Muitos dos títulos da primeira leva de jogos do Famicom e do Sega Mark III no Japão não conseguiram fazer o caminho até o ocidente e serem oficialmente lançados para suas contrapartes ocidentais, NES e Master System, e isso por várias razões.
Alguns foram considerados "estrangeiros demais" para o público ocidental da época, enquanto outros foram considerados crús demais, ou sem graça e pouco atraentes ou simplesmente muito ruins para serem levados para outras regiões. Lançado ainda em 1985 no Japão pela própria Sega, "Satellite-7" foi um desses títulos que, por alguma razão ou outra, não alcançou o outro hemisfério.
História e Roteiro
Tudo bem que os jogos da época, em especial os shooters, tinham como foco a ação e alcançar um score alto, mas "Satellite-7" chega ao cúmulo de ter menos do que um fiapo de história! Chega a ser difícil achar qualquer informação sobre o enredo desse jogo na internet!
Basicamente o planeta está sob ataque de pragas como estrelas do mar e cavalos marinhos voadores, sob o comando de algo que parece um caranguejo ermitão, e o dispositivo de defesa conhecido como Satellite-7 ("satélite-7 em tradução livre e bem óbvia) é a única chance de salvação. É isso.
Ah... e tem umas mariposas verdes e uns bichos que parecem uns trilobitas albinos também!
Interessante, hein?
Gráficos
Gráficos fracos e sem graça. "Satellite-7" talvez seja o SHMUP cuja nave que o jogador controla tenha o pior design de todos! O que era para ser um satélite de defesa mais parece um tanque voador esquisito e mal feito! Na capa do jogo os satélites aparentam ter a forma de besouros, mas no jogo não são nem de perto parecidos com algo assim.
Os cenários são simplistas e mortos. Muito sem graça no geral e conseguindo ainda piorar em alguns pedaços, como o trecho em que o solo tem cor de vômito.
Falando de forma bem geral, o que o jogo tem de melhor em termos de gráficos são os inimigos. Não que sejam grande coisa (são no máximo passáveis) mas, pelo menos, você consegue identificar o que são (a maioria deles, pelo menos). Mesmo o chefão do jogo não foge disso. Seu visual é passável e nada mais.
Mesmo para um jogo de primeira fornada, os gráficos de "Satellite-7" são decepcionantes, bem abaixo da capacidade do console de 8 bits.
Música e Efeitos Sonoros
Assim como os gráficos, tanto as músicas quanto os efeitos sonoros do jogo são fracos. Os efeitos sonoros, em especial, são inexpressivos, e isso a tal ponto que não se tem mais o que dizer sobre eles.
O jogo possui apenas três músicas, a da tela de abertura, a música do jogo em si e a de Game Over. A música de abertura é muito ruim, sendo estridente, curta e repetitiva, enquanto a música de Game Over simplesmente passa batida, sem chamar nenhuma atenção. A (única) música de fase até que não é ruim, mas cansa o ouvido bem rápido.
Controles e Jogabilidade
Os controles são bem simples e responsivos, lembrando o estilo de "Xevious" ou de "TwinBee", com um botão para disparar e outro para atirar bombas no solo. Os tiros da nave são OK, mas prepare-se para aprender a ter uma precisão quase cirúrgica quando tiver que usar as bombas terrestres. Outra coisa... também prepare-se para controlar a coisa mais lenta dentre todas da tela de jogo.
O satélite é lerdo, movendo-se devagar e com uma dirigibilidade pouco ágil que torna difícil esquivar de disparos a curta distância ou de inimigos metidos a kamikaze que descem tela abaixo a toda velocidade.
O pior de tudo, entretanto, é voltar ao jogo após perder uma vida! Tanto a tela quanto os inimigos continuam se movendo a todo vapor, mas você não controla o satélite logo de cara quando ele retorna! O satélite surge a borda inferior da tela e sobe verticalmente uns cinco centímetros sozinho e mesmo depois que ele para ainda demora um momento para obedecer aos seus comandos! Simplesmente perfeito para um inimigo se jogar contra você ou levar um tiro a queima roupa.
Dificuldade
"Satellite-7" é difícil, como era de praxe entre os SHMUPs dessa época, mas grande parte da dificuldade advém das limitações de mobilidade do satélite. Sim, existem enxames de inimigos atirando e se mexendo de forma errática pela tela, mas seu pior inimigo são mesmo a falta de velocidade e agilidade do satélite de defesa.
Mesmo os poucos power ups do jogo não ajudam muito... primeiro que para consegui-los é trabalhoso: deve-se juntar cinco estrelas, que aparecem pela tela, de uma mesma cor. São cinco cores diferentes de estrela, cada uma dando uma vantagem no combate ou uma vida (juntar cinco estrelas verdes confere invencibilidade por um curto espaço de tempo, por exemplo), mas, francamente? Consegui-las dá mais trabalho do que compensa. A cor das estrelas em cada lugar da tela varia a cada jogo e os power ups (com exceção da vida, obviamente) duram pouco ou são pouco úteis. Em muitos momentos simplesmente não vale a pena se arriscar para pegar uma estrela.
Uma diferença de "Satellite-7" para a maioria dos outros jogos é que só existe um único chefão, um caranguejo gigante cuja quantidade de tiros para ser derrotado varia bastante, no jogo todo, mas aparecendo várias vezes no correr da partida.
"Satellite-7" não possui um final específico, mas em um determinado momento, o chefão caranguejo gigante aparecerá em frente a um shiro /castelo japonês e, após ele ser derrotado, o jogo volta para o início, ciclicamente.
Comentário Final
"Satellite-7" é um jogo fraquíssimo, com pouco para chamar a atenção de alguém para jogá-lo, ou para prender o interesse de quem arriscou conhecê-lo. Mesmo se você for um viciado em shooters não há muito aqui de interessante e existem títulos muito melhores desse estilo no Master System para você gastar o seu tempo.
Uma das poucas atrações de "Satellite-7" é a possibilidade de dois jogadores poderem jogar simultaneamente, mas mesmo assim não vale muito a pena.
Também acho que será um tanto difícil achar alguém disposto a jogar esse jogo contigo...
NOTA: 3,0
Curiosidade 1: Apesar de nunca ter chegado oficialmente ou em mídia física ao ocidente, a Tectoy incluiu "Satellite-7" em algumas versões de seus Master Systens com jogos na memória e até em outros produtos seus como o Tectoy DVD Karaoke Game DVT-G100.
Ehhh... valeu, Tectoy...
Eu acho...
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