um daqueles jogos ideais para quando se quer jogar algo, mas se está sem cabeça ou vontade para algo mais complexo.
Seu maior defeito é a repetitividade, tanto de cenários quando do próprio jogo em si, o que vai fazer o jogador enjoar mais cedo ou mais tarde dessa infinita correria por pontos, já que "Mappy" não possuí um final propriamente dito e entra em looping após o level 15.

NOTA: 6,0

P.S: O nome do jogo vem de "mappu", um termo japonês levemente pejorativo usado para se referir a policiais.



2 comentários:

  1. Joguei muito Mappy no Turbo Game graças a uma fitinha amarela 42 in 1 que eu tinha. Ótima dica para quem ainda não jogou!

    obs: Adorei o título do blog. :)

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  2. Esses multicartuchos eram uma festa. Joguei muita coisa legal semi-desconhecida neles.
    Que bom que o nome do blog agradou!
    Um abraço

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